ATIVIDADE PÁGINA 41 -CADERNO IV LINGUAGENS
ESCOLA ESTADUAL ERNANI VIDAL – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
CURITIBA – PR
Reflexões sobre a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio –
ATIVIDADE PÁGINA 41 -CADERNO IV LINGUAGENS
Orientadora de Estudos: Denise Pereira Carvalho Santos
Professores Participantes:
Ana Lúcia Mathias
Deise Pereira Santos Carvalho
Iran Frank da Silva
Jeana Escolástica Maffini dos Santos
Márcia Cristina Marquezini Pinheiro de Freitas
Nelson Mário Rizzardi
Reny Aparecida Estácio de Paula
Viviane dos Santos Bezerra
A metáfora da árvore nos mostra que:
as raízes representam a fundamentação teórica estudada;
o tronco simboliza a pesquisa, o método utilizado;
os galhos e as folhas são as atividades desenvolvidas;
os fruto representam os registros reflexivos.
A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ESTUDADA
Concebendo a linguagem como um conjunto de práticas sociointeracionais, e que o homem não é concebido fora de suas atividades sociais, pois fora delas não há significação. Assim, o círculo de Bakhtin defendeu que o homem se constitui em relações interindividuais, em situações sociocomunicativas:
A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua. (BAKHTIN, 2010, p.123).
Nesse contexto, concordamos com essa defesa, por entender que as atividades humanas estão sempre relacionadas com o uso de linguagem, seja verbal ou não verbal, e todo uso que fazemos da língua se dá por meio de um texto ou discurso, que são institucionalizados e legitimados por instâncias da atividade humana socialmente organizada que circulam nas diversas esferas sociais de comunicação e estas elegem seus próprios gêneros, o que permite a comunicação e a interação entre os membros de uma comunidade discursiva.
Logo, cabe escola proporcionar inúmeras situações que favoreça e reconheça a realidade sociointeracional do aluno e nunca partir do zero, sempre considerar a experiência que o aluno traz do seu convívio familiar e círculo social. Deve explorar questões que contemplem as diferenças, como: classe social, etnia, gênero, raça, entre outras, valorizando todo o conhecimento que os diferentes grupos trazem para a sala de aula, com o objetivo de enriquecer o ensino e a aprendizagem, levando a interação e o respeito mútuo às diferenças, permitindo,assim, ao aluno, reconhecer-se como indivíduo atuante do meio social, como orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais:
Não há como separar o sujeito, a história e o mundo das práticas de linguagem. Compreender um texto é buscar as marcas do enunciador projetadas nesse texto, é reconhecer a maneira singular de como se constrói uma representação a respeito do mundo e da história, é relacionar o texto a outros textos que traduzem outras vozes, outros lugares. (BRASIL, 1998, p.40-41).
Significa que, além de envolver o conhecimento e visão de mundo do educador e educando, deve-se ir além de conversas ou simples leituras fragmentadas. É imprescindível apresentar situações que possibilitem legitimar a fala cotidiana como objeto de ensino sistemático e promover condições para que os educandos reflitam sobre os conhecimentos construídos ao longo de seu processo de socialização.
Há, portanto, muitos desafios a serem enfrentados por nós educadores, devemos apostar em ações de trabalho que visem desenvolver a troca de conhecimento, de diálogo para que possamos integrar disciplina com as demais, promovendo a interdisciplinariedade, bem como, as questões sociais com as quais nos deparamos em nosso cotidiano, seja no ambiente escolar ou não, e que extrapolam os saberes curriculares.
Diante de tais considerações, concluímos que na área da linguagem o fazer pedagógico será sempre um desafio em sala de aula, vai requerer sempre estratégias democráticas que contribuíam para a formação do aluno, como sujeito crítico e reflexivo, favorecendo nos desafios que terá que enfrentar para a sua formação profissional, social e familiar e tornar-se, assim, um indivíduo mais seguro e criativo.
O MÉTODO UTILIZADO.
É primordial que a escola assuma o compromisso de rever e democratizar suas funções didático-pedagógicas. Deve abrir espaço para as renovações e desenvolvimento de uma metodologia que valorize a cultura, as ciências e as tecnologias. Para tal, faz-se necessário buscar uma visão abrangente com objetivo de colocar a prática pedagógica e a abordagem filosófica em consonância e, assim, possibilitar ao educador colocar em prática o papel de agente político do saber em prol do desenvolvimento do educando.
Na metodologia, há outros itens importante que não devem faltar como:
1. gestão democrática e participativa-que vai contribuir para a construção de uma escola ou sociedade melhor;
2. currículo- que deve envolver pelo menos tres pontos centrais para uma reflexão: 1- a problematização acerca de como pensamos políticas educacionais,2- as práticas curriculares quem são os responsáveis por seu desenvolvimento 3- questionamentos sobre quais os conhecimentos estão sendo validados por meio da forma como pensamos, direcionamos e realizamos nossas práticas educativas e curriculares;
3.processo didático-onde o aluno avança no conhecimento com a mediação do professor através da organização (planificação) e organização dos recursos;
4. materiais didáticos e outros suportes de caráter instrumental - podem ser transformados em projetos curriculares e desenvolvidos na prática da sala de aula.
5. avaliação- que deve partir do pressuposto que em educação, os progressos da aprendizagem amadurecem muito lentamente, não se manifestam de maneira imediata, deve ser dinâmica e ocorrer durante todo o processo de ensino aprendizagem. Nunca partir do zero, devemos valorizar todas as possibilidades de produção oral ou escrita de forma contextualizada, explorando elementos linguísticos e não linguísticos seja, a desenvoltura, dicção, gesto e postura do aluno, como também, as diferenças de usos da língua em práticas comunicativas e variedades culturais.
PRATICAS E TÉCNICAS – SALA DE AULA
Se nosso compromisso, como educadores, é formar sujeitos capazes de atuar com autonomia e responsabilidade no meio social em que estão inseridos, conclui-se que nosso papel também é político. Portanto, pensar em conteúdos e técnicas demandará, nesse sentido, a reflexão sobre “o que fazemos, aliada à problematização acerca do modo como fazemos e do porque fazemos da forma como fazemos”.
Nas práticas e técnicas em sala de aula é imprescidível levar em consideração a diversidade de educandos que frequentam a escola e assim estabelecer um clima de harmonia e cooperatividade visando propiciar um desempenho significativo dos alunos. Portanto, é preciso estar atento a determinadas questões como:
1. conhecer bem a turma para elaborar um plano de trabalho que deve ser voltado para o que fazer e como fazer;
2. desenvolver e valorizar todas as possibilidades de produção oral e escrita de forma dinâmica e contextualizada, possibilitando estabelecer relações entre os conhecimentos do aluno e os escolares, permitindo, assim, ao aluno, reconhecer-se como indivíduo atuante do meio social;
3. expandir atividades que contribuam para a ampliação da proficiência oral do aluno nos diversos gêneros discursivos, os quais devem estar presentes na prática da oralidade em sala de aula, explorando a interpretação, compreensão e descrição dos efeitos da linguagem no espaço de relações sociais;
4. possibilitar um ambiente que convide ao diálogo, à escuta e à interação, com argumentos e explicações claras, apresentando os objetivos das atividades e o tempo necessário;
5. vincular o conteúdo escolar às situações que façam sentido para o aluno, incorporando não apenas as suas vivências, mas estabelecendo relações entre os seus conhecimentos e os escolares, objetivando que o aluno possa reconhecer-se como indivíduo capaz de atuar de forma consciente no meio social, favorecendo o aprendizado;
6. apresentar situações que possibilitem legitimar a fala cotidiana como objeto de ensino sistemático e promover condições para que os educandos reflitam sobre os conhecimentos construídos ao longo de seu processo de socialização;
7. contextualizar as questões a serem discutidas a fim de cultivar o espírito de curiosidade e investigação dos educandos, pois é uma estratégia democrática que deve contribuir para a formação do aluno, como sujeito crítico e reflexivo frente à realidade em que vive. É uma boa possibilidade de dinamizar o ensino, envolvendo mais os alunos com o conhecimento científico e as situações comuns do cotidiano, de forma que o conhecimento chegue da forma mais simples possível, e o aluno possa entender, refletir, agir, criar ou recriar com segurança;
8. práticar da oralidade, considerarando as variedades linguísticas faladas pelos alunos, sem discriminá-las, e entender a variedade padrão como socialmente valorizada da língua, mas não a norma privilegiada;
9. dar voz ao aluno para oferecer condições inerentes à oralidade, para que aprendam a ouvir e fazer-se ouvir, pensar para falar, compreender e saber inserir a voz do outro na própria fala, com um mesmo objetivo: o ensino- aprendizagem;
10. propiciar trabalho interdisciplinar –para o conhecimento amplo do aluno, visto que um assunto passa a ser discutido e relacionado com diferentes disciplinas.
11. Utilizar os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas públicas;
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução [do francês] de PEREIRA, M.E.G.G. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno IV: Linguagens / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Adair Bonini... et al.]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. 47p.
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