AVALIAÇÃO

CADERNO VI – TEMA AVALIAÇÃO

Grupo de Estudos do Colégio João Paulo II
Arnaldo de Brito, Ana Cristina Scorupa, Cirlene Ribeiro da Luz Damasceno, Claudilene Zirondi Sardanha, Eliane Bento de Carvalho, Evania Aguerra Golmini da Silva, Iolanda Champoski, Marcia Novacki, Marcia Paulli, Nelson Pereira, Sonia Regina Cordeiro Silva e Theodoro Lutemberg de Souza

Muito já se discutiu, muito já se produziu em termos de avaliação, entretanto, percebesse que os avanços não atingem o “chão” da sala de aula. A avaliação continua representando, ao mesmo tempo, o “nó” do processo ensino aprendizagem, mas também pode e deve indicar caminhos que conduzam professores a adquirir um olhar diferente, no sentido de entender o aluno como sujeito, cidadão autônomo e crítico de seu processo de desenvolvimento.
A avaliação é um dos pontos mais divergentes quando tratamos de mensurar a qualidade de ensino já que fica cada vez mais complexo a definir se as competências foram assimiladas ou não. Ter modelos de avaliação que sejam elaborados com objetivo denotas demonstra que ainda estamos longe de ter ferramentas que avaliem realmente o processo de ensino aprendizagem com eficiência. Não há um modelo pronto até porque ao avaliarmos pessoas estamos avaliando percepções diferentes sobre um mesmo assunto pois, os indivíduos são diferentes e tem construções de conhecimento que são embasados de suas experiências anteriores o que demonstra que os instrumentos de avaliação diretos formais ou não formais podem levar a resultados que não expressem a realidade.
A avaliação do ponto de visto do aluno ainda é vista como uma opressão do sistema de ensino-professor- já que a nota obtida é o resultado visível da relação aluno professor que atualmente é muito conflitante, e no momento da avaliação o aluno sente-se pressionado, pois, ainda temos professor que usam a avaliação como instrumento de disciplina o que não é sua função já que a avaliação deve ser usada como ferramenta tanto para o aluno para que ele possa refletir seus progressos como para o professor que reflita sobre suas estratégias estão alcançando os objetivos esperados.
É uma situação que exige muito bom senso de ambos os lados para que conflitos gerados no decorrer de aulas não se reflitam na aprendizagem, principalmente pelo professor que é o responsável pela mediação, em sala de aula, entre os conteúdos a serem ministrados e os interesses dos alunos o que nem sempre é possível.
Nesse ponto a autonomia dos professores em estabelecer qual o modelo de avaliação é o mais adequado já que como os alunos tem perfis diferentes é importante ter avaliações que atendam os diferentes perfis buscando dessa forma contemplar de forma ampla todos os alunos e suas características.
Nessa autonomia é importante que os critérios de avaliação sejam bem claros até para que o aluno compreenda como serão realizadas as avaliações formais e não formais e o que se espera além do resultado – nota ou conceito- para que não haja conflito no momento de divulgação dos resultados e que o professor compreenda que essa também é uma oportunidade de se auto-avaliar sobre seus critérios e se estão em consonância com os objetivos propostos. Foi o tempo em que o compromisso da escola era apenas o da transmissão do conhecimento e a mera assimilação pelo aluno através da memorização.  Hoje, a escola e seus professores necessitam apresentar outra concepção, entendimento outro de sua função e  o olhar de seus alunos. Nesse sentido o processo de avaliação deve ser entendido como contribuição para melhorar aquilo que o sujeito se propõem a fazer, o que implica ter clareza em saber o que se quer enquanto professor e onde se espera que o aluno chega e o que pode alcançar.
A avaliação nos remete necessariamente a que visão de mundo sociedade, homem, de escola temos. Pela analise apresentada até então percebemos uma concepção de avaliação autoritária, excludente, e punitiva com longa duração. E a concepção de avaliação que buscamos deve ter cunho democrático, formativo e emancipadora do ser humano como cidadão. Nesse caráter a avaliação passa a se constituir numa atividade de acompanhamento constante e transformação do processo de ensino aprendizagem, através da observação, análise, registro, reflexão sobre o que foi observado e registrado, comunicação dos resultados e tomada de decisão para atingir os objetivos pré estabelecidos e superar a fase experimental, procurando atingir patamares de maior qualidade.
Concebendo a avaliação como um juízo de qualidade sobre os dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão, três variáveis devem estar sempre juntas e presentes, para que o ato de avaliar cumpra o seu papel: 1º Juízo de qualidade; 2º dados relevantes da realidade e 3º tomada de decisão.