CADENO I - ETAPA II - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: C. E. TANCREDO NEVES - EFMP - FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ

CADERNO 1 – ETAPA II
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

1) Reflexão do vídeo “Diversidade” (Miguel Arroyo)

As crianças não nasceram violentas, elas foram violentadas e aprenderam a agir com violência. Oitenta milhões delas estão abaixo do nível de pobreza, sofrem opressão, discriminação, violência. Essa é uma forma de diversidade existente no interior da escola, trata-se de uma diversidade que, no mundo real, representa a vida da criança, do adolescente e do jovem oprimido: é a pedagogia do oprimido.
Na escola trabalhamos a pedagogia “para o” oprimido, que não é a ideal. Devemos substituí-la por uma pedagogia “do” oprimido, que reconheça a identidade e considere a realidade dos alunos, tendo o cuidado de não oprimi-los mais ainda. Talvez a escola seja o único lugar onde eles possam se libertar das marcas da opressão.
A pluralidade e a diversidade constituem importante desafio na organização do trabalho pedagógico escolar. Por isso, a escola precisa se adaptar à realidade dos seus alunos, construir um currículo plural, visando a atender as diversidades.
Os alunos, devem sentir que a escola é um lugar que acolhe, humaniza. Os pais, por seu lado, confiam na escola pública como o espaço onde os filhos são acolhidos com dignidade e respeito.
  O currículo tem que trazer saberes “vivos” (os saberes que estão na cidade, nos bairros, na história, na vida dos alunos). O saber “morto” ou “matado” não serve mais. O aluno não pode sair da escola sem conhecer sua própria história e sem ter refletido sobre ela no contexto atual.

2) Pluralidade e diversidade na escola

Nossa escola é formada por docentes oriundos de diferentes etnias, gêneros, religiões, culturas, possuem identidades regionais, boas condições sócio-econômicas, orientação sexual e formação política enriquecida nas lutas pela democracia, respeito, dignidade, igualdade.
Por se tratar de uma escola de periferia, a maioria dos alunos são oriundos de classe operária, de trabalhadores rurais, e também de diferentes etnias, culturas, religiões, gêneros e orientação sexual.
Com relação à dualidade da estrutura curricular, o grupo entende que é preciso haver reformulação na política educacional da escola pública, articulando a concepção atual de juventude aos componentes curriculares como condição sócio-histórico-cultural e como perspectiva de desenvolvimento dos alunos sob a ótica da formação humana integral.
Os problemas escolares são levantados e debatidos em reuniões com o coletivo escolar, onde direção, equipe pedagógica, professores e funcionários apontam soluções para as respectivas resoluções. De igual modo, os problemas que dependem da intervenção dos colegiados, são resolvidos com a participação dos seus respectivos integrantes.

3) Principais problemas escolares

a) O número elevado de alunos por turma provoca desgaste físico e emocional, tanto do corpo docente quanto do discente. Sugere-se a redução de alunos por turma por meio de Resolução;
b) A atuação de professores em várias escolas traz dificuldades e perda de tempo no deslocamento de uma escola para outra, bem como dificulta o cumprimento de atividades pedagógicas próprias de cada estabelecimento (festa junina, reuniões pedagógicas, conselhos de classe...). Sugere-se a lotação de professores com carga horária em uma única escola;
c) A hora-atividade é fracionada, o que interfere negativamente na organização do professor. Sugere-se a concentração de docentes por área de conhecimento ou disciplina;
d) As formas de gestão dos recursos humanos e da prática pedagógica devem estar melhor empenhadas quanto a resolução dos problemas do cotidiano, como os citados acima. A falta de diálogo dificulta o funcionamento do processo educativo. É preciso discutir esses problemas de modo constante;
e) A ausência de políticas públicas voltadas às dimensões do trabalho e da cultura dificulta a integração destas com o conteúdo curricular, restringindo os objetivos inerentes a formação integral dos alunos prevista no PPP. Essa perspectiva impede que a qualidade do processo de ensino e aprendizagem se efetive, de fato. Sugere-se autonomia desta ação à escola, com avaliação periódica dos resultados obtidos;
f) A formação continuada proposta pela SEED não contempla uma valorização plena sobre o plano de carreira do docente, o que desestimula a sua participação nos encontros realizados. Sugere-se que a participação e o desempenho do docente no processo de formação continuada sejam revertidos em valor financeiro incorporado no seu plano de carreira;
g) O professor deve assumir o caráter de pesquisador, porém, necessita de maior tempo para realizar as atividades de pesquisa. Sugere-se a implementação de políticas públicas que atendam a essa demanda, priorizando o estudo e a experimentação com avaliação contínua.

4) Análise sobre a realização do Conselho de Classe
O conselho de classe visa verificar dificuldades e avanços decorrentes do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
Nessa perspectiva, levanta-se problemas relacionados ao processo educativo: quanto os alunos aprenderam e quanto o professor ensinou; quais alunos não conseguiram atingir a média 6,0 ao final de cada trimestre.
Como encaminhamento está o acompanhamento constante dos professores e da equipe pedagógica acerca dos casos de alunos com dificuldades de aprendizagem, bem como daqueles com notas iguais ou abaixo da média 6,0 com o objetivo de recuperá-los.
Toda queixa trazida pelo professor é discutida no coletivo, daí são levantados os possíveis problemas que possam estar influindo no baixo rendimento do aluno. Na discussão, geralmente a culpa pela situação é atribuída ao próprio aluno, em decorrência da desmotivação e da falta de interesse nos estudos.
No conselho são tratadas todas as questões que envolvem o processo de ensino e aprendizagem, principalmente como foi trabalhado/abordado o conteúdo em sala de aula nas diferentes disciplinas, para que a aprendizagem se efetive de fato.
Como sugestões de melhoria ao trabalho realizado pelo professor, são propostas a aplicação de metodologias diferenciadas, atendimento individualizado, encaminhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem, deficiência intelectual e defasagem de conteúdos às Salas de Apoio e de Recursos Multifuncional Tipo I.
Os conselhos de classe seguem princípios democráticos, onde as discussões e os encaminhamentos inerentes aos problemas existentes no processo de ensino e aprendizagem são realizadas pelos profissionais envolvidos.
Como mudança na realização do conselho de classe, propõe-se a participação efetiva de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo (alunos, pais, profissionais da escola).

Os registros referentes ao caderno 1 tem por objetivo contribuir com a elaboração do Plano de Trabalho Docente, e com a reescrita do PPP. Os registros serão encaminhados ao gestor e ao Conselho Escolar para a devida apreciação e aprovação.