AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO - CADERNO 6
COLÉGIO ESTADUAL CRISTO REI - FRANCISCO BELTRÃO
Acreditamos que um dos maiores desafios da avaliação educacional sejam: a) relacionar a avaliação com a função social da escola, ou seja, a construção da autonomia, da cidadania, da solidariedade, da identidade nacional e da responsabilidade social; b) articular a avaliação da aprendizagem às avaliações Institucional e Externa; c) superar a concepção de avaliação como medida, prova, classificação e hierarquização.
“Numa sociedade como a brasileira, permeada por valores privados, de sucesso individual, de mercado, de lucro e de competitividade, os instrumentos de medição de aprendizagem reforçam uma cultura de avaliação que visa “premiar e punir”, intensificar processos de individualização e competição, favorecendo a lógica da meritocracia e responsabilização individual, tanto da “competência” quanto da “empregabilidade”, dificultando a organização dos agentes escolares a partir de princípios democráticos e coletivos” (CARTA DE CAMPINAS, 2011, p. 1 apud cad.6, p.11).
Precisamos consolidar a percepção da avaliação como parte integrtante dos processos de ensino e aprendizagem com funções diagnóstica, formativa e somativa.
“O mais saliente, no entanto, é a demarcação da necessidade de consolidar uma nova cultura de avaliação, associada ao sucesso de todos os alunos, vinculada ao trabalho coletivo e ancorada em técnicas, instrumentos e procedimentos pelos quais cada aluno seja avaliado em relação a si mesmo e, simultaneamente, em relação aos colegas, fixados os critérios de um resultado satisfatório para todos”. (cad.6, p.20)
Precisamos vincular a avaliação ao desafio da aprendizagem (função formativa) e não aos mecanismos de aprovação ou reprovação. Delimitar os aspectos curriculares relevantes a serem avaliados. Assim, a avaliação educacional deve ser permanente e possui uma dimensão política. Comungamos da visão de avaliação de Lukas Mujika e Santiago Etxebarría (2009, p. 91), para os quais “avaliação é o processo de identificação, coleta e análise de informações relevantes — que podem ser quantitativas ou qualitativas — de modo sistemático, rigoroso, planejado, dirigido, objetivo, fidedigno e válido para emitir juízos de valor com base em critérios e referências, preestabelecidos para determinar o valor e o mérito do objeto educacional em questão, a fim de tomar decisões que ajudem a aperfeiçoar o objeto mencionado”. (cad.6, p. 20). Entendemos que a avaliação da aprendizagem visa igualar resultados ou, pelo menos, reduzir diferenças entre os alunos em relação aos conteúdos e competências considerados essenciais. (cad.6. p.28). De acordo com as DCEB a avaliação serve tanto para diagnosticar o “processo de ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica”. (SEED/DEB. DCEB Filosofia, 2008, p. 31)
O sentido da avaliação é “acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas”. (LIMA, 2002 apud DCEB, 2008, p. 31)
A avaliação deve se concretizar em conformidade com o Projeto Político Pedagógico e, mais
especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente e deve explicitar. “a concepção de escola e de sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a sociedade que se quer construir”. (SEED/DEB. p. 31)
“Nestas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos”. (Ibidem)
O professor deve compreender a avaliação como um projeto intencional, planejado e continuado, definindo os critérios claros e objetivos na perspectiva de orientar o ensino, explicitando propósitos e dimensões. “Assim, os critérios são um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas as etapas da ação pedagógica”. (Ibid., p. 32)
Os instrumentos de avaliação devem estar em consonância com as possibilidades teórico-metodológicas. “Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade argumentativa, a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais adequados do que uma prova objetiva”. (Ibidem)
A avaliação na perspectiva metodológica, de responsabilidade do professor, visa investigar para intervir. Contudo, a “discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo da escola”. (Ibid., p. 33)
Por ocasião da reunião do Pacto, tivemos a oportunidade de analisar vários Planos de Trabalho Docente e percebemnos uma confusão quase generalizada entre Critérios, Instrumentos e Recursos, bem como a ausência e/ou inconsistência da concepção de avaliação, indicando o pouco manuseio das Diretrizes Curriculares da disciplina, pelos docentes.
3. Dados e taxas de rendimento da escola.
O C.E. Cristo Rei, no 1º ano do Ensino Médio, tem uma taxa de reprovação acima da média nacional (11%) nas disciplinas de Línguas - Português/Literatura (14%), Sociologia (14%), Matemática (11%) e Biologia (11%). Por outro lado, a distorção Idade-Série está abaixo da média nacional, com 23% contra 31,1%. Por fim, referente à taxa de abandono, a escola está com taxa de apenas 3%, bem abaixo da média nacional que é de 9,1%. (OBS.: A escola só tem 1 primeiro ano do EM).
*O que esses dados revelam?
Os dados apontam que a escola precisa repensar coletivamente o trabalho pedagógico, principalmente no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem, à avaliação (conceito, critérios, instrumentos), à metodologia e à recuperação.
*Como esses dados são discutidos com os professores?
Os índices de avaliação foram repassados pela coordenação pedagógica aos professores a título de informação, de acordo com o cronograma da SEED.
* Existe na escola debatres sobre a relação entre as taxas de rendimento e a avaliação da aprendizagem?
Os debates foram concentrados nos pré-conselhos, conselhos de classe e reuniões com os pais.
4. As avaliações externas e a utilização dos resultados.
* Atividades voltadas para essas avaliações.
A escola realizou simulados e discussões em algumas disciplinas, a critério dos docentes.
* Referente ao ENEM.
Referente ao Enem, a escola ainda não tem o 3º ano do EM, mas vários alunos dos segundos anos demonstraram interesse, realizando questionamentos e/ou realizando as provas.
* A organização dos Planos de Ensino e as matrizes de referência do ENEM.
Por fim, os Planos de Ensino do colégio seguem as diretrizes estaduais, que são disciplinares. Talvez o estado devesse repensar esta questão.
PROBLEMA:
concepção de avaliação como medida, prova, classificação e hierarquização
AÇÕES:
*relacionar a avaliação com a função social da escola
*articular a avaliação da aprendizagem com as avaliações externas e institucionais (SAEP, SAEB, ANA, Prova Brasil, INEP...)
*consolidar a percepção da avaliação como parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem com funções diagnóstica, formativa e somativa
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