Reflexão e ação- caderno Vl.
Colégio Estadual Moysés Lupion.
Avaliação Educacional.
A avaliação é um dos processos mais complexos, que nós professores nos deparamos em nosso cotidiano escolar. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a avaliação não compreende apenas o desempenho do aluno, mas também a atuação do professor, a estrutura escolar, a metodologia utilizada, as ferramentas de ensino, entre outros. Cabe também realizar a avaliação de forma contextualizada levando em consideração os temas transversais e a interdisciplinaridade, devendo levar o aluno a, além de verificar os avanços e dificuldades quanto aos conteúdos das disciplinas, garantir o resgate individual e social.
A partir dessa complexidade, consequentemente surgem inúmeros desafios. Uma delas é a relação entre avaliação e nota, ainda tão impregnada em nosso ambiente escolar. Sendo em nossa opinião contra a proposta dos PCNs, passando a ser um mero instrumento classificatório levando assim a uma desigualdade tão combatida no processo educativo. Ao mesmo tempo, o processo classificatório ainda está presente de forma muito forte em nossa sociedade, onde muitos vestibulares, concursos públicos e privados, entre outros, determinam a aprovação ou reprovação de seus candidatos.
Os professores realizam a avaliação de seus alunos com critérios relacionados a sua prática docente, ao autodidatismo, a troca de experiências com colegas, entre outros, pois não tiveram uma preparação adequada em sua formação inicial ou então em sua formação continuada. Sendo a avaliação um processo tão importante no processo educativo, porque é tão pouco explorado na capacitação dos professores? É fato que a formação inicial dos professores deixam muito a desejar quando se trata de muitos elementos relacionados aos Parâmetros Curriculares Nacionais, como por exemplo a avaliação, o trabalho interdisciplinar, a contextualização, os temas transversais, entre outros. É de extrema importância haver uma melhor preparação inicial e continuada aos professores em relação a forma de se trabalhar esses elementos.
Outro ponto preocupante é a forma que os alunos encaram a avaliação tanto educacional quanto a externa. Na avaliação educacional percebemos o interesse apenas pela nota e não pelo contexto diagnóstico que a avaliação está atrelada, isso se observa também na avaliação externa, como por exemplo o Saeb e a Prova Brasil, onde os alunos realizam a prova com um total descaso, sem nenhum interesse, pois segundo eles não vale nota. Essa falta de interesse na realização da avaliação externa se reflete de forma negativa no IDEB da escola, o qual o resultado dessa avaliação é de fundamental importância para diagnosticar inúmeros problemas relacionados ao processo educativo o qual a escola está adotando.
A avaliação deve ser um processo elaborado de forma coletiva nas escolas, pois só assim ela passa a ter um caráter diagnóstico. Esse tipo de avaliação, sendo realizado de forma contínua, cumulativa e sistemática, pode fornecer ao professor dados para repensar a sua prática pedagógica de forma significativa. É importante que a escola repense o seu método de avaliação de forma coletiva, para que ela forneça dados suficientes e se crie estratégias pedagógicas que irão levar os alunos a uma transformação social. É claro que realizar esse tipo de avaliação não é tarefa fácil, pois o nosso processo educativo ainda exige que se atribua um valor numérico para representar o desenvolvimento do aluno, o qual irá determinar a sua promoção ou a sua reprovação. Cabe a escola criar meios para contornar essa situação de forma que a avaliação se torne uma ferramenta muito importante no direcionamento de ações pedagógicas mais significativas no processo de ensino e aprendizagem.
Lenir Lopes Cabral
Carlos Eduardo de Abreu Calixto
Monique Garcia Albuquerque
Dejanete Santos
Sanzia do Pilar Machado Kruger
Josiane C. M. Cembranel
Roceleni R. Palucoski
Ewerson Carlo Cabral Santos Souza