Artigo do Caderno 4

Colégio Estadual Professor Vidal Vanhoni – Paranaguá

Formação de Professores do Ensino Médio
Áreas de Conhecimentos e Integração Curricular
ETAPA I – CADERNO 4

Denise Rachel Vianna Mansur Nascimento
Evelize Sabino Alves Andrioli              
Fernanda Chaves Montiel
Josilene Militão Matozo
Katiane Machado Arndt
Marina Ribeiro Chaves Montiel
Wolffe Henri Skrzypietz

Resumo
    Logo no inicio do texto traz na pagina 07“A charge” com a questão da diferença entre os conhecimentos sistematizados da ciência e letras, mais e experiência da vida do aprendiz. Assim, é muito comum entre nós professores indagarmos: seriam as estruturas lógicas das disciplinas a melhor forma de promover uma formação que leve ao desenvolvimento humano integral dos nossos estudantes?        
  
Palavras-chave: Trabalho. Práxis. Ação Transformadora Consciente.

Introdução

A questão é sobre os conteúdos ensinados ou passados na escola e sua relação com a preparação do aluno para o “mundo real”. No livro “Na vida dez, na escola zero”(de Terezinha Nunes, David Carraher e Ana Lúcia Schil) é apontado, já na década de 1980, que a matemática ensinada na escola para crianças e/ou adultos não é suficiente para esses resolverem os problemas da vida diária, por outro lado os trabalhadores usam, no seu dia a dia, muito mais matemática do que aprenderam na escola. Dois aspectos são mostrados como causa para isso: primeiro a seleção e forma de organização dos conteúdos por áreas de conhecimento e por disciplinas e os processos de avaliação de ensino.
O caderno pretende refletir como viabilizar as metas colocadas pelas DCNEM de, entre outras: “preparar o educando para o trabalho e a cidadania, de modo que ele possa continuar aprendendo e ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação e aperfeiçoamento posterior”.(Brasil, 2013, p.06)
A questão de um saber unitário sempre existiu, como exemplo temos o mito, para o homem pré-histórico, após isso o surgimento do pensamento racional, mas ainda conservando a visão global. O “trivium” e o “quadrivium” por onde se transmitia a “cultura geral” são exemplos de saber unitário, onde as disciplinas estavam “articuladas entre si e complementavam-se em busca de um todo harmônico e unitário”.(Brasil, 2013, p.10)
A revolução científica ocorrida na Idade Moderna desintegra esse caráter unitário em saberes cada vez mais especializados. “E quanto mais as disciplinas se diversificam, mais elas se distanciam da realidade humana”.(Brasil, 2013, p.11)

1. O que são áreas do conhecimento e qual sua relação com o currículo(Brasil, 2013, p.12)

A divisão das áreas do saber, nos campos de disciplinas cada vez mais especializadas surgidas no interior da ciência, de certa forma, desintegraram o saber unitário em partes, por vezes, sem relação nenhuma uma com a outra. Porém há uma relação entre particularidade e totalidade, por exemplo, a biologia, a química e a física cada uma com sua especificidade, sua particularidade, estão todas dentro da totalidade que é a natureza. Cada uma delas aborda a natureza, dentro de sua especifidade. Mas essa especialização é transferida para as disciplinas escolares, e quando consideradas apenas como acervos de conteúdos de ensino, isoladas e deprendidas da realidade concreta da qual se originam, não permitem que o processo de ensino e aprendizagem redunde efetivamente na compreensão da realidade pelo educando.
As disciplinas científicas podem ser reagrupadas em torno de uma unidade, o que pode ser chamado de área científica – ainda específico, mas maior que as disciplinas. Por exemplo, área das Ciências da Natureza, incluirá biologia, química e física; Ciências Humanas, história, geografia, sociologia, filosofia, entre outros.
Nesse sentido é que as DCNEM estão organizadas em áreas do conhecimento, Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas. Para que se efetive essa organização a interdisciplinaridade torna-se uma necessidade.
As áreas do conhecimento não devem substituir a especificidade de cada componente curricular, porém sem estarem, esses componentes, compartimentalizados e isolados.

2. O ensino integrado; trabalho, ciência, tecnologia e cultura (Brasil, 2013, p.20)

O que é ensino integrado? O que se espera integrar no currículo? No que essa integração contribuirá para a formação do estudante?
“Queremos a formação integral dos estudantes e,para isto, entendemos que o currículo deve integrar no seu desenvolvimento as dimensões da própria vida social, sintetizadas no trabalho, na ciência, na tecnologia, e na cultura.” Esses são o eixo integrador entre os conhecimentos, segundo as DCNEM, que contextualiza em sua dimensão histórica e em relação ao contexto social contemporânea. 

2.1 Trabalho, cultura, ciência e tecnologia

A condição humana segundo Cortella (apud Brasil 2013, p.21) é de uma ação transformadora consciente, pois agimos intencionalmente, buscando modificar o ambiente a nosso favor. É o que Cortella chama de “trabalho” ou “praxis”.
“Entendemos como trabalho o modelo pelo qual o ser humano produz para si o mundo, os objetos e as condições de que precisa passa existir”(Brasil, 2013, p.22)
Cultura será o conjunto dos resultados dessa ação transformadora consciente sobre o mundo.
Ciência é o produto do processo de humanização que só pode aparecer em suas fases superiores, possui um “caráter transitório de construção e reconstrução da realidade num processo crescente de abstrações dessa mesma realidade”.(Brasil, 2013, p.23)
Tecnologia, primeiro como ciência aplicada, como resultado de transformação do conhecimento científico em produção material. Ao pensar dessa maneira nos surge dois problemas: excluímos como conhecimento tecnológico a produção de bens e processos não materiais, tecnologias de caráter organizativo; por outro lado, “caberia à tecnologia o lado “puro” da ciência, dado a essa última um caráter neutro, segundo o qual nãoé de responsabilidade do cientista o que os outros fazem com o conhecimento produzido”. (Brasil, 2013, p.23) Assim tecnologia pode ser entendida como uma “coleção de sistemas”, que inclui instrumentos materiais e também tecnologias de caráter organizacional.
A interdisciplinaridade “tem como objetivo possibilitar a compreensão do significado dos conceitos, das razões e dos métodos pelos quais se pode conhecer o real e apropriá-lo, em seu potencial, para o ser humano.

3. Caminhos para a aproximação do conhecimento das diferentes áreas: o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico

Nesse ponto do caderno são abordados o trabalho em seu sentido ontológico e em seu sentido histórico. Seria explicar da seguinte maneira, o sentido ontológico do trabalho é que ele faz parte da essência do homem, é no trabalho que o homem se torna homem, se faz homem. No sentido histórico é compreender as diversas formas de relação entre homem e natureza na transformação desta para sua sobrevivência e também para seu desenvolvimento. Aqui cabe ressaltar que o trabalho como princípio educativo tem essa função de levar o educando a compreender essas dimensões que afinal fazem parte da realidade humana.
“A educação que tem o trabalho como princípio educativo, compreende que o ser humano é produtor de sua realidade e, por isto, se apropria dela e pode transformá-la. Equivale a dizer, ainda, que nós somos sujeitos de nossa história e de nosso conhecimento.” (Brasil, 2013, p.31)

Tomar a interdisciplinaridade como parte do processo de construção do conhecimento se mostra de suma importância, “uma necessidade”,  afinal é na abordagem das mais diferentes áreas que a realidade vai se moldando no conhecimento do aluno. A contextualização também se mostra relevante pois mostra como o conhecimento se transformou até aqui.
Nesse sentido se faz necessário que a pesquisa entre em discussão, pois o conhecimento deve partir do aluno, a busca deve ser feita por ele, o professor deve um mediador na construção do conhecimento. A questão está na curiosidade, como motor para a produção do conhecimento por parte do aluno.

4. O projeto curricular e a relação entre os sujeitos e desses com suas práticas

O que motiva esse tópico é como elaborar um projeto curricular que contemple as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura? A questão foca no planejamento, nas decisões em conjunto e no trabalho em equipe, onde as diferentes disciplinas dentro de cada área do saber fará uma abordagem com o objetivo de contribuir para a compreensão da realidade.

Referências

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno IV : áreas de conhecimento e integração curricular / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Marise Nogueira Ramos, Denise de Freitas, Alice Helena Campos Pierson]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.