A avaliação no Ensino Médio

COLÉGIO ESTADUAL PROFESOR VICTÓRIO EMANUEL ABROZINO
CASCAVEL - PR

AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO
Ana Rita Machado
Evi Weber
Juliana Gobbi
Roseny Dalla Valle

De acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Professor Victório Emanuel Abrozino no que tange a avaliação considera-a como:

A perspectiva de formação de cidadãos autônomos e sujeitos críticos requer que a escola tenha um movimento constante na busca da reorganização do conhecimento e da participação de todos. Isso pressupõe uma prática avaliativa a um espírito questionador, propositivo e solidário (PPP, 2011, p. 34).

Portanto, considera-se que deve ocorrer uma avaliação que esteja ligada ao processo ensino-aprendizagem, tendo em vista que essa ideia é reforçada por:
[...] compreende-se que o ato avaliativo acontece vinculado ao ato de ensinar e, este ao ato de aprender. Podemos dizer que o processo avaliativo é o desdobramento dos objetivos estabelecidos no planejamento da disciplina que, por sua vez, os educandos alcançam ou não e, dos métodos de ensino e das práticas que ocorrem nos diversos espaços da escola (PPP, 2011, p. 34).

Tendo como objetivo essa conexão entre o ensino e a aprendizagem evidenciada, deve-se considerar que o processo avaliativo como diagnóstico, aspecto este que procura fazer o reconhecimento dos avanços, potencialidades e dificuldades, subsidiando a reflexão sobre a prática educativa e apontando os caminhos a serem tomados. Além disso, sugere-se o aspecto investigativo, o qual levanta e mapeia dados para a compreensão do processo de aprendizagem e oferece subsídios ao docente para que reflita sobre sua prática pedagógica. Também se evidencia o aspecto processual da avaliação, entendo-a como histórica, social e atemporal.
Instrumentalizando esses processos, são sugeridos que estes contenham características reflexivas, que levem a pensar e a estabelecer relações; sejam essenciais, enfatizando os conteúdos significativos; abrangentes, claras e contextualizadas, sendo ainda dinâmicas, tendo instrumentos diversificados, de modo a buscar a participação de todos os sujeitos envolvidos.
Nesse sentido, o educador deve considerar a utilização de múltiplos instrumentos, tais como:
O emprego de múltiplos instrumentos de avaliação: observação, registros, descrição, análise, síntese (oral e escrita); trabalho de grupo; produção de textos; construção de maquetes, terrários  mapas, plantas baixas; seminários, relatórios (oral e escrito); questionamento/formulação de questões; construção de gráficos, prova, teste (questões abertas e fechadas) dentre outros (PPP, 2011, p. 35).

Sugere-se ainda no PPP que o processo avaliativo deve contemplar os seguintes pontos:
a. A avaliação é parte integrante do trabalho realizado em sala de aulas, por todos envolvidos, e tem como principal objetivo ajudar o aluno a aprender;
b. Tem função permanente de diagnóstico e possibilita ao professor intervir no processo de aprendizagem, acompanhando os alunos;
c. É preciso olhar o aluno por inteiro, inserido no processo ensino-aprendizagem. Os conteúdos e habilidades das diferentes disciplinas se entrecruzam, contribuindo para o desenvolvimento do aluno de forma integrada (PPP, 2011, p. 36).

Quanto às instâncias e participantes para finalização desse processo avaliativo ao final de cada ano letivo, o Conselho de Classe é um espaço destinado à discussão coletiva e de articulação de ações e encaminhamentos, visando rever, não somente a aprendizagem do aluno, como também toda a prática pedagógica.
Nessa perspectiva, objetiva:

• Acompanhar, discutir, avaliar e aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem.
• Analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da turma, com a organização dos conteúdos e o encaminhamento metodológico.
• Reavaliar a proposta pedagógica do colégio, discutindo medidas a serem tomadas para a solução dos problemas.
• Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o trabalho docente na direção do processo ensino-aprendizagem.
• Utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação dos alunos entre si.
• Sensibilizar o docente sobre a importância da auto-avaliação contínua de seu trabalho, visando a retomada do Plano de Trabalho Docente e aperfeiçoamento do mesmo.
• Decidir sobre a aprovação ou retenção após apuração do resultado final, caso o aluno não atinja o mínimo necessário, levando-se em consideração toda a sua produção e rendimento ao longo do ano (PPP, 2011, p. 41).

Nesse sentido, Hoffmann (1998, p. 36) concebe a avaliação segundo três princípios fundamentais:

Avaliação enquanto investigação docente: o processo de avaliação representa um compromisso do professor em investigar e acompanhar o processo de aprendizagem do aluno no seu cotidiano, contínua e gradativamente, buscando não só compreender e participar da caminhada do aluno, mas também intervir, fazendo provocações intelectuais significativas; o de complementaridade das observações sobre o desempenho dos alunos: nenhuma decisão sobre os alunos deverá ser tomada sem uma extensiva análise do seu desempenho; o da provisoriedade dos registros de avaliação: quaisquer registros ou anotações feitas sobre o desempenho do aluno ao longo do processo serão considerados provisórios e sujeitos a complementação, podendo as decisões serem tomadas pelo coletivo dos professores (HOFFMANN, 1998, p. 36, apud PPP, 2011, p.38).

Percebe-se claramente que a avaliação da aprendizagem está em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, assumindo um caráter educativo, proporcionando ao estudante, ao professor e a escola analisar e discutir melhorias no seu processo, sendo um instrumento não somente de verificação, mas um espaço onde ocorra aprendizagem significativa.

HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 20. ed. rev. Porto Alegre: Mediação, 2003.

PPP. Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Professor Victório Emanuel Abrozino. Ano letivo 2011. Cascavel, Paraná.