Desafios na Organização do Trabalho Pedagógico
Grupo de Estudos Colégio Estadual “José Bonifácio” / Paranaguá – PR
Professores: André Domingos C. Carvalho, Claudia Regina R. A. de Souza, Dinair E. Alves, Eduardo F. Nascimento, Elenice Lenartoviscz, Josiane de F. F. Pereira, Maria Helena Silva, Maria do Rocio Correa, Regina Alves Correa, Ricardo L. Soares Fº e Sueli Delorenci.
Orientadora: Antonia Eudinéia B. Melo.
Entre os problemas que afetam o cotidiano escolar, observamos o desconhecimento das realidades, interesses e desejos do público presente na escola. Isso acaba resultando em dificuldades para elaboração de planejamentos capazes de atender as diferenças e pluralidades existentes no ambiente escolar. A transformação dessa situação se faz necessária, com novas ações pensadas considerando as diferentes condições dos sujeitos, possibilitando a concreta efetivação da gestão democrática representativa, com vistas à participativa. Também temos que buscar a melhoria no processo de comunicação no ambiente escolar e a implementação de condições para realização do planejamento pedagógico coletivo, permitindo superar os mecanismos retrógrados de funcionamento da escola.
Considerando o aumento de problemas ocorridos pela manutenção do modelo tradicional devemos ter um novo olhar sobre a diversidade, visualizando as condições existentes que ficam camufladas no cotidiano e na rotina das ações realizadas frequentemente na escola. Os aspectos que devem ser considerados nesse cenário são as realidades existentes, o processo histórico e as condições de vida dos estudantes atendidos na escola atualmente. Isso implica nos direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano, articulado ao reconhecimento das juventudes e às influências docentes, na busca pela superação dos desafios. ”A aprendizagem da assunção do sujeito é incompatível com o treinamento pragmático ou com o elitismo autoritário dos que se pensam donos da verdade e do saber articulado” (Paulo Freire, p. 42; 1996).
É preciso colaborar na construção do conhecimento de toda comunidade escolar, não apenas dos estudantes que se adaptam as atuais condições de funcionamento da escola. A escola precisa evitar a manutenção das práticas repetitivas do uso da autoridade ou de ações realizadas sem diálogo para que ocorram esclarecimentos. Sempre deve existir espaço para questionamentos, devendo haver discussões, sem desavenças pessoais. Questões levantadas não devem ser encaradas como imposição ou críticas, mas como sugestões para mudanças significativas na organização do trabalho pedagógico.
A reescrita dos documentos norteadores da escola, discutindo as mudanças necessárias, também é um desafio, sendo necessário um conhecimento básico sobre gestão democrática que deve ser repassado para toda comunidade. Os estudantes precisam conhecer a história da educação no Brasil para entender as condições previstas atualmente, pois é importante a participação consciente deles nas discussões sobre as questões da escola.
Promover uma escola mais atrativa, que permita o empoderamento com envolvimento e comprometimento relativo às discussões referentes à gestão escolar, tem que ser um objetivo perseguido pelos educadores, dando ênfase ao respeito mútuo entre todos frequentadores da escola.
Ouvindo os estudantes será possível considerar as necessidades da comunidade e almejar uma escola que prepare para uma formação humana integral, priorizando o desenvolvimento do conhecimento, poderemos alterar o panorama de notas baixas, evasão escolar, indisciplina, gerando pouca aprendizagem e resultados insuficientes.
Contudo a melhoria da estrutura física e administrativa da escola é essencial, passando pelos órgãos colegiados e principalmente no conselho de classe, para que este seja participativo e aconteça mais voltado a discussões sobre o aprendizado. Estando relacionado com o desenvolvimento de um trabalho pedagógico que leve a um melhor resultado no rendimento escolar.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, Saberes necessários à prática educativa, 31ª Edição, Paz e Terra - Coleção Leitura, 1996.