Avaliação na Educação de Jovens e Adultos - CEEBJA Paranaguá

Ao falarmos de avaliação, na EJA, é preciso considerar que muitos dos sujeitos que formam a EJA, foram excluídos da escola justamente por conta de um processo de avaliação meritocrático que não considerou suas especificidades, assim precisamos superar essa visão de avaliação para que não haja o risco de cometermos o mesmo erro duas vezes.
Segundo as diretrizes curriculares estaduais da EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e sua função antropológica – que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.
A compreensão de que o educando da EJA relacione esses conhecimentos com o mundo do trabalho e que através desta busca irá melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana é inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos, considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face às diversidades de suas características.
A avaliação educacional, nesta instituição escolar, segue orientações contidas no artigo 24, da LDBEM 9394/96, e compreendo os seguintes princípios:
• Investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
• Contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
• Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo.
• Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando.
• Permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga horária total, estabelecida para cada disciplina conforme a matriz curricular, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização poderá ser encaminhado para uma avaliação por disciplina. É vedada uma única forma de avaliação.
 
Quando se pensa em avaliação logo se imagina um instrumento que apenas medirá o conhecimento atingido pelo aluno até então, atribuindo-lhes conceitos ou notas em números.  Acreditamos que a avaliação deve ser diagnóstica, somativa, processual, qualitativa e formativa. Além de diagnosticar o aprendizado, ela também deve valorizar as ideias dos alunos. A avaliação deve ser um processo pela qual o aluno e o professor cresçam qualitativamente. 
Após discussão, chegamos à conclusão que avaliação deve ser mediadora, aquela que possibilita ao aluno construir seu conhecimento, respeitando e valorizando suas ideias, ou seja, faz com que o aluno coloque em prática toda sua vivência. O processo de aprendizagem torna-se continuo através da avaliação mediadora, uma vez que o professor possui ferramentas de intervenção adequadas para que os alunos se apropriem do conhecimento significativo, sem o sentimento de obrigação, ou seja, o aprendizado torna-se uma consequência.  

Referências:
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: n° 9394/96. Brasília: 1996
Paraná. Secretaria Estadual de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, Curitiba:2006