Avaliação no ensino médio - Colégio Estadual Ipê Roxo - Foz do Iguaçu
Carina do Santos, Fabiana da Silva Rocha, Germano Luiz Kalinoski, Ilda Aparecida dos Santos, Lidiomar Teixeira da Silva, Margarida de Souza, Marilda Lopes Cruz, Marilene Aparecida Benites, Patricia de Souza, Robson Fagundes dos Santos e Roseli de Fátima Dal Moro.
A avaliação no Ensino Médio
Ao fazermos a abordagem sobre a avaliação educacional se faz necessário que ela esteja prevista no projeto político-pedagógico da escola, na proposta pedagógica curricular para o ensino médio e ainda as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), tudo isso articulado a uma proposta de ensino médio integral. Os professores e estudantes dentro desse contexto sendo considerados como sujeitos históricos e de direitos, respeitando-se a diversidade e a singularidade existente e sendo protagonistas desse seu lugar social.
De acordo com a discussão realizada com os professores sobre os desafios da avaliação é que muitas vezes falta a alguns profissionais da educação saber qual é de fato o objetivo da avaliação escolar, se é o da promoção, aceleração de estudos e classificação, sendo que tudo deve ocorrer de acordo com o que está posto no Projeto Político Pedagógico da escola. Na verdade há uma contradição, pois quando avaliamos estamos produzindo uma hierarquização entro os alunos, assim como nós professores, somos constantemente avaliados, nessa lógica perversa do sistema capitalista. Não há lugar para todos então se faz necessário de alguma forma para absorver uns e deixar outros de fora de determinados espaços sociais.
É necessária a observação que a avaliação escolar tem que ter o olhar no processo de formação do estudante, sendo que ele e o professor precisam avaliar os avanços que foram obtidos. Na medida em que o aluno é avaliado, os professores também são avaliados na mesma medida, pois, o resultado é de responsabilidade de alunos e professores.
Há diferentes concepções de avaliação. Não existindo uma receita pronta e acabada, na verdade é algo a ser construído respeitando as diversidades e singularidades existentes em cada escola, e que está expressa no projeto político pedagógico. Durante a nossa vida informalmente somos avaliados constantemente sob as mais diferentes óticas, o que provoca em nós um crescimento.
Temos as avaliações que são formais e parte das instituições das quais fazemos parte. É o objetivo das avaliações fazerem com que, os resultados apareçam e desses resultados se consolidem políticas públicas para atender as necessidades das pessoas envolvidas.
A avaliação educacional da aprendizagem visa buscar a aquisição de novo conhecimento, atitudes ou habilidades. Mas o objetivo da avaliação escolar é verificar se houve avanços na aquisição de conhecimento, que proporcione a emancipação humana. No entanto na prática cotidiana há um desafio, temos que avaliar e apresentar um resultado para cada bimestre, o que torna mais difícil respeitar o tempo de aprendizagem de cada aluno.
A avaliação é uma prática intrínseca ao processo ensino e aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno, sendo contínua, cumulativa e processual, devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste o conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, sobre os quantitativos, dar-se-á relevância a atividade critica, a capacidade de síntese e a elaboração pessoal, sobre a memorização, todo processo é realizado em função de conteúdos, utilizando e instrumentos diversificados coerentes com as concepções e finalidades educativas expressas, no Projeto Político Pedagógico da Escola.
A avaliação é realizada em vários momentos, onde sua somatória gera 60 pontos de avaliação e 40 de trabalho, a recuperação paralela de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem.
Para obtenção das taxas de rendimento foram criadas as avaliações externas. Uma vez que a avaliação interna é conduzida pelos professores, a avaliação externa surge como uma ação de monitoramento e auxilio.
Através dos resultados obtidos, esta avaliação corrobora fornecendo subsídios para os gestores na formulação das políticas educacionais.
Exemplos de avaliações externas são: O Sistema de Avaliação da educação Básica (SAEB) desdobrada em 2005 na avaliação nacional do rendimento escolar (ANRESC) denominada prova Brasil e a AvaliaçãoNacional da Educação Básica(IDEB).
Na avaliação do SAEB 2013 os índices apresentados são em relação aos alunos que estão com rendimento abaixo do básico- Paraná – 28, 8%, Município de Foz do Iguaçu – 23,4%, Colégio Estadual Ipê Roxo – 3l,4%.
Analisando os dados acima observamos que a escola apresenta o menor desempenho em aprendizagem com relação ao município e ao estado.
Na avaliação IDEB 2014 - o Colégio Estadual Ipê Roxo, tem nota 3.7 enquanto a Escola Municipal Jorge Amado tem nota de 6,7.
Considerando que alunos da escola estadual são oriundos da escola municipal o questionamento que nos surge é; o que leva a esta distância de notas na mesma avaliação de uma instituição e outra, sendo que o público avaliado é o mesmo?
Vários fatores colaboram para a queda desses dados:
• A faixa etária, a convivência familiar e as relações sociais estabelecidas neste meio (comunidade carente);
• O número de professores que estes alunos passarão a ter, pois antes o aluno possuía um (a) professor (a) regente e professores de disciplinas específicas;
• A instabilidade da sequência do corpo docente, uma vez que as instituições de ensino localizadas nas comunidades mais necessitadas sofrem da constante troca de professores, pois geralmente estas instituições educacionais sofrem a escassez de professores do quadro efetivo, buscando suprir suas necessidades no quadro de professores temporários, o que impossibilita uma sequência que poderia priorizar as dificuldades dos alunos.
• Unidos a todos os fatores anteriores o distanciamento entre o 5 e 9 anos. Considerando também que neste período o aluno passa por várias mudanças nos aspectos: social, fisiológico, psicológico e neurológico que formam sua identidade como cidadão.
A avaliação precisa sempre estar acompanhada de uma boa estratégia metodológica para ter resultados com relação aos conteúdos trabalhados pelo professor. Portanto a avaliação deve facilitar o trabalho do professor no sentido de indicar caminhos e permitir uma aprendizagem mais consistente por parte dos alunos. Conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), “a avaliação será formativa, diagnóstica e processual, ela será tanto diagnóstica como norteadora do trabalho do professor, para tanto deve se constituir numa contínua ação reflexiva”, e ainda conforme nos apontam as DCEs“...não deve ser somente avaliação do aprendizado do aluno, mas também uma reflexão das metodologias do professor, da seleção dos conteúdos, dos objetivos estabelecidos e pode ser um referencial para o redimensionamento do trabalho pedagógico.” Nessa perspectiva a avaliação das atividades desenvolvidas reforçam a importância de desenvolver um trabalho contextualizado, dialógico e reflexivo, onde os alunos poderão compreender e construir conceitos, repensar valores e perceber a responsabilidade que cada um têm no processo de transformação da sociedade.
O tema avaliação é um assunto delicado e talvez o mais complexo da educação em nosso país, vários estudiosos escrevem suas teses sobre o assunto, e a cada discussão aparecem novos elementos que nos fazem pensar e repensar a prática pedagógica, seja ela no ensino regular como na EJA. Percebe-se que a sociedade capitalista em que vivemos usa da avaliação para se reproduzir. A uma avaliação constante de tudo e de todos. Os alunos e professores para existirem precisam antes de tudo serem avaliados de acordo com os critérios do sistema vigente. No sistema capitalista a avaliação tem a mesma função da propriedade, do lucro, da mais valia, da exploração, do controle e da dominação. Avaliar é uma tarefa difícil e complexa, pois pressupõe saber se os sujeitos envolvidos no processo educacional conseguiram avançar com relação ao conhecimento que está sendo estudado. Se conseguiram avançar com relação a sua condição humana.
A avaliação diagnóstica, formativa, qualitativa, flexível, processual, institucionalizada, democrática e participativa existente na LDBEN, na DCEB, é o caminho, é o que deveria acontecer na prática. Portanto seria necessário uma revolução ampla e profunda em todo o sistema educacional brasileiro para que a avaliação existente no papel fosse realidade no chão das escolas públicas, no processo de ensino e aprendizagem. A avaliação que está nos documentos e nos discursos dos que governam é diferente daquela que acontece na prática. Como exemplos, podemos pegar o IDEB, o ENEM e a Prova Brasil. São avaliações quantitativas, não se considera a realidade de cada escola, a uma preocupação excessiva com os números. E as escolas são pressionadas para melhorar esses números sem que haja investimento substancial por parte do governo. Portanto a uma demagogia muito grande quando se fala em avaliação. Na verdade o discurso não fecha com a prática. Estão falando (governos, instituições, etc.), defendendo um tipo de avaliação para qual o Ensino Médio não está estruturada na prática.
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