A Avaliação da Aprendizagem: Algumas Questões
INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO “DR. CAETANO MUNHOZ DA ROCHA”
• ORIENTADORA:
Andreia Maria Digiovanni Frumento
• CURSISTAS:
Amanda Gondro Celestino
Carolina Casimira Molina
Everly Lilian Domingues
Jurema Aparecida Matuichuk
Soraya Geremias Ribeiro
A Avaliação da Aprendizagem: Algumas Questões
Etapa I - Caderno VI
Reflexão e Ação
Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
– Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
– Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
– Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
– Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem.
PPP do Instituto Estadual de Educação “DR Caetano Munhoz da Rocha”
Em nosso colégio, a maioria dos alunos do Ensino Fundamental e Médio (diurno) está dentro da faixa etária que corresponde à série. Já no Ensino Médio Regular noturno e o Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, modalidade Normal, Nível Médio, os alunos encontram-se fora da faixa etária por motivos como: aproveitamento de estudos, adiamento de conclusão do curso e atraso no ingresso escolar por razões econômicas e pessoais.
O estabelecimento de ensino atende alunos com necessidades especiais na área de Deficiência Auditiva, matriculados no Ensino Fundamental, Médio e Formação de Docentes. Para tanto, conta com o apoio do Centro de Deficiência Auditiva de Paranaguá – CEDAP, com professores intérpretes de Libras, que atuam sob a orientação do Setor de Educação Especial do Núcleo Regional de Educação de Paranaguá e do DEIN/SEED. A escola oferta também uma Sala de Recursos, onde são atendidos os alunos com dificuldades não só matriculados no próprio estabelecimento, mas também alunos oriundos de outras escolas estaduais.
Escola localizada na área central da cidade, próxima ao terminal de transporte coletivo e de empresas como correio, farmácia, agências de navegação, hospitais e hipermercado. Os níveis de renda e de escolaridade são bastante heterogêneos.
Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional
ANO/E.F. MATUTINO VESPERTINO NOTURNO TOTAL
Turmas Alunos Turmas Alunos Turmas Alunos Turmas Alunos ANEE*
6º ano 03 79
7º ano 03 103
8º ano 03 106
9º ano 05 159
TOTAL 14 449
E.M.
1º ano 03 109 02 66 01 17
2º ano 04 138 01 33 01 36
3º ano 04 117 01 20 01 44
TOTAL 11 364 04 119 03 97
ED.Profissional
1º ano/semestre 02 69 04 98
2º ano/semestre 02 47 03 107
3º ano/semestre 02 67 01 17 04 112
4º ano/semestre 01 37 01 24 04 110
5ºano/semestre 04 108
TOTAL 07 220 02 41 19 535
TOTAL GERAL turmas 60 alunos 1825 NEE19 08
*ANEE = alunos com necessidades educacionais especiais
Avaliação
O Instituto Estadual de Educação “Dr. Caetano Munhoz da Rocha”, possui como filosofia à atuação efetiva na transformação de seus educandos de maneira crítica e cidadã, levando em conta os aspectos físicos, emocionais, morais, éticos, intelectuais, tecnológicos e humanos, através da construção do conhecimento.
Esta instituição de ensino prima por um ensino de qualidade em consonância com a filosofia do materialismo dialético que norteia a sua ação educativa. Para tal, é preciso ter sempre em vista a importância da elaboração de um projeto político-pedagógico fundamentado na exposição de opiniões de todos os envolvidos no processo educativo cuja liberdade de discussão, bem como a práxis consubstanciada em ações a serem implementadas, a partir desse projeto sejam prerrogativas essenciais para o alcance dos objetivos propostos.
Nossa escola objetiva preparar o aluno para a vida, através de um trabalho democrático, vincular a realidade do aluno ao processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo, portanto, sua inteligência, esperando assim, propiciar seu sucesso futuro, visando à transformação da sociedade, através da formação de um aluno crítico, criativo e independente.
O diagnóstico dos avanços e dificuldades apresentadas pelos alunos deve ser contínuo no decorrer das atividades escolares, para a intervenção necessária do professor, a fim de sanar as dificuldades que surgem na caminhada da construção do conhecimento.
Na prática de uma visão pedagógica preocupada com a transformação, o exercício da avaliação, deverá ser adequado e normatizado pela própria amplitude constitutiva desta ação, ou seja, norteado por uma visão de totalidade sobre dados relevantes, na perspectiva de encaminhar a ação e não estagná-la pela classificação. Nesse sentido a instituição de ensino deve adotar uma postura crítica e participativa tanto do professor como do aluno. O caráter interdisciplinar desta postura requer um processo coletivo de avaliação, visto que muitas atividades são integradas a partir do próprio planejamento sem que deixemos de lado a avaliação dos conteúdos específicos. Assim sendo, haverá momentos integrados de avaliação e também momentos específicos e individuais.
A avaliação é um processo pelo qual avaliadores e interessados juntos e em colaboração, criam a construção consensual de valor a respeito de algum ideal ou tema. Tal construção está sujeita a contínua reconstrução, incluindo refinamento, revisão e se necessário, substituição.
A avaliação do rendimento escolar obedecerá ao disposto na Lei nº. 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, a Deliberação nº. 07/99 – CEE, bem como às orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação. O processo de avaliação será diagnóstico, contínuo, permanente e cumulativo, objetivando os resultados e atribuições de valores. O aproveitamento escolar deverá incidir sobre o “continuum” do aluno em diferentes experiências de aprendizagem, utilizando-se de técnicas e instrumentos e sendo aplicado a todos os componentes curriculares. As realidades individuais dos alunos e dos conteúdos necessários determinarão os procedimentos adotados.
Metas que a escola pretende alcançar:
-Nortear o desenvolvimento das ações educativas;
-Incentivar o trabalho interdisciplinar situando as ligações de interações ou reciprocidade;
-Propiciar embasamento teórico-filosófico ao educador, para o cumprimento de sua tarefa;
-Organizar e dinamizar o trabalho coletivo dos que participam da comunidade interna e externa da escola, para a construção do êxito.
-Construir sua identidade com autonomia e responsabilidade, para a implementação da proposta pedagógica;
-Garantir ao aluno o acesso, permanência e sucesso na escola;
-Aprimorar e aprofundar a formação do educando, para que seja capaz de decidir seus próprios caminhos, oportunizando a formação de cidadãos, autônomos e críticos;
-Integrar o conhecimento científico as diversas áreas do saber, levando em conta os aspectos sociais;
-Propiciar a aquisição de conteúdos e metodologias de ensino, que contemplem aspectos interativos, na perspectiva de estimular o saber sistematizado;
-Estabelecer a integração escola-comunidade, visando o fortalecimento da instituição.
-Incluir os alunos com necessidades especiais, propondo adaptações curriculares e procedimentos adequados conforme as especificidades.
Compreensão de avaliação e recuperação
De acordo com a Deliberação nº. 07/99 – CEE, “a avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados”. Partindo do princípio de que a avaliação é contínua, processual e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, considera-se que começa a partir do relacionamento professor – aluno e está presente em todo processo ensino – aprendizagem. Para que se faça o acompanhamento do desempenho e do progresso do aluno é necessário que o professor registre os resultados de todas as atividades realizadas, seus avanços e dificuldades que nortearão a prática docente.
A avaliação é concebida como um instrumento para aferir o que o aluno aprendeu ou não e assim repensar estratégias para que supra as necessidades ou falhas. Não se aceita mais a avaliação como mera contagem de acertos e erros, na utilização de resultados para classificar e selecionar os alunos, afastando da aprendizagem escolar justamente os que mais precisam dela, aqueles que se originam de grupos sociais mais desfavorecidos e distantes da cultura escolar. A avaliação deve ser um instrumento de aprendizagem e não de reprovação. Deve ser vista como parte integrante da aprendizagem, aplicada de formar contínua e centralizada no desempenho do aluno e não meramente classificatória, mas sim, um processo cuja função seja o permanente diagnóstico e acompanhamento do processo pedagógico, avaliando, portanto, o educando, o professor, o método, a escola e o sistema escolar.
Para avaliar é preciso ter em mente os objetivos a serem alcançados, o que se fará a partir do que está sendo avaliado. Assim, cada professor deve explicitar, claramente, para si próprio, o que espera que os alunos alcancem. E os alunos também devem saber, a cada passo, o que se espera deles.
É preciso observar atentamente o desempenho dos alunos no desenvolvimento das atividades. E anotar as observações que se fizerem necessárias. O registro, além de poderoso auxiliar da memória, ajuda a organizar o pensamento e estimula a reflexão sobre a prática pedagógica, propiciando uma visão geral do trabalho desenvolvido, direcionando a organização da sequência do ensino para toda a classe, levando-se em conta as especificidades de cada um.
Entendendo a avaliação como um processo contínuo, participativo e fomentador da compreensão do sujeito em sua totalidade, pode-se dizer que representa instrumento de reflexão, de diagnose, de realimentação e de ponto de partida para uma ação voltada ao homem, devendo estar em sintonia direta com os princípios propostos e que expressam a perspectiva histórico-crítica visando fornecer ao professor melhor informação que permita – lhe compreender as necessidades de cada aluno e entendê-lo nas suas relações.
A avaliação é um processo pelo qual avaliadores e interessados juntos e em colaboração, criam a construção consensual de valor a respeito de algum ideal ou tema. Tal construção está sujeita a contínua reconstrução, incluindo refinamento, revisão e se necessário, substituição.
De acordo com o regimento escolar a recuperação de estudos será assim oferecida:
Art.128º A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos.Art.129º A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem.Art.130º A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados. Parágrafo Único - A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina.
Forma do processo de avaliação e o seu registro
Os critérios de avaliação adotados pelo estabelecimento de ensino serão desenvolvidos de forma diagnóstica, no decorrer do ano letivo. Os instrumentos utilizados para obtenção dos resultados da avaliação estarão contemplados nos planejamentos dos professores, obedecendo ao que foi estabelecido no Projeto Político–Pedagógico.
A forma de registro avaliativo adotado pela instituição de ensino, será através de notas bimestrais, computadas através da soma de todos os resultados obtidos no decorrer do bimestre, ficando estabelecido o valor 10,0 (dez vírgula zero) para testes, provas orais e escritas, trabalhos, pesquisas, tarefas, atividades em sala de aula e demais atividades individuais e grupais, não sendo permitida a utilização de uma única forma de avaliação.
Serão utilizados com instrumentos de avaliação:
- Provas, testes, trabalhos, atividades de classe;
- Realização de leituras individuais e coletivas em sala de aula, na biblioteca e em casa;
- Interpretações, exercícios, resolução de problemas;
- Descrições, relatórios, questionários, arguições, seminários;
- Pesquisas bibliográficas, pesquisas de campo individuais e em grupo;
- Aulas práticas, planejadas e agendadas com antecedência pelo professor e equipe pedagógica.
Os critérios para aprovação serão definidos após a apuração dos resultados de rendimento e assiduidade. Será considerado aprovado quanto ao rendimento: o aluno que ao final do ano apresentar frequência igual ou superior a 75% e média igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), obtida pela média aritmética simples dos quatro bimestres, conforme a síntese abaixo descrita:
1º B + 2º B + 3º B + 4º B = 6,0
4
O aluno com frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento), será considerado reprovado, independentemente da média obtida por ele no decorrer do ano letivo.
O discente com frequência igual ou superior a 75% mas com média inferior a 6,0 (seis vírgula zero), poderá ser avaliado pelo Conselho de Classe, que definirá pela sua aprovação ou reprovação, conforme condições de acompanhar a série seguinte.
Procedimentos de intervenção didática
De acordo com Lei nº. 9394/96 – LDB e a Deliberação nº. 09/01 – CEE, o estabelecimento, como estratégia de intervenção pedagógica, poderá utilizar – se dos seguintes procedimentos: Aproveitamento de Estudos, Classificação, Reclassificação de Estudos e Adaptação de Estudos,
Procedimentos de intervenção didática: recuperação de estudos
A recuperação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem e tem como princípio básico o respeito às diferentes características e ritmos de aprendizagem dos alunos para superar as dificuldades nos conteúdos não apreendidos. A recuperação ocorrerá de forma paralela e a nota atribuída será substituída prevalecendo sempre a maior. Nas somatórias das recuperações o professor dará oportunidade ao aluno de atingir dez pontos referente à totalidade bimestral, que será de 100% do conteúdo para 100% dos alunos.
. Os professores usarão diversos instrumentos de recuperação para que o aluno obtenha sucesso na aprendizagem dos conteúdos. Os encaminhamentos metodológicos para esse momento serão: seminários, pesquisas, debates, exercícios de sala de aula, análise de textos e provas orais ou escritas, individuais ou coletivas.
Os docentes deverão avaliar avanços obtidos pelos discentes e redirecionar o trabalho pedagógico quando as dificuldades persistirem.
A proposta de recuperação deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento do aluno for considerado insatisfatório. O processo de recuperação deverá ser descrito no regimento escolar, ficando o Estabelecimento de Ensino responsável em proporcionar recuperação de estudos, preferencialmente concomitante ao período letivo, assegurando as condições pedagógicas definidas no Artigo 95 da Deliberação nº. 07/99 – CEE
Processos de classificação
De acordo com Lei nº. 9394/96 – LDB e a Deliberação nº. 09/01 – CEE, o estabelecimento, como estratégia de intervenção pedagógica, poderá utilizar – se dos seguintes procedimentos:
Entendendo a necessidade de proporcionar ao aluno matricular-se na série adequada ao seu grau de desenvolvimento e de conhecimento, considerando sua faixa etária, o colégio adota o processo de Classificação.
O processo cognitivo não se restringe as instituições de ensino, ele também acontece nos meios informais, aliados à idade, experiências e habilidades de cada um, assim, segundo critérios próprios o colégio poderá proceder a Classificação em três casos específicos:
1º - Por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento a série anterior na própria escola;
2º - Por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas do país ou do exterior, considerando a Classificação na escola de origem;
3º - Independentemente de escolarização anterior mediante avaliação feita pela Escola que defina o grau de desenvolvimento e a experiência do aluno.
Assim, a classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e o colégio tomará as medidas abaixo para garantir o direito de todos os envolvidos no processo:
a) Proceder à avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe pedagógica;
b) Comunicar ao aluno ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, sendo necessário verificar a compatibilidade idade-série, os conhecimentos, envolvendo três áreas do conhecimento: linguagens, exatas e humanas. Será comunicado também a data, local e hora da avaliação e a data do resultado;
c) Organizar comissão formada por docentes, equipe pedagógica e presididas pela direção geral para efetivar o processo que ainda deverá constar: cronograma, instrumento de avaliação, correção, expedição do resultado final informando a série a que o aluno estará apto a cursar.
d) Arquivar atas, provas, trabalhos e outros instrumentos utilizados na pasta individual do aluno;
e) Registrar os resultados do processo de Classificação no relatório final e no histórico escolar do aluno.
Reclassificação
De acordo com a Instrução 020/08, o processo de Reclassificação objetiva avaliar o grau de experiência e conhecimento do aluno matriculado, diferente do processo de Classificação, mas ambos têm de encaminhar o aluno à etapa de estudos compatível com sua experiência e desempenho. Portanto, não é permitida a Reclassificação para uma etapa inferior à anteriormente cursada.
O processo de reclassificação não poderá ser aplicado aos alunos da 8ª. Série do Ensino Fundamental, da 3ª. Série do Ensino Médio, do 4º. Ano do Curso Normal a Nível Médio ou equivalente, considerando que estas configuram o final de cada nível da Educação Básica, devendo ser cursada integralmente.
A Reclassificação para Alunos Superdotados têm o objetivo de dar ao educando a oportunidade de aceleração de estudos caso este se enquadre nessa situação. O processo deverá ser realizado em consenso entre professores, equipe técnico – pedagógica da escola e a família, bem como assessorada pela Equipe de Educação Especial do Núcleo Regional de Educação.
Compreensão de Conselho de Classe
O Conselho de Classe é o espaço definido formalmente para avaliação do bimestre. Essa avaliação compreende o trabalho desenvolvido pelo professor em termos concretos quanto à metodologia, conteúdos e o próprio sistema de avaliação, que corresponde ao resultado obtido pelos alunos transformados em notas.
No Conselho de Classe o professor deve avaliar seu próprio trabalho, através da visão do desenvolvimento coletivo e individual da turma, revendo a sua prática e estabelecendo metas e prioridades para continuidade do seu trabalho.
AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Deve ser contínua e possibilitar os ajustes das ações propostas pela comunidade escolar e sua adequação aos dispositivos legais. Todo início de ano o Projeto Político Pedagógico deverá ser encaminhado ao Núcleo Regional de Educação para análise de sua legalidade com ata de aprovação do Conselho Escolar.
Instrumentos de avalição mais utilizados, de acordo com o Plano de Trabalho Docente, no Instituto Estadual de Educação. Dr. Caetano Munhoz da Rocha
Disciplinas:
Língua Portuguesa- Leitura compreensiva de texto, produção de texto, questões discursivas e objetivas e prova escrita, pesquisa e atividades diárias.
Arte- Trabalhos em grupo, atividades diárias, releitura e leitura compreensiva.
Ciências- Relatório de vídeos, trabalho em grupo, provas e seminários.
História- Provas, pesquisas, compreensão de texto.
Geografia- Relatório de vídeo, trabalho em grupo, relatório da aula de campo, seminários e debates.
Inglês- Provas escritas, atividades orais, trabalhos individuais e em grupo.
Ensino Religioso- Debates e produção de texto.
Matemática- Prova escrita, trabalho em grupo, seminário.
Biologia- Relatório de aula prática, provas escritas, debate em grupo.
Química- Provas escrita, redação, relatório de experimento.
Sociologia- Prova escrita, seminário e relatório de aula prática.
Educação Física- Atividade prática, atividade em sala, prova e pesquisa.
Física- Prova escrita.
Quando pensamos em avaliação com nossos alunos devemos sempre fazer os seguintes questionamentos:
Porque estou ensinado esse conteúdo? Qual o resultado é esperado? Como esse resultado se relaciona com o que vou ensinar amanhã e com o que meus alunos precisam saber para continuarem aprendendo nos anos subsequentes?
Lembrando que muitas vezes temos muitos alunos e quase nenhum estudante e que esse quadro precisa ser revertido.
É necessário que criemos cidadãos críticos e não meros copiadores. O que se vê hoje são alunos mais preocupados em “tirar nota” do que aprender. Essa situação foi muito bem retratada por Gabriel O Pensador na música com o título “10 na prova” muito escutada pelos adolescentes e jovens, em que lemos : “Mãe tirei um 10 na prova, mãe tirei um 100 quero ver quem me reprova. Estudei toda lição não aprendi nada de bom, mas tirei 10 na prova”. Exatamente como pensam nossos alunos. Diante disso, é importante buscar maneiras diferentes de avaliar, unindo o conhecimento científico a tecnologias e criatividade.
O professor é visto, muitas vezes como o vilão. Quem é o professor? É o JUIZ que vai decidir a sentença (“vou passar de ano ou não?”); é o PROMOTOR, o acusador (“Pô, fessor! Essa prova tá mó difícil”); é o POLICIAL que não deixa colar ou até o CARCEREIRO que vai mantê-lo preso certo número de horas por dia.
Para mudar esse quadro, os educandos devem ser avaliados diariamente, não que seja necessário abolir a prova, podemos também fazer avaliações escritas, pois elas, muitas vezes, são necessárias para a fixação do conteúdo e aprendizagem da língua escrita. Todas as disciplinas devem trabalhar a elaboração de textos e leitura. O debate também é importante para desenvolver o senso crítico e a oralidade.
Leia-se agora um exemplo de aula e a avaliação dela: Aula sugestiva para o 3º ano do Ensino Médio a partir da música de Zé Ramalho, O meu país:
O Meu País
Zé Ramalho
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo
Encaminhamento metodológico:
Geografia- Dividir a turma em duas equipes uma defendendo o governo e os programas governamentais para garantir a assistência aos menos favorecidos; outra equipe tratando da corrupção e contra o governo.
Depois do debate dos grupos, avaliar o desempenho das equipes e o trabalho dividido entre eles.
Desenhar o mapa do Brasil, dividi-lo por regiões e classificar os estados e capitais.
Artes- Fazer um vídeo com a letra da música acima e colocar fotos relacionadas.
Língua Portuguesa- Leitura compreensiva da letra de música e análise linguística da variedade da língua.
Matemática- Pesquisar e produzir um gráfico do Brasil em que se ressalte as regiões mais carentes.
História- Pesquisar sobre os Presidentes do Brasil nas últimas décadas e seus principais feitos.
Filosofia- Pesquisa das leis brasileiras contra o preconceito e a corrupção.
Sociologia- Entrevista com os próprios colegas sobre como se sentem em morar no Brasil, e fazer frases de protesto ou de incentivo para colocar no mural da escola.
Inglês- Escrever frases em inglês em combate ao que a música está protestando.
Nem todas as disciplinas foram envolvidas, mas o sistema de avaliação foi feito, todos falando a mesma linguagem e com certeza o assunto ficará esclarecido. E deixando os questionamentos feitos no início do texto bem esclarecidos, e acompanhando o que o projeto da escola planejou para formar cidadãos pensantes. Refletindo que a Instituição Escolar deve sempre se autoavaliar em todos os seguimentos.
Referências Bibliográficas
___________________. Projeto Político Pedagógico – Instituto Estadual de Educação “Dr. Caetano Munhoz da Rocha”. 2014
LEMOV, DOUG. Aula nota 10. – São Paulo: Ed. Saraiva, 2012
PIAZZI, PIERLUIGI. Aprendendo inteligência : manual de instruções do cérebro para alunos em geral -- 2. ed. rev. -- São Paulo : Aleph, 2008. -- (Coleção neuropedagogia ; vol. 1)
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