Atividade Caderno VII - Colégio Estadual Jorge Schimmelpfeng - Foz do Iguaçu - PR
Tema: Os sujeitos do Ensino Médio
Questões: O ambiente socio-econômico de nossa cidade propicia a atração à informalidade, desestimulando a presença na escola.
Ações propostas: Que o nosso aluno iguaçuense seja subsidiado com bolsa, ou pontuação por mérito. Que fosse feita uma análise de seu currículo/desempenho no Ensino Médio, durante todos os anos. E essa pontuação serviria para entrar na universidade.
Os desafios para o Ensino Médio na realidade brasileira giram em torno da dicotomia criada desde o princípio, separando o estudante acadêmico do estudante profissional. De acordo com o debate não houve uma unificação das necessidades e habilidades para a formação do ser humano integral. Desde sempre os objetivos dos alunos não são levados em conta e sim as necessidades que os governos tinham.
A conciliação de diferentes interesses da clientela escolar pode acontecer de acordo com mudanças na prática em sala de aula para alternar o pensamento do imediatismo.
Para um país que quer crescer e produzir conhecimento científico é necessário um ensino médio que propicie somente o estudo para garantir o crescimento.
O ambiente social-econômico da nossa cidade é diferenciado. Não há interesse no estudo como forma de ascensão social pois a informalidade é mais atrativa, desestimulando a presença na escola. O imediatismo é o objetivo.
A materialização efetiva de um projeto de ensino formador humano integral somente seria possível através de um ensino médio integral subsidiado, bem como a mudança do currículo e a capacitação dos professores. Isso levaria o aluno a melhorar o senso crítico, realizando atividades que seguem a dialética trabalho-cultura-educação, além de reconhecer a diversidade e promover o respeito entre todos.
De acordo com o debate, para chegar à universalização do ensino médio é necessário compromisso de ambas as partes: escola e aluno. Também é necessário desmitificar que, se há sucesso, parabeniza-se o Ensino médio e se há fracasso, culpa-se o Ensino Fundamental.
No ensino fundamental considera-se que os alunos estão mais amparados, nas esferas familiar e escolar. A educação é o caminho para formar o ser humano integralmente e é necessário que políticas de afirmação sejam implantadas o quanto antes, e ainda a diminuição de alunos em sala, capacitação dos professores e ingresso e aproveitamento na faixa etária correta.
Tema: Currículo
Questões: Como formar o homem integralmente? Como integrar trabalho, ciência, tecnologia e cultura na escola?
Ações propostas: Oferecer outras opções de estudos técnicos, pois os alunos do Ensino Médio são imediatista, querem respostas rápidas para seus anseios. Esses cursos devem ser ligados a realidade de cada região, como a nossa fronteiriça.
As DCE-EM do PR são estruturadas em disciplinas, mas isso são as torna tradicionalistas, pois todo o trabalho está pautado na interdisciplinaridade e nas relações com os eixos propostos pelas DCNEM, o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura. E como modificar o currículo e o que significa formar o homem integralmente?
O integral não envolve apenas o técnico, profissional, mas também o emocional e as emoções fazem parte do ser humano. A interação do sujeito com o mundo (limites, moralidade)proporciona grande necessidade de expressão dos alunos, mas o espaço é pequeno e não há como ouvir todos, acomodar e apaziguar os diferentes interesses e situações dos sujeitos (indivíduos) dentro da sala. Então, foca-se no conteúdo – fragmentado o ser – para que não percamos o foco.
Esse conceito é válido para todos os tempos e espaços, pois não há integração de culturas diferentes, cada um pensa de uma maneira. Seria diferente uma vez que todos compartilhassem a mesma cultura, porém isso é impossível em um ambiente heterogêneo como a escola.
A atividade educativa é articulada com a formação humana integral sempre buscando inovações, pois é muito difícil que seja compreendida por todos, a não ser que compartilhem a mesma cultura.
É de responsabilidade de todos os envolvidos articular as necessidades da sociedade com as atividades educativas e todas as questões relacionadas ao trabalho pedagógico e de gestão da educação giram em torno de uma nova política educacional.
Em nossa sociedade excludente, o currículo também exclui, e por uma educação baseada na dominação e no controle sobre indivíduos, pensar em uma educação emancipatória, objetiva uma formação voltada para a reflexão e para a crítica possibilitando o indivíduo se tornar autônomo, de ser capaz de interpretar as condições histórico-culturais.
Redesenhar o currículo para integrar trabalho, ciência, tecnologia e cultura é um necessidade pois o homem não é meramente receptivo, ele precisa de produção, ação, criar a autonomia intelectual a partir da pesquisa e é possível, desde que o professor conduza a pesquisa de maneira a criar esse hábito.
Tema: Áreas do conhecimento
Questões: A falta de tempo para planejamento em conjunto dos professores de áreas afins. Os currículos já veem prontos. O professor tem pouca autonomia para alterá-lo, deixando o planejamento pouco autoral.
Ações propostas: Para esta situação, acreditamos que o aumento da hora-atividade e a concentração dela por áreas/disciplinas já seja um grande avanço para as mudanças necessárias nos planejamentos. Acreditamos também que uma participação efetiva dos professores nas discussões apresentadas nos momentos conjuntos podem melhorar os planejamentos.
O tema currículo é bem mais complexo do que se pensa. Todos os envolvidos no processo educacional acreditam que o currículo deve abranger todas as áreas do conhecimento, que o conhecimento deve acontecer de forma integrada e não fragmentada como acontece nas escolas. Porém muito se fala e pouco se resolve, pois de que forma repassar os conhecimentos de forma integrada? Em quais momentos os professores e pedagogos se reuniriam para trocar ideias e fazer a ligação entre as diversas áreas do conhecimento e estipular os objetivos que queremos alcançar com a integração dos conhecimentos de cada área especifica? Talvez se a preocupação da escola fosse fazer com que o jovem aprenda e se sinta acolhido e confortável dentro dela, mas a escola está pressionada a assumir por vezes os compromissos que muitas vezes seriam da família. Outro compromisso da escola é obrigar o jovem a frequentar a escola, que deve cumprir as 800 horas. Com isso o professor também sente-se pressionado a cumprir sua carga horária, muitas vezes sem se preocupar com a qualidade. Vemos que na maioria das vezes o professor só está preocupado em vencer o livro didático, em repassar os conhecimentos, em repor as aulas que deixou de ministrar devido a greves, feriados, atestados médicos, paralisações e acabam não se dando conta que o jovem também precisa ser ouvido e por vezes necessita de atenção. Então qual o tempo os profissionais da educação teriam para discutir quais as melhores formas de integrar o currículo se quando se para discutir os problemas da escola e se dispensam aulas devemos fazer a reposição do dia parado?
O tema “Educação Alimentar e Nutricional” é um bastante interessante uma vez que a cada dia nos deparamos com jovens acima do peso e até obesos. Estudos mostram que uma alimentação adequada favorece o crescimento e o desenvolvimento da criança. Pois é na infância que se formam os hábitos alimentares. Mas existem fatores que influenciam esses hábitos como por exemplo: unidade familiar ou seja atitude pais e amigos próximos, valores culturais, sociais e até religiosos e também a influência da mídia. Então, vejo que esse tema é preocupante uma vez que estudos mostram que a população não está se alimentado adequadamente, porem devemos ter uma certa cautela, devemos ouvir primeiro os jovens para verificar quais são seus hábitos alimentares para depois iniciarmos as discussões de forma a não causar polemicas. Devemos sim mostrar ao jovem que na maioria das vezes está acostumado a comer fora de casa, a ingerir frituras e produtos alimentares industrializados que uma alimentação saudável e balanceada irá melhorar e muito a sua qualidade de vida. Seria interessante discutir com os jovens que além de se alimentar corretamente ele também deveria dormir bem, praticar esportes e não ficar o tempo todo em frente ao computador. O ENSINO INTEGRADO: TRABALHO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E CULTURA. Nesse pequeno trecho da obra é possível verificar que as dimensões são abordadas e percebe-se claramente a noção de cultura do escritor das cartas. O trabalho aparece nos relatos dele sobre as tarefas que realizou ou tentou realizar e descreve muito sobre a tecnologia quando fala sobre o uso do lápis que para a época era uma tecnologia bem avançada. Destacando que com o carvão os trabalhos ficaram melhor, porém deixaria para mais tarde. A ciência aparece descrito em vários momentos, pois quando destaca as diferenças entre um material e outro é possível perceber que ele conhece dos matriais citados. Esse trecho seria oportuno para o trabalho em sala de aula, visto que os estudantes utilizam vários materiais sem se preocupar de onde vem e para onde vai. O que existe por trás dos utensílios que são utilizados em sala de aula. É interessante mostrar para os estudantes como seria a vida sem uma caneta, sem computador, sem celular entre outros objetos e dialogar com estudantes que existe uma vida além das telas do celular por exemplo, que é uma tecnologia útil para o dia a dia, mas que viveríamos muito melhor sem ele. O filme: "Em busca de Joaquim Venâncio" nos mostra a procura por uma pessoa que foi muito importante na comunidade escolar do Instituto ou Fundação Oswaldo Cruz, a figura de Joaquim Venâncio é lembrada por todos como aquele que não sabia ler, mas tinha muito conhecimento sobre o uso do laboratório, sabia como utilizar todos os recursos disponíveis para a época sem ter frequentado os bancos escolares, apenas nas vivências com as pessoas ele era respeitado e admirado por todos.
Esse tema seria de grande ajuda em sala de aula, pois acredito que em todas comunidades tem aquela pessoa que com seu conhecimento ajuda e facilita a vida das pessoas. Basta procurarmos para descobrir essa pessoa tão especial em nossa comunidade.
Tema: Gestão Democrática
Questões: O envolvimento da família na escola é o primeiro ponto de discussão. A família só comparece à escola quando solicitada e, muitas vezes, nem assim. Credita à escola um poder que não é dela, deixando de participar de situações em que sua presença fundamental.
Outro ponto é o Grêmio Estudantil, pois falta maturidade e percepção por parte dos alunos participantes, do que é ou não, sua atribuição. E, quando participam, não se concentram em áreas do bem comum, mas apenas em recreação.
Ações propostas: Para que os pais venham à escola, acreditamos que deveríamos envolver os pais em eventos e celebrações na escola. Eventos educacionais, que unam os pais e seus filhos em atividades pedagógicas.
Conselho Escolar: O modelo atual de Conselho escolar não prevê que os participantes têm dificuldades de se reunir, pois cada um tem sua vida fora da escola. Os conflitos também podem repelir os participantes de virem e participar ativamente do conselho. A questão do envolvimento é muito difícil. A comunidade não se envolve ativamente,pois não se sentem capacitados para tomar decisões que julgam ser da escola.
As funções do conselho são: Deliberativa, Consultiva, Avaliativa e Fiscalizadora. Mas efetivamente as funções dos conselheiros não são postas na prática pela dificuldade de tempo que os pais e comunidade tem. Isso sem contar as questões de formação e divergências de opinião.
Grêmio Estudantil: A mobilização do grêmio estudantil é um grande exercício de cidadania, porém o trabalho que vemos é exclusivamente voltado para a recreação e não na busca da melhoria dos espaços públicos, educação, higiene e ambiente escolar.
A participação do Grêmio Estudantil da escola é mínima uma vez que não buscam se mobilizar, não se envolvem, não são democráticos em relação às decisões, pois não participam ativamente. Suas decisões e discussões não chegam ao conhecimento da comunidade, pois não divulgam ou não se envolvem quando solicitados.
O desafio da prática: O que dificulta a participação da comunidade na gestão da escola? Há condições adversas que impedem a participação efetiva, falta de envolvimento, contextualização e o uso do poder.
As condicionantes relacionadas por Paro são as dificuldades que encontramos no dia a dia. Diante da visão dos membros da escola é necessário que sejam desenvolvidos projetos de trabalho especializados que colaborem para minimizar essas dificuldades, como por exemplo, cursos de formação para conselheiros e participantes das APMF.
Temos que pensar no contexto geral da escola e buscar o melhor para a educação, pois o objetivo da escola é oferecer escolarização de qualidade aos educandos.
Tema: Avaliações Externas
Questões: A falta de utilização dos dados das avaliações externas nas avaliações institucionais.
Ações propostas: Discussões por área de conhecimento durante o ano todo, buscando acrescentar em todas as avaliações institucionais os mesmos conteúdos que serão pedidos nas avaliações externas. Também o formato da prova deve ser o mesmo, ajudando os alunos a se acostumarem com os estilos de provas.
A falta de clareza dos objetivos das avaliações institucionais é um grande problema. Essa verificação de conteúdos classificatório deve ser repensada e transformada em uma avaliação reflexiva e que universalize os conhecimentos, que todos os alunos saiam sabendo tudo.
Os maiores desafios no campo da avaliação educacional e sua concepção de avaliação bem como sua trajetória nos mostra que estamos num momento de transição de objetivos das quais as mudanças que ocorrem na educação nos deixam confusos uma vez que não encontramos as correntes a serem seguidas.
Muitos problemas de avaliação, a nosso ver, estão na base, estão nas dificuldades encontradas no ensino fundamental I e II. Na avaliação tradicional há uma rotulação, há autoridade, há nota. Na avaliação progressiva, a avaliação é uma reflexão. O que é muito difícil, pois não conseguimos ter avaliações democráticas.
Acreditamos que alguns países tem educação de ponta e outros não, por não termos avaliação acadêmica para avaliação progressiva. Durante os estudos, nossas concepções didáticas foram todas tradicionais, voltadas para a verificação de conteúdo e não avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
No PPP, a definição de avaliação é que ela é diagnostica, formativa e somativa.
O instrumento mais encontrado é a aprova, com procedimentos de verificação de conteúdo (trabalhos, atividades em grupo, exercícios complementares, oralidade).
Os critérios são atribuídos com notas para aprovação e cada professor desenvolve seu critério, mas o que mais aparece são critérios de empenho, capricho, correção, coerência. O conselho de classe é a instância que define a situação de cada aluno ao final do ano letivo.
Os dados das taxas de rendimento são discutidos com os professores no início de cada ano letivo, na Semana Pedagógica. Esses dados revelam como nossos alunos estão sendo avaliados pelas provas externas.
Com as informações sobre o índice de aprovados, reprovados e APC, é possível fazer um planejamento para os próximos anos. Mas esse planejamento ainda é um embrião de tudo que pode ser feito sobre os dados que nos chegam.
A equipe da direção, equipe pedagógica e professores precisam se reunir com objetivo específico de falar sobre o assunto e encontrar aplicação para os dados que recebemos dos avaliadores externos.
Os dados específicos nos mostram em que disciplina o aluno foi mal, ou mal interpretou o dado. Isso pode nos levar até uma autoavaliação. Os dados de nossa escola estão um pouco abaixo das nacionais, principalmente no que se refere a reprovação. Nas reuniões pedagógicas, sempre são debatidos os dados, porém não de maneira profunda, apenas superficialmente.
O aluno não é incentivado a fazer a avaliação externa, o aluno faz de qualquer jeito. E esses resultados não são trabalhados em sala. As avaliações feitas pelos professores não levam em conta o que é pedido nas provas externas, os professores apenas fazem a verificação dos conteúdos.
Nos 3º anos são feitos simulados com o objetivo de aprender a fazer a leitura de provas e consequentemente os conteúdos. Os alunos dessa série fazem muitos comentários sobre o ENEM, na perspectiva de entrar na universidade e por sua vez os professores colocam no seus PTD's as matrizes de referência do ENEM.
Texto produzido coletivamente pelo grupo de estudos do Colégio Estadual Jorge Schimmelpfeng - Foz do Iguaçu - PR
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