AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO

Profª. Ana Clara Bruschi

Profª. Kátia Regina Dalri Abdala

Profª. Luciana M. Bellanda Mello

Profº. Nelson da Silva Aguiar

Profº. Robinson de Souza Rodrigues

Profª. Tania A Lopes

 

1.DESAFIOS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

 

O Processo de avaliação durante a formação de parte do nosso grupo foi caracterizado como seletivo e classificatório, no qual o aluno poderia ser incluído ou excluído do ambiente educacional. A avaliação muitas vezes era utilizada como simples atribuição de notas ou punição. A função da educação ficaria restrita apenas a obrigação de transmitir conhecimentos, e o aluno medido pelo número de informações que conseguisse memorizar.

Atualmente acreditamos que o processo avaliativo aconteça de forma processual e continua, respeitando a individualidade e as diferenças entre os alunos. Cabe ao professor desenvolver a sua consciência de como o seu papel é essencial para a expansão e a utilização da avaliação como um processo que auxilie o aluno na construção do conhecimento, possibilitando ao professor agir face aos resultados, replanejando o seu trabalho.

O professor deve estar consciente de que as mudanças de metodologias se fazem necessárias constantemente para envolver o máximo de alunos no processo, enquanto a avaliação continua e processual verifica as mudanças qualitativas e quantitativas da aprendizagem.

A avaliação deve ser utilizada como um recurso da prática educativa, prevalecendo sempre a qualidade. Esta é uma forma eficiente de acompanhar o desenvolvimento do ensino em sala de aula.

Diante disso, é constatado que ainda restam alguns desafios a serem superados como é o caso de uma comunicação mais esclarecida entre os entes avaliativos; e de uma formação mais aprofundada na linha da conscientização dos profissionais envolvidos e dos titulares do poder político ou de comando. É nesse sentido o de vislumbrar uma maior qualificação no ensino através da avaliação que dispomos de forças para quebrar estas barreiras as vezes tendenciosas e as vezes unívoca, que perpassam os caminhos da educação.

 

2.AVALIAÇÃO NO PPP

 

Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino do Colégio Estadual Polivalente de Curitiba, identificamos os seguintes elementos relacionados à avaliação: – Definição de avaliação da aprendizagem: A avaliação deve ser compreendida como um conjunto de atuações que têm a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica e que permite ao professor estudar e interpretar os dados da aprendizagem e do seu próprio trabalho e assim tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem. Além disso, deverá proporcionar dados para que a Escola promova a reformulação do currículo, do planejamento escolar e do sistema de ensino como um todo.

– Instrumentos e procedimentos mais utilizados: A avaliação será diagnóstica, contínua, permanente e cumulativa, com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos. O desempenho do aluno será acompanhado pelo professor nas diferentes situações de aprendizagem, utilizando teoria e instrumentos diversificados. Na avaliação, a individualidade do aluno e o domínio dos conteúdos deverão ser assegurados, evitando a comparação dos alunos entre si. Os aspectos qualitativos da aprendizagem deverão preponderar sobre os quantitativos, considerando a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade dos conteúdos, atividade crítica, capacidade de síntese e elaboração pessoal, sobre a memorização.

– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação: O Sistema de Avaliação é Bimestral, conforme o Regimento Escolar. Forma de Registro da Avaliação: I. Prova 1 valor 3,0 Trabalho 1 valor 2,0 II. Prova 2 valor 3,0 Trabalho 2 valor 2,0 A recuperação deverá ser de 100% (cem por cento), podendo ser a mesma realizada após cada uma das avaliações acima ou duas recuperações de valor 5,0.

– Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo: Pré-conselho e Conselho de Classe bimestralmente. Será registrado em fichas específica e posteriormente utilizadas para análise. Após a realização do Pré-Conselho e Conselho de Classe serão feitas devolutiva aos alunos e pais para procedimentos necessários. Participantes: professores, equipe pedagógica, direção e secretaria.

– Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem: Verifica-se de acordo com o projeto político pedagógico que a avaliação deverá subsidiar o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para os alunos, é um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para o colégio, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.

 

3.AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E AVALIAÇÕES EXTERNAS

 

Nas últimas semanas pedagógicas e encontros de Formação em Ação, foram discutidos os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e do Sistema de Avaliação da Educação Básica no Paraná (Saep). Essas discussões foram pautadas nos índices apresentados e, na última Formação em Ação (2014), a escola recebeu os resultados, inclusive por aluno, do Saep de 2012. A reflexão a partir desses resultados pode ser muito proveitosa para a avaliação institucional e para definir as ações do colegiado para sanar os problemas evidenciados pelos mesmos.

Como aspecto potencialmente positivo, podemos considerar que, com as avaliações externas, a gestão de escolas e redes passa a incorporar indicadores de desempenho como mais um elemento para o conhecimento de suas realidades e, assim, pode estabelecer metas mais precisas e elencar prioridades de intervenção parametrizadas numa realidade mais ampla, envolvendo a comparação, a depender da avaliação externa referenciada, com resultados do País, do Estado e do município. (Caderno VI – p. 43)

No Colégio Estadual Polivalente de Curitiba, no ensino médio, regular e EJA, não é feita nenhuma atividade voltada para as avaliações externas, salvo alguma iniciativa individual de professores que utilizam questões ou comentam conteúdos que fizeram parte dessas avaliações. Poucos alunos comentam a respeito do ENEM e os que comentam são, geralmente, os que fizeram a prova e querem tirar alguma dúvida ou comentam como foi seu desempenho, isso quando fazem algum comentário. Entre os alunos da EJA, o comentário que mais aparece, geralmente é com relação a alunos que concluíram o ensino médio com o ENEM, pois (...) é investido de substituto ao Exame Nacional de Certificação de Competências na Educação de Jovens e Adultos (Encceja), permitindo a equivalência do ensino médio em função do desempenho nas provas, igualmente com potenciais impactos na oferta de EJA. (Caderno VI – p. 48)

Essa equivalência do ensino médio em função do desempenho nas provas faz com que muitos alunos parem os seus estudos para esperar pelo ENEM e, assim, tentar concluí-los em uma única prova, sem o tempo e o processo e dedicação necessários.

A escola não deve, conforme citado no texto do Caderno VI, p. 42, (...) considerar a hipótese de que algumas escolas tenda-se a ensinar, concentradamente, o que constitui os objetos de avaliação – leitura e resolução de problemas – e no formato da prova – com itens de múltipla escolha –, o que seria configurar um reducionismo curricular e didático.

Porém, ela deve estabelecer um equilíbrio, pois o ENEM, por exemplo, é uma avaliação muito importante para os alunos, pois os seus resultados poderão ser utilizados para concessão de bolsas na educação superior privada, via o Programa Universidade para Todos (Prouni); como complemento de vestibulares tradicionais em universidades federais e estaduais; etc.

Apesar de alunos verem o ENEM apenas com o objetivo de eliminação rápida do Ensino Médio, outros o enxergam como uma possibilidade de inserção na universidade, assim a escola deve ter o compromisso de trabalhar aspectos desse exame, não concentradamente, mas abrir para discussão e até mesmo para a realização de atividades que possam prepará-los para tal objetivo.

 

REFERÊNCIAS

 

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno VI: avaliação no ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Ocimar Alavarse, Gabriel Gabrowski]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.