ATIVIDADES DO CADERNO II – O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO- C.E.Grautilo de Freitas - Guaratuba
ATIVIDADES DO CADERNO II – O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO
GRUPO DE ESTUDO – PARTICIPAÇÃO: Jorgete Maria Zewe Gemin(Orientadora); professores:Alex, Alessandra, Marilene, Jael, Sheila, Jaqueline, Gabrielle, Beatriz, Célio, Liliana, Suzi, Laura e Rubens
Durante os estudos do caderno 2 o grupo estabeleceu como orientação visual o mapa conceitual que segue, o mesmo serviu de apoio as discussões e contribuições representando a síntese do texto e das atividades.
Porém em relação as atividades de reflexão e ação, o grupo decidiu destacar as seguintes contribuições que constituem partes das notas individuais de alguns colegas participantes.
REFLEXÃO E AÇÃO I
Iniciamos nosso diálogo falando do “jogo de culpados” na escola. Como “virar este jogo” e construir novos relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes? Em sua percepção, faz sentido esta afirmação de que professores e jovens se culpam mutuamente e os dois lados parecem não saber muito bem para que serve a escola nos dias de hoje? Que tal promover uma conversa na escola sobre a questão dos sentidos do estar na escola para professores e estudantes? E por que não elaborar estratégias para promover o reconhecimento mútuo? Por exemplo, você pode elaborar mapas das identidades culturais juvenis do bairro; redigir cartas aos jovens estudantes para que eles se revelem além de suas identidades uniformizadas de alunos; promover jogos de apresentação na sala de aula, dentre outras atividades. E em quais outras iniciativas podemos pensar para ampliar o campo de conhecimento sobre quem são eles e elas que estudam e vivem a escola? Buscar perceber como os jovens estudantes constroem o seu modo próprio de ser jovem é um passo para compreender suas experiências, necessidades e expectativas.
Colaboração das professoras Sheila e Jaqueline
Para se pensar o jovem do Ensino Médio, é preciso se refletir como a escola tem realizado a sua função social que é transmitir os conhecimentos sócio-culturais as gerações. Observa-se que a escola neste longo período passou por várias transformações em que se pensou que autonomia se dar aos professores e alunos nestas construções. Percebe-se claramente, a mudança tanto do professor como do alunado. O professor em busca da sua autoridade perdida e o aluno a procura de um diferenciado que mostrasse as suas inquietações.Penso que não houve culpados nesta relação, apenas desacertos em virtude das políticas pedagógicas que exigiram do professor uma posição diante de tais concepções.Os professores na sua maioria, não perceberam a transição desse jovem, que de submisso passou a reivindicar o seu papel na sociedade. Segundo Oliveira e Tomazetti, desde as décadas anteriores, professores e gestores escolares, prosseguem ignorando as novas linguagens de seus alunos e suas formas de interação possibilitadas pela disseminação das novas mídias, o quem vem redundar em desvinculação do ensino e utilização do espaço da sala de aula como forma de lazer ou “zoação”, rolos e paqueras.
Com o propósito de conhecer melhor esta relação, elaboramos um trabalho de conhecimento desse jovem do Curso de Formação desde o 1º ao 4º ano, onde a estratégia principal é fazer um diagnóstico que coloque o jovem como sujeito e exponha as suas expectativas quanto ao futuro. Ficamos satisfeitas com o trabalho realizado , no 1º ano, jovens entre 14 e 15 anos, foi realizado o trabalho com o título: O jovem e a Tecnologia; no 2º ano ( 16 anos ) : Ser jovem é...; no 3º ano ( 17 anos ) : A Imagem que o jovem passa; e no 4º ano : O jovem,a sociedade e o seu futuro ( 17- 18 anos ) .
Analisamos os resultados da seguinte forma : o cenário juvenil gerado foi de uma juventude, cheia de conflitos, responsabilidades, inquietações , experiências e vícios nocivos decorrentes da própria sociedade atual e pelos efeitos da globalização desenfreada de todo o sistema, que tem se modificado consubstanciosamente e gerado um abismo relacional com o mundo adulto que vem dificultando sobremaneira a vinculação às atividades escolares (OBIOLS, 2002 ),2006;BALARDINI 2000 ) onde os professores suas tradicionais formas de ministrar aulas mostram-se ineficazes e improdutivos.
Colaboração da Professora Beatriz.
Segundo pesquisa recente realizada pela USP, para os alunos a escola não é lugar para aprender, mas, sim, para se preparar para o mercado de trabalho. A maioria está desmotivada devido a forma com que recebem os conteúdos. Eles não aprendem a trabalhar em grupo pela forma individual (ouvir e devolver em forma de provas) o que receberam de ensinamento. Perdem a capacidade de interagir com os colegas deixando o aprendizado enfadonho. Turmas numerosas e falta de interatividade entre professores dificultam as práticas pedagógicas. Numa entrevista com BERNARD CHARLOT (professor Francês e atual professor visitante nacional sênior (bolsa Capes) na Universidade Federal de Sergipe) este confirma que o aluno acredita ser necessário ir à escola para passar de ano e, assim conseguir um bom emprego para ser bem sucedido profissionalmente. Este não entende o “por que” do aprendizado de tantos conteúdos. Segundo Charlot, a informação, circula muito rápido e por muitos veículos de comunicação, por isso a aula precisa ser interessante. Se for chata, o aluno não vai acompanhar ou, no máximo, vai apenas memorizar para se sair bem na prova. Não adianta também achar que só com a informática ele vai aprender melhor. A juventude tem mais acesso às informações, porém isso não significa acesso ao saber. Este precisa ser dirigido ou o que pesquisa fica vago e sem sentido. Segundo Charlot, o “professor de informações” está historicamente morto. Nenhum docente pode entrar em concorrência com o Google, pois, quando o aluno digita qualquer palavra, ele recebe gráficos, imagens e textos como resposta. Por outro lado, nunca foi tão necessário um “professor de saber”, isto é, um professor que ensina como procurar, avaliar e reunir informações para entender o mundo e resolver problemas. O professor ressalta que o aluno não consegue pesquisar na internet se ele não sabe o que perguntar, como interpretar e como ser crítico em relação a resposta. Também segundo o professor, a sociedade valoriza a juventude mas não o jovem pois muitos destes sofrem problemas com drogas desemprego e violência.O papel da escola dentro da tecnologia atual é preparar os jovens para serem solidários, saibam trabalhar em equipe e sejam criativos para que possam estar preparados para enfrentar a vida e todas as suas contingências. Os conteúdos precisam ser importantes e que possam dar sentido à sua vida.
Conclusão
Dentro desta pesquisa, pude perceber que não existem culpados em relação ao que está ocorrendo com nossos jovens dentro da escola. O que precisa ser feito ao nos defrontarmos com estes problemas mencionados é tentar minimizar o máximo possível através do conhecimento das causas. Não existe mais o professor “dono do saber”, mas sim aquele que compartilha seus ensinamentos com os alunos e colegas de profissão. Cada docente possui particularidades no desempenho da sua função, porém, todos devem ter a mesma meta isto é o aprendizado do aluno dentro da integralidade do indivíduo. É importante não só fazer pesquisa sobre o perfil do nosso aluno onde só o professor tem acesso, mas sim trabalhar com eles assuntos que os levem a trocar conhecimentos de suas histórias de vida, gostos e preferências. Alguns professores em nossa escola já fizeram este reconhecimento com seus alunos com excelentes resultados.
Colaboração do Professor Rubens
Após lermos o texto “Procura-se estudantes” de Thomas Wood Jr. Fizemos uma discussão sobre qual é o papel da escola e principalmente da escola Gratulino de Freitas na vida dos jovens do 3º Ano do Magistério, lemos o texto “Idion e Idiotes” de Leandro Konder e nos propusemos a efetuar um texto de crítica e outocrítica avaliando quem é a comunidade Gratulino de Freitas e quem é o indivíduo que faz parte dessa comunidade. O texto abaixo é um dos resultados dessa produção em que o jovem analisa a sua escola e se vê dentro dela.
Crítica e autocrítica.
Maria Caroline
A comunidade escolar (referindo-me apenas a comunidade escolar do Colégio Gratulino de Freitas – Formação de docentes), ao meu ver é uma escola muito boa, porque aqui a educação, o método de ensino, é diferente do tradicional, apesar da escola estar dentro do “modelo tradicional”.
Quanto a mim acho muito interessante analisar as diferentes opiniões que ajudam na formação da minha opinião. Claro que não são todas as pessoas que gostam de conviver com opiniões diferentes, mas para mim esse é o “ponto-chave da escola”. Não sou uma aluna muito ativa, dependendo da aula, mas nos assuntos que me interessam eu procuro sempre me aprofundar e não faço isso por dívida social para com a escola, eu faço por mim mesmo, porque antes de pensar na escola eu penso em mim, em aprender para mim (bem egoísta, mas é assim que funciona comigo).
Procuro sempre estar “ligada” em assuntos como política e antes de criticar um determinado prefeito, governador ou mesmo a diretora da escola, tenho de ver o que eles fizeram de bom também e procuro sair desse estereótipo brasileiro de que críticas em cima de criticas ajudam alguma coisa.
REFLEXÃO E AÇÃO II
As pesquisas apontam que uma das coisas que os jovens mais fazem na internet é conversar.
E que tal propor um diálogo com os estudantes na escola sobre as conversas na internet? Será que o que se conversa pela internet tem “menos valor ou importância do que aquilo que se diz presencialmente? O que os jovens de sua escola diriam? Vamos tentar este papo como um Exercício de aproximação com os estudantes? Professor, professora, sua escola está também aberta para o diálogo com as culturas juvenis que envolvem os jovens fora da escola? Que tal promover um diálogo sobre a questão, após assistir ao documentário O desafio do passinho: uma forma de expressão corporal e sociocultural?
Ele está disponível no site: <http://www.emdialogo.uff.br/content/o-desafio-do-passinho-uma-formade- expressao-corporal-e-sociocultural>.
Colaboração das Professoras Sheila e Jaqueline
Com relação a nossa posição como professores, penso que a frase do texto da página 22, expressa bem a nossa preocupação: “Além do aluno quase silenciado, há um jovem querendo se expressar”.Esse “corpo cultural” quer se mostrar, porém existem normas e regulamentos que impedem a sua expressão, o que em parte deve vigorar, pois em todo sistema deve existir normas de conduta, para evitar anarquias, todavia, acredito que tais normas devam ser revistas e atualizadas dentro das possibilidades. O que falta em nossa escola, é um diálogo, sobre o bom uso das redes sociais, como a internet, celulares, calculadoras, whatsapp, etc, para que os jovens estudantes compreendam a utilidade real e a funcionalidade destas mídias, que a escola proporcione momentos de expressão das diversas formas midiáticas e com isso valorizar a juventude ali presente em suas manifestações artísticas, culturais e sociais, etc...
Creio que com esta abertura, diálogo e mudança de atitude, o cenário escolar vai deixar de ver as tecnologias digitais como um vício e sim, compreendê-la como um instrumento da globalização, e não um canal de exposição social. Concordamos que o uso de celulares, indiscriminadamente, em sala de aula atrapalha realmente, as aulas. Temos a Lei que tramita no Senado sobre a proibição do uso de celulares em sala de aula, causando um verdadeiro caos entre os jovens que se sentem tolhidos nos seus direitos, mas que reconhecem abusar desta ferramenta digital, e por desconhecer a sua real funcionalidade , o jovem está perdendo, um dos seus maiores aliados: O CELULAR.
Este mecanismo tem várias funções que podem ajudar em muito no processo de ensino e aprendizagem e que por falta de esclarecimento necessário, não são exploradas, aproveitadas e poucas são utilizadas. Cabe aqui a reflexão: Quem de nós, adultos, leu o manual de instrução do celular ou de qualquer outro produto doméstico? De todas as inovações científicas desconhecemos a metade de suas possibilidades. E o jovem, alguém lhe alertou/ensinou?
Temos que acompanhar a evolução, a cibercultura pode ser uma grande aliada do trabalho escolar (FICHER, 2006).
Durante as aulas da disciplina de Prática de Formação, conversamos com os alunos sobre o uso do celular para conversar, mandar SMS, e o que eles achavam disso. Muitos disseram que utilizam como forma de melhor aparecer, pois pessoalmente são tímidos e na internet se sentem poderosos. Alguns até disseram que hoje, não poderiam mais viver sem esta tecnologia e que não tem é um ser excluído, um extraterrestre.
Assistimos com o 1º ano do Curso de Formação Docente, o documentário: “O desafio do Passinho”, onde os alunos se expressaram dizendo que não têm essa abertura para se expressar, ainda temos muito que caminhar para ter essa autonomia para qualquer tipo de diversidade..
Colaboração da Professora Beatriz
Segundo dados da pesquisa “Este Jovem Brasileiro”, da fabricante de computadores Positivo Informática, 96% dos adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos conversam virtualmente. Este mundo está ganhando cada vez mais espaço e as relações pelas redes sociais são mais intensas e menos duradouras. A quantidade de aplicativos virtuais, aumentaram em 2013 contribuindo para a ascensão deste meio de comunicação entre os jovens. Uma outra pesquisa realizada pelo programa EducaRede, da Fundação Telefônica (Criada em 1999, a Fundação Telefônica Vivo, para contribuir com o desenvolvimento dos países em que atua), mostra que computadores, celulares, videogames e TVs ainda são pouco usados com função educativa no Brasil e na América Latina Segundo Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenador-geral do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), para as crianças e adolescentes, essa tecnologia é lazer pois ainda não está sendo explorada de modo eficiente dentro da educação, de maneira geral. Isto ocorre devido a rapidez com que este meio de comunicação vai se incorporando a vida dos jovens em relação aos adultos. A pesquisa contou com a participação de 900 escolas públicas e privadas de cidades em sete países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela).
http://jovem.ig.com.br
http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/geracao-interativa-4...
REFLEXÃO E AÇÃO III
E nós, professores e professoras, como podemos ser parceiros e co-construtores de projetos para o futuro dos jovens e das jovens estudantes? Que tal buscarmos estratégias metodológicas para que os estudantes falem de si no presente e de seus projetos de vida futura? Uma troca de correspondência entre os estudantes com a mediação docente pode abrir a possibilidade para o diálogo sobre as expectativas juvenis frente a vida. Da mesma forma, e pensando no presente de muitos jovens trabalhadores, tente também saber: quantos estudantes trabalham em suas turmas; que trabalho realizam; quais trabalhos já fizeram; sob quais condições; se foram feitos com segurança e proteção ou em condições de exploração e desproteção. Seus estudantes têm consciência de seus direitos de trabalhadores e trabalhadoras? Não trabalham, mas pensam em trabalhar ainda durante o tempo de escola? Que tal abrir um diálogo com eles sobre essas e outras questões?
Colaboração da Professora Beatriz
Segundo edição do site do Fantástico (edição do dia 27/07/2014),hoje quase 20% dos jovens brasileiros fazem parte de um grupo chamado nem-nem: nem trabalham nem estudam. Desse grupo, a maioria é mulher onde quase 59% delas têm um ou mais filhos. Além da gravidez na adolescência, o abandono da escola é um fator que explica por que o jovem se torna nem-nem, diz o professor Adalberto Cardoso, que analisou quase 20 anos de estatísticas desse fenômeno. E explica: “O ensino público médio, no Brasil, é de má qualidade, a pessoa deixa a escola e não consegue trabalhar porque não tem qualificação para isso. Está competindo com gente que tem mais qualificação. Setenta por cento dos 'nem-nem' estão nas famílias entre os 40% mais pobres”, afirma o sociólogo Adalberto Cardoso.
Em relação aos projetos de vida dos jovens, foi feita uma pesquisa feita em uma escola onde vivem adolescentes oriundos de comunidades carentes do núcleo Borsato em Ponta Grossa-PR.
O interesse pelo tema surgiu pela relevância teórica e prática do tema que cada vez mais atormentam nossos adolescentes. Questões como futuro e projeto de vida emergem cada vez mais no cotidiano de nossos jovens, tanto por pressões impostas pela família, pela sociedade e por eles mesmos Foram entrevistados oito jovens moradores e da região e bolsistas do “Programa Atitude”. Os dados obtidos demonstram que o item mais valorizado é o estudo, este é visto como um meio de se conseguir um bom trabalho, e com isso posteriormente poder construir uma família. Todos os profissionais evolvidos neste projeto, desenvolvem as mais diversas atividades como, por exemplo: oficinas de esporte, artes e profissionalizantes; oficinas culturais etc. Foram entrevistados 8 adolescentes e jovens com idade entre 14 e 23 anos, quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino, residentes em regiões atendidas pelo programa.
O adolescente tem vários sonhos e desejos, anseia por respostas e nessa busca nem sempre as encontra. Às vezes a escola, a sociedade e a própria família não estão preparadas para dá-las. Piora mais quando numa sociedade onde todos deveriam ser iguais,ele se depara com uma grande desigualdade social e, consequentemente, exclusão social a qual inclui pobreza e discriminação. Os adolescentes e jovens estão vulneráveis a diversos tipos de influências durante esta fase da vida, que dependendo da maneira que forem vivenciadas, vão definindo como é seu presente e como será seu futuro. As primeiras análises após a pesquisa revelaram que, apesar das dificuldades próprias e das condições socioeconômicas mínimas a que pertencem, os adolescentes são capazes de pensar na construção de seu Projeto de Vida além de que, todos disseram ter algo projetado para o futuro, para que este venha ser melhor que o presente. Nem todos possuem um projeto de vida traçado, mas quem já o tem, prioriza a questão dos estudos, pois veem nisso um meio para alcançar a profissão desejada, e assim, melhorar as condições de vida, tanto deles como de seus familiares além de poder constituir sua família futura. Quando descreveram seus projetos de vida e se referiram a suas futuras profissões, todos apontaram profissões ligadas a sua experiência no “Programa Atitude” no qual estão inseridos nesta escola, querem dar continuidade ao que vem desenvolvendo. O que demonstra que a escola que possui um projeto que atenda as necessidades de cidadania do aluno influencia positivamente na construção dos projetos de vidas destes jovens e na perspectiva de futuro dos mesmos.
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/07/dois-em-cada-dez-jovens-b...
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?artigo_id=1248 7&n_link=revista_artigos_leitura
Colaboração das Professoras Sheila e Jaqueline
De acordo com as experiências realizadas do 1º ao 4º ano do Curso de Formação Docente, sugerimos que aconteça semanalmente um momento de reflexão que leve de 15 a 30min, nos moldes dos projetos “Hora da Leitura”. Neste trabalho, o professor irá orientar e discutir temas propostos pelos próprios alunos que anseiam ser ouvidos, buscando levar esse jovem a pensar sobre sua vida, atitudes, conseqüências, vislumbrando a sua participação efetiva como cidadão em nossa sociedade. Como estratégia, acreditamos que se possa realizar esta atividade durante a semana, alternando-se os dias e que o professor possa agir como mediador nestes questionamentos , momento em que o jovem terá oportunidade de refletir sobre suas experiências atuais e exercitar o raciocínio sobre as suas próprias conseqüências. Para que esta estratégia tenha sucesso será necessário um momento em que os professores possam identificar os problemas reais que afligem os alunos e observar a repetição dos mesmos. Caso isso ocorra, a comunidade escolar poderá solicitar ajuda a especialistas para juntos sanar dúvidas, buscando assim formar um cidadão apto para viver em sociedade.
REFLEXÃO E AÇÃO IV
E se todos os professores e professoras se perguntassem sobre o que os jovens e as jovens estudantes pensam e sentem sobre a escola de Ensino Médio? Seria possível surgirem desta abertura à escuta e ao diálogo alternativas para a superação dos crônicos problemas de relacionamentos e realização da vida escolar que afetam o cotidiano de muitas escolas? O gênero carta pode ser uma boa alternativa para a abertura do diálogo com os jovens estudantes. Que tal então produzir coletivamente uma carta dos professores e professoras endereçada ao jovem estudante de sua escola? Esta carta coletiva pode ser afixada num mural, entregue a cada um dos estudantes ou mesmo ser publicada na internet. Acesse no Portal EMdiálogo a carta ao jovem estudante elaborada coletivamente por professores do estado do Ceará:<http://www.emdialogo.uff.br/content/cartaao-jovem-estudante>.
A carta que segue foi redigida pelas professoras Jaqueline e Sheila, após a leitura o grupo decidiu destacá-la em nossa atividade.
Carta aos alunos:
Queridos alunos e alunas
Como vcs estão?
Hoje queremos conversar com vcs sobre a realidade que nos aflige, pensamos em várias formas de como chegar até vcs. Esta carta foi a forma que encontramos para colar aquilo que sentimos.
Queremos que vcs saibam que estamos observando seus esforços em relação ao mundo que os cerca.Sabemos que não é fácil ser jovem hoje em dia, vemos seus medos, sua frustrações, angustias, decepções, a facilidade com que outras pessoas fazem vcs fazerem coisas que nem sabem o porquê fazem, mas também observamos suas conquistas diárias, seus sucessos, suas lutas, suas vitórias, seus amores e seu amadurecimentos, pois estamos com vcs diariamente.
Não podemos deixar de falar que muitas vezes também nos sentimos como vcs, assim também nos culpamos por ficarmos na mesmice de nossas atitudes sem levar em conta que o que mais importa , que são seus interesses e conhecimentos, pois são vcs que enfrentarão o mundo que os espera.
Acreditamos que esse mundo pode ser melhor, pois vcs farão a diferença, e é esse mundo que eu quero deixar para os meus filhos e netos.
Não desistam, lutem pelos seus direitos,mas não esqueça os seus deveres, já que esse mundo estamos construindo juntos e todos devemos ter noção de nossas responsabilidades.
Vá em frente, o sucesso pode ser o presente que o futuro o aguarda e a escola junto com os seus professores podem ser o caminho para levar vcs a esse grande encontro.
Um grande abraço,
Ps: Caso precisem conversar estaremos prontos para ouvi-los.
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