Atividade final
Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo
São Miguel do Iguaçu
NRE: Foz do Iguaçu
Temática 2- O jovem
Considerando as múltiplas dimensões das identidades dos sujeitos do Ensino Médio, construa um texto coletivamente propondo como sua escola pode desafiar-se na implementação de ações em sala de aula e/ou no ambiente escolar, a fim de aproximar-se das “características, necessidades e direitos dessa população em formação”. (SEED, 2014, p. 14).
Conforme podemos analisar na leitura compreendemos que “uma das mais importantes tarefas das instituições educativas, hoje, está em contribuir para que os jovens possam realizar escolhas conscientes sobre suas trajetórias pessoais e constituir os seus próprios acervos de valores e conhecimentos não mais impostos como heranças familiares ou institucionais” (PACTO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO, p. 19).
Há anos atrás, quando estudávamos, os professores não davam as chamadas aulas show e não usavam metodologias diversificadas como hoje, estudávamos porque tínhamos objetivos, mesmo vindos de famílias as quais não possuem estudo, nossos pais nos incentivaram a frequentar a universidade. Hoje, época em que está mais fácil freqüentar uma faculdade, observamos que muitos alunos, mesmo terminando o EM não decidiram o que cursar ou não pretendem dar continuidade aos estudos.
Levando em consideração a realidade dos nossos alunos indígenas e seus contextos sociais, identificamos que o trabalho pedagógico no Ensino Médio nos desafia a desenvolver atividades referentes à auto-estima de nossos estudantes. Precisamos trabalhar muito sobre a importância deles em expor suas opiniões e fazer a diferença. Há a necessidade de motivá-los a falar mais, com atividades que envolvam a oralidade, produção de atividades coletivas. O nosso papel enquanto professor é de orientar os alunos para que no futuro possam fazer as escolhas certas. Na oralidade já obtivemos avanços significativos, porém, alguns alunos ainda não estão sentindo-se a vontade para demonstrar suas habilidades, pois, são bloqueados pelo não acompanhamento dos demais.
As tarefas coletivas estão em andamento e já surtiram efeito. Antes utilizar um dicionário em dupla era difícil e quase impossível, agora, já conseguem interagir e realizar as atividades socializando com os demais colegas.
Aqui na comunidade a escola é referência para as crianças, muitos de nossos alunos não tem uma estrutura familiar sólida e que reconheça a real importância dos estudos, sendo assim, o incentivo no que se refere à educação escolar é repassado na maioria das vezes somente pela escola. Sabemos que há pela frente muitos desafios, mas, motivados pelos bons resultados, novas conquistas virão. Professores e Equipe Pedagógica trabalham sincronizados avaliando metodologias, conteúdos e formas avaliativas para melhor preparar os nossos jovens, visando sempre unir o científico e a educação escolar indígena.
Temática 3- O currículo
O currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas esse conhecimento nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para quaisquer princípios generalizados. Fornecer acesso a tais princípios é uma das principais razões pelas quais todos os países tem escola (YOUNG, 2007, p. 13).
Considerando a citação de Michael Young (acima), após assistir ao vídeo, participar da discussão do Fórum e realizar as leituras dos textos propostos, construa um texto (coletivamente) sobre as aproximações e distinções das Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio e das Diretrizes Orientadoras para a Rede Estadual de Educação do Paraná. Nesse texto, devem-se propor alterações para o Estado do Paraná.
O currículo pode ser compreendido como a seleção dos conhecimentos e das práticas sociais historicamente acumulados, considerados relevantes em um dado contexto histórico e definidos tendo por base o projeto de sociedade e de formação humana que a ele se articula (BRASIL, 2013). Nessa perspectiva, o currículo deve oferecer não somente vias para compreender tanto os saberes nele inseridos, como também os movimentos contraditórios pelos quais, a sociedade vem enfrentando e de que forma os sujeitos se inserem neles. O currículo é a expressão das concepções de homem, de mundo, de ensino e aprendizagem, de métodos e de educação, das aspirações sobre a escola e seu papel social, de práticas pedagógicas e das relações nela vividas.
As indagações sobre o currículo presentes nas escolas e na teoria pedagógica mostram um primeiro significado: a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos alunos. São uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e pedagógicas. Conhecimentos e práticas expostos às novas dinâmicas e reinterpretados em cada contexto histórico. As indagações revelam que há entendimento de que os currículos são orientados pela dinâmica da sociedade. Cabe a nós, como profissionais da Educação, encontrar respostas (GOMES, 2007).
Nessa direção pensamos a organização pedagógica curricular do ensino médio as diferentes juventudes que o frequentam, suas identidades, suas culturas, suas necessidades, para isso é necessário que se estabeleça um profundo diálogo entre as distintas formas de viver a juventude e o que oferecemos em termos de currículo, de saberes, de práticas. O reconhecimento do caráter histórico-cultural da formação humana nos leva, ainda, ao encontro de avanço do conhecimento científico e tecnológico, e isso significa, em termos curriculares, partir da contextualização dos fenômenos naturais e sociais, de sua significação a partir das experiências , bem como da necessidade de superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia, toda atividade curricular do ensino médio deve ser organizada a partir de um eixo comum: trabalho, ciência, tecnologia e cultura e que se integre a partir desse eixo, a totalidade dos componentes curriculares.
O exercício de pensar a formação humana a partir do diálogo com a prática cotidiana do professor é o nosso grande desafio. Sabemos que os professores, sujeitos do fazer pedagógico, convivem com uma quantidade grande de concepções, mas muitas não encontram soluções às exigências de seu trabalho cotidiano. Muitas vezes queremos e precisamos de respostas de
“como fazer” e lidar com o processo formativo no dia a dia da atividade docente (BRASIL,2013).
Será que temos autonomia para tomarmos nossas próprias decisões em relação aos conteúdos que iremos trabalhar e adotar para seguir com nossos alunos? Ou devemos seguir aquilo que nos foi imposto em um PPP, onde o que está escrito la é o certo, e sendo assim não podemos trabalhar de outra forma a não ser aquela que foi jogada por um documento? Gostaríamos sim de muitas vezes inovar, renovar, conforme a verdadeira realidade de nossos alunos, mas temos que seguir e salientar conforme PPP, onde o que está escrito é tido como correto. No vai e vem para aprovação do PPP, são realizadas muitas mudanças, até que se aprove o mesmo. No entanto, tais mudanças devem ser investigadas e novamente refeitas até que se chegue ao mínimo almejado. Para tanto, é preciso atribuir liberdade aos docentes para que possam preparar suas aulas da forma que considerem a melhor, de acordo com cada turma (por mesmo tratando-se apenas do Ensino Médio, cada uma tem a sua característica, dificuldades e facilidades). Não atribuir liberdade a nós professores, é o mesmo que comparar o nosso estudo a nada. Além disso, pode-se mudar o PPP quantas vezes acharem necessário, mas, não podemos nos furtar de chamar a atenção para o fato de que a questão da formação de professores e "vontade" dos mesmos, não pode ser dissociada do problema das condições de trabalho que envolvem a carreira docente, "em cujo âmbito devem ser equacionadas as questões de salário e da jornada de trabalho", somando-se os recursos financeiros para assegurar condições adequadas a uma aula (SAVIANI, P.153 2009).
Temática 4- Disciplinas curriculares
Após assistir ao vídeo, participar da discussão do Fórum e realizar as leituras dos textos propostos, construa (coletivamente) dois textos sobre a possibilidade de articulação entre as disciplinas curriculares com vistas à superação da fragmentação do saber. Para um deles, deve-se tomar como pressuposto o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico; para o outro, a interdisciplinaridade relacionada ao conceito de contextualização sócio-histórica como princípio integrador do currículo.
Meliá (1979) instiga-nos a pensar em como “alfabetizar sem deseducar” (p.7). Na cultura indígena isso significa que é necessário trabalhar diferenciado, de forma que em todo conteúdo disciplinar o professor consiga enquadrar o conhecimento da cultura indígena que o aluno traz da sua vivência. Vygotsky (1993) estudou a interação entre o pensamento e a linguagem, isto é, a afinidade entre o pensamento e a palavra falada. Para ele, todas as práticas cognitivas fundamentais do sujeito acontecem a partir de sua história social e acabam se compondo no produto do desenvolvimento histórico-social de seu grupo. O ambiente escolar precisa, consciente desse valor cultural que se delonga por meio das palavras, agenciar um processo educacional que amplie a capacidade de concepção da variedade cultural. Para que isso ocorra, é necessário que haja as formações pedagógicas para discussão do assunto, porém, mais que isso, é preciso que os professores tenham diálogo entre si, que sejam humildes e troquem experiências relevantes. A pesquisa de todos os envolvidos deve ser constante. Aquele que pensa em ser educador, deve saber que que o principio educativo e pedagógico em ser o lema da profissão, compartilhada.
Trabalho realizado com os alunos do 1° ano Ensino Médio
Qualidade de vida: Expressão Multidisciplinar
O projeto piloto surgiu com a disciplina de Arte, a qual coordenou toda a introdução para as demais atividades. De forma a enquadrar o conteúdo com os componentes curriculares da cultura indígena, a professora Elisangela (arte) iniciou com uma aula expositiva (data show), sobre a obra de Victor Meireles que retrata a primeira missa realizada no Brasil.
O segundo passo foi a visualização da obra pelos alunos, localizando-os dentro do contexto histórico que se realizou o fato, (obra que marca o descobrimento do Brasil), e momento em que foi realizada a pintura artística, ( isto é, levavam horas para misturar a tinta e dias para a obra ficar pronta, lembrando que os personagem não ficaram todo esse tempo estáticos para serem retratados, e sim, de que a pintura nada mais é do que uma ideia de como teria o acontecido), óleo sobre tela, lembrando da mistura de cores, linhas, luz e sombra, e também da textura, todos esses conteúdos já estudados.
Em seguida, concretizou-se o registro do conteúdo relatando o fato, o artista e como a obra foi realizada. Realizou-se a colagem das imagens da obra no caderno. Seguiu-se com um debate sobre o que sabiam sobre o fato ocorrido, (descobrimento do Brasil, em data de 1500). Questões debatidas:
• Em que ano ocorreu o descobrimento?
• Como eles imaginavam que era naquela época?
• Os indígenas eram mais felizes ou não; por qual motivo?
• E, como é? O que mudou? Por que mudou?
• O que aconteceu para que ocorresse toda essa mudança?
Depois do debate, a professora apresentou as seguintes questões:
1 - Justifique a afirmativa: "Os historiadores consideram devastadora a destruição da cultura indígena pelo homem "branco", que tentou impor uma cultura que não pertencia às origens indígenas.
2 - A arte indígena apresenta grande preocupação com a beleza corporal, por meio de pinturas, enfeites (furos nas orelhas, narinas etc.). Compare essa preocupação e beleza indígena com a atual, apontando comportamento em relação à estética e aos ornamentos de hoje, (pintura/tatuagem, brinco/piercing, etc).
3 - Aponte três atitudes da sociedade indígena que, na sua opinião, servem de exemplo pra todo ser humano. Comente-as! (Lembrou-se da questão do lixo).
AULA PRATICA (pintura acrílica sobre tela)
• Formação de grupos na sala de aula;
• Cada integrante do grupo realizou um desenho que demonstrasse toda essa transformação da cultura indígena, com até 3 esboços, (cada esboço avaliado como uma tentativa, desafiando sua capacidade, criatividade e interesse em persistir... tentar novamente).
• Após a realização dos desenhos, os integrantes de cada grupo passaram os desenhos para a tela, tendo que harmonizar os quatro desenhos em um só, riscando na tela, relembrando os conteúdos já vistos: proporção, ponto de fuga, figura de fundo, linhas, direção da sombra da luz, textura, cores primarias, secundárias, e principalmente, no que quer transmitir para as pessoas ao desenhar e pintar essa tela (Expressionismo).
• Posteriormente, com o desenho elaborado, foi realizado a pintura com tinta acrílica nas telas, relembrando o conteúdo estudado: proporção, mistura das cores, luz e sombra, etc.
A realização deste trabalho, foi de grande aprendizado, pois, a cada passo realizado da prática é que os alunos foram recordando os conteúdos estudados, em grupo recordavam e comentavam entre eles a forma de pintar de alguns artistas, evidenciando e inovando a cada traço, para que no final tivessem uma obra satisfatória ao seu ponto de vista, e a sua crítica. Crítica esta, escrita cada uma por seu grupo da tela e exposta juntamente com a obra para exposição.
Encaminhamentos da disciplina de Educação Física:
No trabalho realizado com os alunos, podemos observar toda a coordenação motora fina e grossa, desde equilíbrio para segurar os pincéis até a atenção e concentração para realizá-las. Como foi um trabalho de inteira responsabilidade dos alunos em repassar os desenhos realizados em folhas A4 para as telas maiores, foi um ótimo resultado alcançado, já que podemos com certeza afirmar que todos têm suas coordenações motoras bem desenvolvidas.
ENCAMINHAMENTOS DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA:
Objetivos:
• Identificar como o ambiente natural foi demonstrado na pintura e analisar como esse ambiente poderia ser naquele momento no Brasil e como é hoje, após o processo de urbanização.
• Pesquisar sobre o tipo da alimentação indígena na época retratada na pintura e como os alunos estão se alimentando atualmente, bem como reconhecer as doenças que acometem as pessoas por causa da má alimentação.
Atividade:
1) Desenhar no caderno e descrever as principais características do ambiente natural em 1500 e atualmente, realizando um quadro comparativo.
Ambiente natural em 1500 Ambiente natural atual
Principais características Principais características
2) Buscar uma pesquisa com as pessoas mais idosas da aldeia para saber quais eram os alimentos utilizados pelos antigos indígenas Guarani. E hoje na aldeia, quais alimentos são consumidos? São alimentos saudáveis?
3) Com base na pesquisa realizada com os pais, procure na Internet por meio de pesquisa os tipos de nutrientes (substâncias orgânicas e minerais) que estão presentes nos alimentos de antigamente até atualmente, descrevendo os benefícios para o organismo.
4) Buscar na Internet e confeccionar cartazes em grupo de 3 pessoas sobre as doenças seguintes: Gastrite, Diabetes, Obesidade, Colesterol elevado, Hipertensão. Em seguida, os discentes deverão apresentar aos demais colegas.
ENCAMINHAMENTOS DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA:
Correção dos registros realizados sobre as pinturas que retratam a realidade dos indígenas.
Pesquisa com membros da família e primeiros moradores da aldeia referente ao contexto histórico local.
Produção de pequenos textos e frases a serem pirografadas em bancos construídos com madeira retirada do lago de Itaipu.
Temática 5- Gestão Democrática
A gestão democrática da educação está ligada a meios legais, institucionais e a ações e participação social; no que se refere a planejamentos e elaboração de políticas educacionais, nas decisões, nas prioridades de aquisição e uso de recursos. A democracia no ambiente escolar deve ter como prioridades: o acesso e a permanência do aluno na escola independente de sua classe social, raça ou crença e, o mais importante, a qualidade do ensino. Entre as decisões coletivas tomadas na escola temos como exemplo a destinação das verbas financeiras do Estado para a compra de materiais, comemoração de datas comemorativas e promoção para obter dinheiro, estruturação do PPP, organização do trabalho escolar e da Semana Cultural Indígena. É muito interessante analisar situações e ideias dos outros colegas para se chegar a uma decisão mais sensata.
Qual o papel dos gestores frente às tomadas de decisões? Ter atitude, conhecimento geral do andamento de uma escola, habilidades para organizar seu grupo para que ocorra da melhor forma o Ensino/ Aprendizado, diagnosticar e resolver problemas com ética e eficácia, propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho.
Levando em consideração a realidade em que atuamos, sempre que necessário há reuniões com membros da APMF e Conselho Escolar para a tomada de decisões para um bom andamento da escola. A gestão democrática ocorre por meio de diálogo e respeitando os variados pontos de vista. Quando há um consenso nas decisões que envolvem a escola, o andamento e os resultados obtidos são satisfatórios e os membros envolvidos sentem que suas opiniões também são importantes e relevantes para a instituição de ensino.
Ao colocar um quadro na parede, quem enxerga melhor se o quadro está torto ou não? Quem o observa de longe enxerga melhor ou vice versa. E quem pendura o quadro pergunta:- Está bom assim? Na gestão escolar o diretor deve abrir as portas para a comunidade de forma que os gestores também participem das tomadas de decisões, pois as decisões e a implantação das mudanças, mudam hábitos e o cotidiano da comunidade escolar, e todos deverão adaptar-se a nova mudança. Portanto nada mais justo do que todos participarem das decisões, por mais que não agrade a todos.
Como já estamos cansados de saber, a democracia é para todos, as decisões devem ser tomadas em conjunto, e as diversas opiniões apresentadas em reuniões. O que costuma acontecer em algumas instituições, no momento dessas reuniões, seja lá o assunto que for, muitos não expõem suas opiniões e, posteriormente, criticam o que foi decidido pela maioria. Em nossa realidade estamos melhorando muito a questão das discussões, todos ficam a par das atividades que são realizadas.
Outro ponto importante é o PPP da escola, que de acordo com Artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE), a gestão democrática ocorre com a participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP da escola e com a participação da comunidade escolar e conselho escolar. Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Por isso, anualmente deve haver a revisão do mesmo para adequá-lo de acordo com a realidade do aluno e da comunidade. Além disso, todos os professores devem ter conhecimento do PPP e contribuir com as modificações necessárias, de acordo com o contexto.
O Conselho Escolar também possui um papel importante na escola, há a participação ativa dos membros, nas decisões referentes à estrutura e, segundo seus representantes há opiniões diversas, porém, predomina aquilo que a maioria decidir.
Quanto à participação dos pais na vida escolar de seus filhos, percebemos que nos últimos anos a procura dos pais referente à aprendizagem dos filhos aumentou, no entanto, se fizermos uma média de alunos e de pais atuantes, o número ainda é pequeno. Acontecem reuniões e eventos (como A família na escola) para haver a aproximação da comunidade, professores e alunos, porém, percebe-se que esse diálogo é incentivado apenas pelo grupo escolar, o qual deveria ser cobrado mais também pelas autoridades indígenas da aldeia.
Metas traçadas ao final dos encontros do caderno V.
o Propor uma reunião com os membros do Grêmio Estudantil, para mostrar a importância da atuação dos alunos na escola, para que passem da posição cômoda de alunos, e enxerguem também as dificuldades existentes na instituição; que tragam a gestão escolar, professores e funcionários seus pontos de vista para que dessa forma possam contribuir para um melhor andamento da escola.
o Buscar para 2015 uma casa para os indígenas que estudam ou estudarão na UNILA e UNIOESTE, com isso facilitará a adaptação e diminuirá a desistência
Temática 6- Avaliações externas
Como aspecto potencialmente positivo, com as avaliações externas, a gestão de escolas passa a incorporar indicadores de desempenho como mais um elemento para o conhecimento de suas realidades e, assim, estabelecer metas mais precisas e elencar prioridades de intervenção (p. 42 do Caderno VI do MEC). Considerando esses fatos, após assistir ao vídeo, participar da discussão do Fórum e realizar as leituras dos textos propostos, construa um texto coletivamente sobre quais ações ou prioridades podem ser definidas na sua escola, a partir dos resultados das avaliações externas, taxas de rendimento e as práticas avaliativas identificadas na escola.
Por muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. O fato de ter uma prova bimestral, por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os estudantes avançarem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado e oferecer alternativas para uma evolução mais segura.
A finalidade da avaliação além de verificar o conhecimento dos nossos alunos, se os objetivos do ensino-aprendizado foram atingidos, serve também para o professor analisar suas práticas pedagógicas e fazer as modificações necessárias. Nesta perspectiva, a avaliação possibilita ao educador compreender as dificuldades de seus alunos e diversificar suas metodologias.
De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Na Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I, art.8º), a avaliação almeja “o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve “levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades realizadas”.
Deste pressuposto, vale frisar o que Grizzi e Silva (1981) assinalam, isto é, que grande parte dos docentes não se preocupa em refletir sobre o método que empregam em sala para ensinar seus discentes e, depois apenas criticam os alunos por não conseguirem interpretar e produzir textos. Como profissionais, não podemos apenas pensar na reprovação como forma de conserto, nem na aprovação como forma de “desencosto”. Se o aluno for reprovado, o professor precisa estar convicto de que tudo fez para o estudante aprender e se caso passar (contra a vontade de outros colegas), é necessário que sustente sua opinião. Isto também é viável e é totalmente aceitável, pois estudamos para isso. Só o professor saberá se o aluno é capaz de seguir ou precisa repetir o ano para melhorar. É preciso ter coragem, sabedoria, paciência e reflexão para assumir a resposta em um conselho de classe. Muitos colegas não a fazem, não “batem o martelo” por ter insegurança no trabalho ou por não gostar das possíveis críticas.
Isso é muito importante, pois não devemos olhar para nossos alunos e dizer: - Nossa mas ele é tão "querido" não merece reprovar e a partir dai dar sua nota, ou até mesmo dizer ele merece pelo simples fato de me respeitar. Precisamos analisar nossa maneira de dar aula, e do aluno em compreende-la a partir dai nos questionarmos se o aluno realmente esta interessado em aprender ou só a fazer um tour pela escola, sabemos que nem todos se destacam em todas as matérias, mas vemos o esforço que fazem para aprender.
Outro ponto importante é entender a avaliação como um processo capaz de avaliar o desenvolvimento intelectual em várias habilidades, e não somente em forma escrita. Desta forma, utilizar de outras formas avaliativas se faz necessário e analisar também a questão da autonomia no estudo.
Cipriano Luckesi diz que, "enquanto é avaliado, o educando expõe sua capacidade de raciocinar". Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas aos autores com os respectivos comentários.
Referências
REFERÊNCIAS GRIZZI, D. C. S.; SILVA, A. L. da. A Filosofia e a Pedagogia da Educação Indígena: um resumo dos debates. In: COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO. A Questão da Educação Indígena. São Paulo: Brasiliense, 1981.
Texto Extraido da Internet
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-aprendizagem-427861...
MELIÀ, Bartomeu. Educação Indígena e Alfabetização. São Paulo: Loyola, 1979
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1993.
Referências
GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo : diversidade e currículo / [Nilma Lino Gomes]
; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia ibeiro do Nascimento. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.48 p.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno III : o currículo do ensino médio, seu sujeito e o desafio da formação humana integral / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica;
[autores : Carlos Artexes Simões, Monica Ribeiro da Silva]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.49p
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