AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO

PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
ETAPA I – caderno 6.

REFLEXÃO E AÇÃO 1

Quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação educacional?
A avaliação ainda é percebida de maneira “quantitativa”, sendo reduzida a números, porém se faz necessário que a avaliação, seja compreendida como processo de ensino e aprendizagem, que ocorrem de forma contínua, cumulativa e sistemática, e não apenas como resultado final. A avaliação precisa ser realizada em coerência com o currículo e o planejamento, mas para que desenvolvam atividades pedagógicas significativas para os educandos os educadores precisam incorporar a realidade deles no ensino desenvolvido na escola. A avaliação ainda é compreendida como o resultado da memorização de informações prontas que os alunos receberam dos educadores, a avaliação compreendida dessa maneira acaba por reduzir o aluno a um mero codificador, decodificador de conhecimentos, sem considerá-lo com um ser ativo e dinâmico, que participa da construção de seu próprio conhecimento.
Faz-se necessário que a avaliação, seja compreendida como processo de ensino e aprendizagem, que ocorrem de forma contínua, cumulativa e sistemática.
A avaliação permeia todo o ato de planejar e de executar e, dessa forma, contribui em todo o percurso da ação. Necessária para a construção crítica de um percurso, a avaliação é uma ferramenta importante no redimensionamento daquilo que foi planejado. Pois,
A avaliação é uma reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar. (HOFFMANN, 1993, p. 18).
Durante todo o processo em que ocorre o planejamento, o educador precisa perceber as manifestações dos conhecimentos que o aluno traz de suas vivências extraescolares, e as relações que constrói com os novos conteúdos que está aprendendo. Pois assim a avaliação vai estar presente em todo o processo de construção de saberes do aluno.
– Qual sua concepção de avaliação e como ela se constituiu na sua trajetória docente?
             Primeiramente concebemos que avaliar é um ato extremamente complexo, pois engloba inúmeros fatores, tais como: emocionais, sociais, culturais, econômicos e religiosos. Um dos fatores que pesam ao se avaliar, seja em que situação o for, é que envolve um julgamento, há a valoração de algo.
      Dentro do espaço educacional então, há um redimensionamento desse ato, pois, do mesmo decorrerão várias implicações como progressão, retenção, sucesso, fracasso, evasão, entre outras questões. Porém, temos que estar cientes de que avaliar é uma das ações que complementam nossa prática pedagógica e não o seu fim. Esse pensar possibilita entender que cada um é um ser particular, alguns com super dotação, outros com limitações, mas, todos com direito a aprender de tudo, respeitando esses limites. A partir disso também, se pressupõe, que aja garantia dos direitos básicos a todos.
            No decorrer de nossa prática, por vezes, perdemos o foco daquilo que concebemos como o ideal, visto que, nos deixamos levar por critérios avaliativos que privilegiam o sucesso e recriminam aquilo que consideramos falho. Em algumas situações avaliamos da forma como o sistema econômico, cultural apregoa ser o correto, induzindo a competição, a individualização, a premiar os “melhores” e punir aqueles que não se enquadram no sistema. Um exemplo de como o sistema concebe o ato de avaliar, é o atual formato dos exames externos constituídos, os quais classificam todos de forma homogênea, sem observar as particularidades.

REFLEXÃO E AÇÃO 2
Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
– Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
As avaliações culminarão na apropriação do aluno, sabendo que cada um aprende de forma diferente, porém o saber elaborado a que lhe for oferecido deverá ser igual à todos, assim como a organização curricular. A partir do momento que nossos alunos assimilarem o conhecimento, através de métodos e formas oferecidas pelos professores, eles serão sujeitados a avaliações, aplicadas em forma de trabalhos, expressões orais e escritas. Esta avaliação é necessária, pois através do resultado dos alunos traduzir-se-á também o resultado de nossas práticas pedagógicas.
– Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
Este colégio avalia os progressos de seus alunos de várias formas, os instrumentos usados para a realização da avaliação oportunizam a todos os alunos expressar seu nível de apropriação, ela acontece através de produções escritas, orais, expressões corporais, trabalhos de pesquisa e extra-classe e desenvolvimento de atividades e ainda através de sua participação nas aulas. Todas as avaliações realizadas são traduzidas em linguagem numérica as quais variam de 0 (zero) a 10 (dez).
A avaliação é um processo contínuo, permanente e cumulativo. A mesma obedecerá a ordenação, a seqüência do ensino e orientações das diretrizes curriculares nacionais e estaduais. A avaliação ocorrerá através de provas escritas e orais, trabalhos extra-classe, exposição de trabalhos para identificar o grau de apropriação dos conteúdos pelos alunos. O professor atribuirá para cada avaliação uma escala de zero (0) a dez (10), considerando a média bimestral estadual de seis (6,0) pontos em cada disciplina, perfazendo um total de 24 (vinte e quatro) pontos anuais em cada disciplina. Além da avaliação o professor deverá realizar a recuperação de estudos, sendo um direito de todos, independente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos, sendo que a mesma deverá ser de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem, por meios de procedimentos didático-metodológico diversificados.
– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
A aprovação é o resultado do empenho de alunos e professores. A aprovação traduz o sucesso do período letivo, considera-se o marco inicial na escalada do conhecimento, é o indicativo da capacidade demonstrado pelo instrumento  avaliativo. Consideramos a avaliação certa e merecida oportunizando a todo o colegiado e neste estabelecimento ela evidencia o empenho de todos. Será considerado aprovado o aluno que obtiver resultados positivos comparados ao referencial de média, neste caso, para o estado do Paraná a média referenciada é 6,0 bimestrais e 24,0 anuais, considerados a partir de todos os critérios de avaliação.
– Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
O conselho de classe, será o momento onde se analisa cada aluno de forma especial pelo colegiado de professores da turma, ele é consultivo e deliberativo, o mesmo se reunirá ordinariamente a cada bimestre e extraordinariamente quando convocado pela direção, sua estrutura e funcionamento será organizado em três  momentos: pré-conselho, conselho e pós-conselho, com a presença de membros representantes dos órgãos colegiados, pais e alunos.

REFLEXÃO E AÇÃO 3
Nunca é demais lembrar o peso e o significado da avaliação escolar porque ela não só pode incluir e possibilitar a acessibilidade a novos conhecimentos, como também pode excluir os sujeitos de seus direitos de participação efetiva na sociedade, neste momento vale lembrar que a ênfase para a escola está no aprender, gerando uma mudança em todos os níveis educacionais, currículo, gestão escolar, organização de sala de aula, tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar os educandos. Torna-se evidente ao observar as características das avaliações do SAEB e SAEP que é importante para que a escola se reavalie durante o processo de ensino aprendizagem,  para que possamos refletir questionar e transformar nossas ações.
As experiências iniciais de avaliações externas, até mesmo fora do Brasil, foram justificadas como necessárias para monitorar o funcionamento de redes de ensino, além de fornecer subsídios para seus gestores na formulação de políticas educacionais com dados melhor definidos em termos dos resultados que, por sua vez, decorreriam das aprendizagens dos alunos. Não necessariamente essas avaliações tinham como foco cada escola das redes avaliadas, especialmente nos casos em que se recorria às avaliações por amostragem.
Por iniciativa do Ministério da Educação (MEC), tivemos no início dos anos 1990 a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Com efeito, o debate educacional brasileiro, particularmente envolvendo o ensino fundamental e o ensino médio, incorporou como duas características marcantes as avaliações externas e a qualidade da educação escolar, pois esta passa a ser considerada por parte de gestores, mesmo que sem um consenso na comunidade educacional, como expressão dos resultados daquelas avaliações, como apontam Oliveira e Araujo (2005).
Podemos destacar que no cálculo do Ideb são incorporadas as taxas de aprovação de todas as séries de cada uma das etapas anos iniciais e anos finais do ensino fundamental e ensino médio,  apuradas pelo Censo Escolar, e a proficiência média em leitura e resolução de problemas dos alunos da última série de cada uma das etapas avaliadas, estimadas pelo Saeb.
          Outro exemplo, extremamente relevante, no que tange às avaliações externas, é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que vem ocupando lugar privilegiado nas políticas educacionais, com fortes indícios de suas influências no currículo de escolas do ensino médio, somado aos possíveis impactos na educação de jovens e adultos (EJA).
Como aspecto potencialmente positivo, podemos considerar que, com as avaliações externas, a gestão de escolas e redes passa a incorporar indicadores de desempenho como mais um elemento para o conhecimento de suas realidades e, assim, pode estabelecer metas mais precisas e elencar prioridades de intervenção parametrizadas numa realidade mais ampla, envolvendo a comparação, a depender da avaliação externa referenciada, com resultados do País, do Estado e do município. Salientando-se, contudo, que as medidas resultantes dessas avaliações as estimativas de proficiência não se constituem, por si só, em avaliação, pois uma medida indica o quanto se atingiu numa determinada escala e a avaliação é o julgamento desse resultado em função de critérios, para os quais a interpretação pedagógica é parte insubstituível do processo avaliativo, que, também, deve levar em consideração as condições específicas de cada rede e escola.
No terreno das avaliações externas, reiteramos que o Enem passa a ser a pedra de toque para o ensino médio, diante do aparente pequeno impacto do Saeb. Mas, como Sousa (1999) pondera, mesmo que em momentos diferenciados, existem restrições para que o Enem seja utilizado para avaliar o ensino médio, tanto pelo fato de que sua matriz de avaliação não possa ser tomada como capaz de dar conta do conjunto das atividades curriculares dessa etapa da educação básica, quanto pelas considerações de que a avaliação do ensino médio em cada escola deve incorporar outros elementos para além do desempenho em provas padronizadas. De todo modo, não se pode descartar o impacto que esse exame passa ter no ensino médio quando se constata que o movimento acentuado que o constitui como um “vestibular” nacional, com fortes implicações para seus respondentes pelo ingresso direto na quase totalidade das universidades federais ou como complemento de vestibulares tradicionais em universidades federais e estaduais, ou ainda a utilização de seus resultados para concessão de bolsas na educação superior privada, Programa Universidade para Todos (Prouni).
Nesta perspectiva, as políticas públicas de educação e de avaliação devem ser pensadas no âmbito global das redes de ensino e no âmbito próprio das unidades escolares, considerando o conjunto das relações que são estabelecidas nos espaços entre as escolas, as famílias, os profissionais da educação e o poder público.
As taxas de aluno que terminam o Ensino Médio em nossa região tem influência pela necessidade desses alunos entrar no mercado de trabalho para ajudar nos rendimentos da família sendo está de poder aquisitivo muito baixo. Porem direção, equipe pedagógica e professores buscam ideias, praticas pedagógicas, discussões, que solucionam ou amenizam esses índices, com avaliações inclusivas respeitando a caminhada desse jovem que muitas vezes sua vontade era estudar e param para então trabalhar opção que frustra-os deixando a auto - estima abalada e quando retornam a escola afeta em seu rendimento escolar. Além disso direção e equipe fez o  diagnóstico da prova Saep pelos indicadores  por turmas e entregue aos professores, com isso o professor consegue observar a defasagem do conteúdo pelo indicador por turma e por aluno.

REFLEXÃO E AÇÃO 4
Na avaliação institucional de sua escola, como têm sido abordadas as avaliações externas e como têm sido utilizados seus resultados?
As experiências iniciais de avaliações externas, até mesmo fora do Brasil, foram justificadas como necessárias para monitorar o funcionamento de redes de ensino, além de fornecer subsídios para seus gestores na formulação de políticas educacionais com dados melhor definidos em termos dos resultados que, por sua vez, decorreriam das aprendizagens dos alunos.
Como aspecto potencialmente positivo, podemos considerar que, com as avaliações externas, a gestão de escolas e redes passa a incorporar indicadores de desempenho como mais um elemento para o conhecimento de suas realidades e, assim, pode estabelecer metas mais precisas e elencar prioridades de intervenção parametrizadas numa realidade mais ampla, envolvendo a comparação, a depender da avaliação externa referenciada, com resultados do País, do Estado e do município.
Como aspecto negativo percebemos que as avaliações externas são padronizadas e não apresentam adaptações curriculares, isto é as individualidades dos educandos não são respeitadas.
As avaliações são abordadas em reuniões pedagógicas ou na formação continuada e são utilizadas como indicadores da qualidade da aprendizagem de nossa escola, por meio desta podemos analisar e traçar metas para os próximos anos bem como reforçar os conteúdos em que os alunos apresentaram resultados insatisfatórios.

Existe algum tipo de atividade voltada para essas avaliações? Como, por exemplo, organização de simulados, laboratórios ou espaços de diálogos?
Sim os professores abrem espaços para diálogos sobre a importância e o objetivo destas avaliações. Bem como a escola libera o laboratorio de informatica para os alunos que gostariam de realizar os simulados em horario contrario.

Os alunos fazem comentários sobre o Enem? Se afirmativo, em que perspectiva?
Sim, a uma preocupação visível de certos alunos em relação ao Enem, onde estes vão em busca de provas anteriores e muitas vezes pedem aos professores sobre algumas duvidas.

A organização dos planos de ensino, de alguma forma, tem levando em conta as matrizes de referência do Enem?
   Os eixos cognitivos da matriz de referencia do Enem são:
I.Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Sendo assim creio que nos professores as usamos para organizar nosso plano de ensino.