AVALIAÇÃO ESCOLAR, UMA PRATICA SOCIAL

AVALIAÇÃO ESCOLAR, UMA PRATICA SOCIAL

          Em análise aos materiais do MEC, SEED Pr e Diretrizes Curricular e  Projeto Político Pedagógico, da Escola percebemos a avaliação como um processo continuo que deve acontecer-nos mais diferentes formas e momentos. Com o intuito de diagnosticar grau de aprendizagem e superar dificuldades, motivando desta forma a continuidade dos estudos e um melhor desempenho escolar. Ela é continua na identificação e no mapeamento das conquistas e das dificuldades encontradas. Desta forma ela tem caráter cumulativo, processual, criteriosa e qualitativa, provocando os alunos para prosperar e progredir sempre. Ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com a função básica da escola, que é promover o acesso ao conhecimento. Deve ser considerada como um processo interativo através do quais educadores e educandos possam refletir o resultado das práticas pedagógicas e poder reorganizar um novo procedimento e um instrumento para a realização desta reflexão. Professor fazer registro das dificuldades, sucesso e fracasso de cada aluno que apresente dificuldade, propondo novas intervenções a cada caso. Avalio para saber se minha metodologia de ensino foi eficiente, ou não.
        Os critérios de avaliação escolar devem estar de acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares e do Regimento Escolar, e após cada conteúdo trabalhado, o professor deverá instigar os alunos com atividades avaliativas para verificar o grau de aprendizagem e retomar o conteúdo se necessário. Não se pode esquecer que o retorno para os alunos, sobre os resultados corretos ou esperados, é parte inseparável da prova: cada aluno precisa saber em que e por que acertou ou errou.
       Cabe ao professor oportunizar variadas metodologias para o esclarecimento de dúvidas e avanço na construção da aprendizagem pelo aluno.
       Sabe-se que na década de 80 - cf 88: procurou estabelecer relação entre a sociedade contemporânea e avaliação escolar com Implantação do processo de democratização da educação, tendo a preocupação com a garantia e a ampliação das condições de acesso e permanência dos alunos na escola. Discutindo-se uma proposta de educação compromissada com a transformação social e com a formação do cidadão. Pois havia muitas dificuldades por parte dos educadores na construção de novas práticas avaliativas, faltava domínio conceitual. O conhecimento era muito limitado sobre as diferentes formas de pensar e fazer o ensino e de promover e intervir na construção da aprendizagem. O Medo de errar e de assumir a responsabilidade pela ousadia. A Insegurança ante o desconhecido e a construção de algo novo, diferente do que já instituído. Não se acreditava nas possibilidades: de formação da escola, do ensinar dos professores, do aprender dos alunos de articular, mediar e instrumentalizar dos pedagogos.
       Com o advento da LDB/9394/96 a avaliação passa a ser contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; com possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; (classificação) de avanços nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; (reclassificação, e com  aproveitamento de estudos concluídos com êxito; (validação), com a obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
       Com a Deliberação nº 007/99 – CEE , a avaliação passa afazer  novas exigencias como: §1º A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem. §2º – A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino; (Flexibilização Curricular). No art. 5º a avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos da aprendizagem considerados a interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade dos conteúdos. E em seu Parágrafo único, diz: dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização. Em seu Art. 6º – diz que para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa. A Avaliação Contínua se estende por todo o processo de mediação e de construção da aprendizagem, fornecendo elementos para sua análise e julgamento. Pressupõe uma estrutura e uma organização curricular que possibilitem a continuidade/retomada do processo de ensino-aprendizagem, assim como formas contínuas de acompanhamento. Uma Avaliação Criteriosa pressupõe a definição clara e objetiva dos critérios utilizados para análise, julgamento de qualidade e atribuição de valor à aprendizagem. Os critérios de avaliação são elaborados a partir das expectativas político-sociais com relação à finalidade do trabalho pedagógico escolar,  à função social do conjunto de conteúdos, à abordagem metodológica e à especificidade da área do conhecimento, do nível e modalidade de ensino. Para uma Avaliação Cumulativa deve haver acompanhamento gradativo da complexidade do trabalho pedagógico e do processo de construção da aprendizagem, oferecendo elementos para análise dos avanços obtidos com relação à compreensão e reflexão sobre a realidade. Na Avaliação Qualitativa é possível perceber a capacidade de análise crítica, elaboração intelectual, estabelecimento de relações,  quantitativas (intensidade, tempo, valor, etc.).
        Segundo a Deliberação nº 007/99 – CEE O processo de recuperação deverá ser descrito no Regimento Escolar e deve permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica.
        Percebe-se que uma Concepção de Educação clara pressupõe a formação de sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade. Pois a avaliação deve proporcionar dados que permitam a promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino e a Flexibilização Curricular e uma oferta de ensino com qualidade para todos com novas alternativas para o planejamento do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como um todo
      Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de aula precisa contribuir para essa formação.
     A discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a formação dos alunos.
     O primeiro e mais importante traço de uma avaliação democrática é assegurar a possibilidade de refletir e questionar criticamente as práticas usadas pelos agentes que intervêm nos processos. Uma prática educativa que não garanta a possibilidade de refletir com liberdade sobre ela não pode ser considerada democrática. Se, como profissionais da educação, somos incapazes de avaliar as avaliações e fazer com que nossos alunos usem sua voz muitas vezes silenciada – para expressar suas dúvidas, suas inquietações, seus sentimentos e suas propostas, não podemos falar de avaliação democrática. (BATALLOSO, 2003, p.50)