Atividade Final etapa II
Colégio Estadual Mendes Gonçalves – Guaíra - PR
Orientadora: Simone Almeida Vosniak
Professores cursistas:
Adriana Luisa Schneider
Alexandre Manoel Krug Dias
Antônio Carlos Libaneo
Eloana Groff
Fernando Alvacir Rodrigues
Imbelina Lopes Teixeira Morra
Jose Gonçalves Dias Neto
Leide Ester Fernandes Schneider
Liriam Kazue Taniguchi
Márcia da Silva Pereira
Márcia Valéria Agostinelli Santos
Nelson Malaquias Vicente
Silvia Mara Gomes Pereira Brischiliari
Na etapa II as temáticas que orientaram os trabalhos foram a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio e Áreas de Conhecimento do Ensino Médio. Dando início aos trabalhos, o caderno I – Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio - trouxe, entre outras questões, a discussão sobre a diversidade e a pluralidade no contexto escolar. O debate levantado levou à reflexão de que a diversidade e a pluralidade ainda constituem um desafio à organização do trabalho pedagógico. A diversidade é percebida, constando, inclusive, no diagnóstico presente no PPP da Escola, porém, de maneira geral, não é reconhecida e atendida em sua especificidade, caindo, assim, na invisibilidade. O enfrentamento deste desafio, perpassaria por um levantamento de dados mais apurado e aprofundado de toda a diversidade que configura a comunidade escolar. Também demandaria formação continuada para os professores de todas as áreas, em especial das áreas exatas que, via de regra, não tiveram este debate durante sua formação acadêmica. Nesta etapa também foi analisada uma ata de Conselho de Classe realizado em dois mil e quatorze, tomando por base os questionamentos apresentados na atividade, verificou-se vários problemas. Diante do que foi levantado, os professores concluíram que uma das mudanças que podem ser implementadas poderia ser retomada a ideia de realizar o pré-conselho com os alunos e o pós-conselho com a família.
No caderno II iniciamos as discussões sobre a articulação entre conhecimentos das diferentes disciplinas e áreas, a partir da realidade escolar. Nele aprofundamos o estudo sobre a área de ciências humanas. O debate proposto em uma das atividades presentes no caderno levou os professores a perceberem que a linguagem do professor da disciplina deve ser mais técnica, apropriada e com maior profundidade no assunto, porém os professores das demais disciplinas, devem exercer na interdisciplinaridade o “encargo da compreensão”, que exige um conhecimento mais amplo e de menor profundidade, contudo, sólido, nos múltiplos assuntos e disciplinas, para que possa dessa forma auxiliar e complementar a área específica. O trabalho interdisciplinar exige esta adequação, para que a compreensão plena de um assunto se concretize. Uma das atividades desenvolvidas requeria um levantamento sobre o os valores dos alunos, sua perspectiva de futuro, nela percebemos que a compreensão dos alunos de uma série para outra apresentava mudanças, em uma das séries a perspectiva do aluno era imediatista, resumia-se apenas concluir o ensino médio. Já os alunos do terceiro ano, apresentaram uma perspectiva mais amadurecida, fazendo planos a longo prazo e levando em conta valores como honestidade, respeito ao próximo e companheirismo, compaixão, competência, família. Também foi realizada uma atividade de integração curricular entre as disciplinas Geografia, Sociologia e História, percebeu-se que esta atividade pode ser realizada em outras oportunidades, os alunos consideraram-na interessante e concordaram que contribuiu para o aprendizado do tema.
O caderno III trouxe como tema a área das ciências da natureza, para dar início ao debate o elaborador parte da constatação de que quando criança, temos curiosidade de compreender o mundo que nos cerca e ao longo do tempo vamos perdendo este interesse. Como proceder para que isso não se perca? As reflexões e ações propuseram atividades cujo objetivo era estimular os alunos na construção de explicações a partir de suas próprias observações e não de um conhecimento previamente construído. Também discutimos sobre o que é ensinar e o que não é ensinar ciências, percebeu-se que é preciso que a educação científica comece na base, ou seja, já no início da trajetória escolar do aluno e esteja presente em todo seu percurso, para que isso ocorra é fundamental a resolução de outro problema de nosso sistema de ensino que é a descontinuidade que existe entre os níveis e modalidades de ensino. Faz-se necessário criar um pacto federativo não só no que diz respeito aos recursos, como também no implemento de diretrizes que garantam a continuidade do trabalho de um nível a outro. Foi realizado um planejamento interdisciplinar seguindo a abordagem CTS, o qual envolveu as disciplinas: Sociologia, Filosofia, Matemática e Química. Nesta atividade concluiu-se que nem sempre é possível trabalhar os temas de maneira que envolva todas as disciplinas, porém, há que se fazer o esforço para que este trabalho seja implementado.
O caderno IV parte do princípio de que a linguagem se constitui e é constitutiva da prática social, a ideia era oferecer subsídios para se pensar o currículo escolar e os respectivos componentes curriculares da área de Linguagens. As reflexões e considerações foram traçadas envolvendo a elaboração de uma proposta que contemplasse a pluralidade, os contextos e a situcionalidade das práticas sociais e educativas da área de Linguagens, abrindo espaço para um processo de aprendizagem significativo e crítico, resultante da participação democrática dos sujeitos envolvidos na escola - estudantes, docentes, funcionários e comunidade. Contribuiu para esta reflexão a análise do filme "O Enigma de Karpar Hauser", que levou os professores a perceberam que não nascemos prontos, somos resultado da relação que estabelecemos com a sociedade em que estamos inseridos, apreendemos a realidade e a reconstruímos, somos influenciados, quando não determinados por nossas vivências e experiências. Também foi proposta uma atividade no ensino médio, interligando as disciplinas: Filosofia, Sociologia, Matemática, Química, português e biologia, nela os professores concluíram que o fazer pedagógico é sempre marcado pela necessidade de assumirmos posicionamento frente aos objetivos e às maneiras pelas quais o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes podem se promovidos. Além disso, também percebem que a ação de educar em um mundo em constante mudança é certamente uma tarefa desafiadora e, concordando com Libâneo, veem que quaisquer encaminhamentos, sejam eles voltados ao currículo, planejamento de aulas, avaliação, entre outros, passam a ser abordados como práticas socioculturalmente situadas, que se delineiam a partir de sua complexidade, entendendo que toda e qualquer prática educativa mostra-se eminentemente política e sofre as influências das mais diversas variáveis contextuais e, principalmente, das políticas educacionais. Em outra atividade proposta, constatou-se que a prática recorrente nas disciplinas é a que aborda o currículo a partir de uma visão mimética, onde o currículo é pensado por meio de teorias tradicionais. Essa perspectiva muda um pouco nas disciplinas da área de Humanas que abordam a diversidade cultural, social e linguística, porém, não sem desafios, que aqui se apresentam na dificuldade em conseguir que o aluno problematize a as questões propostas. Isso porque a ideia vigente entre os alunos e a própria sociedade é a de que o professor deve trazer o conhecimento pronto e repassá-lo ao aluno.
O caderno V, Matemática, levou a reflexão sobre a matemática estar presente em todos os contextos da vida das pessoas e que, muitas vezes, lançamos mão do conhecimento desenvolvido nas aulas de matemática para resolvermos situações do cotidiano sem nos darmos conta de que foi nessas aulas que o aprendemos. Uma das reflexões propostas no caderno, levou os professores a identificar o pensamento matemático envolvido em conteúdos de outros componentes curriculares, mesmo aqueles que o senso comum diz não ter relação nenhuma com a matemática, como no caso da língua portuguesa e os da área de humanas. Percebeu-se, entre os componentes curriculares analisados, que o pensamento matemático mais frequente foi o lógico dedutivo. Para que haja maior equilíbrio em relação aos tipos de pensamento matemático (lógico-dedutivo, visão geométrico-espacial, pensamento não determinístico) e aqueles que são utilizados nas disciplinas, é necessário diversificar a maneira de abordar os conteúdos. A atividade proposta neste exercício leva o professor a perceber como a matemática está presente em todos os aspectos do cotidiano, que também não se resume a resolução de problemas através de fórmulas, além de que, seu método é utilizado a todo momento sem que se perceba que este aprendizado foi desenvolvido nas aulas de matemática.
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