ARTIGO CADERNO VI - AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO - COLÉGIO GUILHERME MARANHÃO - CURITIBA

AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO

Dulcilene Vitorino de Oliveira
Jaffer Leme
Letícia Leme da Silva
Lucimar  Bertoni  

RESUMO
Este trabalho evidencia que a Avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está sendo realizado o processo de ensino-aprendizagem como um todo – tanto para o professor e a equipe escolar conhecerem e analisarem os resultados de seu trabalho, como para o aluno verificar seu desempenho. Partindo da ideia que a Avaliação não deve simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de conteúdos para classificá-lo como “aprovado” ou ‘reprovado”.

Palavras-chave: Avaliação; Ensino Médio

INTRODUÇÃO

De acordo com LUCKESI, (1996, p.165), “Avaliar significa identificar impasses e buscar soluções”, nesta perspectiva vemos que avaliação escolar, deve subsidiar o diagnóstico da situação em que se encontra o aluno, oferecendo recursos para orientá-lo a uma aprendizagem de qualidade, por meio do ensino adequado.
Assim, devido a sua relevância e poder de aprovar ou reprovar, nos causa angústias, principalmente quando estamos conscientes de que os métodos tradicionais, pelos quais também fomos avaliados, na maioria das vezes não correspondem à realidade, ou seja, não garantem se ocorreu ou não aprendizagem, por conta de uma série de fatores que podem mascarar este resultado.
Nesta perspectiva, o presente trabalho, vem mostrar que no cotidiano escola, muitas vezes a avaliação escolar   é tida somente como uma forma de mensurar os conhecimentos adquiridos, ao invés de possibilitar a busca de formas alternativas, para que o processo de avaliação escolar seja de forma processual, contínua e diagnóstica.

DESENVOLVIMENTO

É de conhecimento de todos, que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, indicam três tipos de avaliação, sendo elas: avaliação da aprendizagem, que deve ser desenvolvida pela escola refletindo a proposta expressa em seu Projeto Político Pedagógico; a avaliação institucional, que também deve ser elaborada a partir da proposta pedagógica da escola, e deve ser elaborada de maneira que a instituição possa analisar seus avanços e localizar os aspectos que merecem reorientação; e a avaliação externa das escolas, que é de responsabilidade do Estado.
Normalmente, a avaliação é pautada por dois resultados: a aprovação ou a temida reprovação. E isso nos leva a alguns questionamentos, tais como: será que todos os alunos que foram aprovados de fato dominam os conteúdos que foi “aprendido”, ou foram didaticamente reprovados e mesmo assim foram aprovados pelo Conselho de Classe? E quantos aos alunos reprovados, será que eles realmente não tiveram a capacidade para alcançar a aptidão suficiente para passar?
Os critérios de avaliação variam muito, pois os fundamentos que norteiam a forma de avaliar de cada profissional tornam-se questionáveis a medida em que o ensino passa por transformações. Entretanto, surgem contestações a essas iniciativas, gerando assim diversos impasses.
O Ensino Médio, é um período de três anos, no qual os alunos chegam com uma pequena base formada, pois trata-se de uma fase em que os pensamentos estão a todo vapor e alimentam um conjunto de desejos, perspectivas e sonhos. Assim a forma mais adequada de ensino deve ser pautada na busca pela formação mais completa dos alunos, dando-lhes base suficiente para que corram atrás dos seus objetivos e ideais, portanto a avaliação desses alunos deve ser elaborada de maneira estratégica, atendendo a esses pressupostos.
Segundo PACHECO (1998, pág. 124), a qualidade da aprendizagem na educação básica não depende tanto do regime de avaliação quanto da organização curricular (...) é incontestável que também o discurso curricular deva contribuir para a melhoria do sucesso educativo do aluno.
Tal perspectiva de avaliação ajusta-se com a proposta de uma escola mais democrática, inclusiva, que considera todos as infindáveis possibilidades de aprendizagem por parte dos estudantes, pois parte do princípio que todas as pessoas são capazes de aprender e de as ações educativas, os conteúdos programáticos das disciplinas.
Mas, SOUZA (1997, pág. 126-126) nos adverte que enfrentar o desafio histórico de democratizar a educação supõe, necessariamente olharmos criticamente para a escola, o que impõe olhar criticamente suas regras, rituais, práticas, enfim o conjunto de relações e interações que nela se estabelecem. Aí se infere o significado de analisarmos a avaliação que, tal como vem sendo tendencialmente compreendida e vivenciada na escola, constitui-se em um instrumento de legitimação do fracasso escolar.
Assim sendo, podemos levantar algumas questões: alguém nos avalia enquanto professor? E como essa avaliação é feita?  Os professores estão preparados para um Conselho de Classe? Por que alguns professores preferem não reprovar os alunos? Será o medo de ter seu trabalho questionado, ou simplesmente para evitar incômodo no período de recesso escolar? E assim o famoso sistema de” empurrar com a barriga” ganha forças dia após dia.
Com base no mencionado, vemos que nos dias atuais a avaliação foge de sua função crucial que é provocar ações que promovam tanto a evolução do aluno como do professor para que ambos possam superar os desafios pedagógicos que enfrentam. Pois, nessa visão, a avaliação é concebida como um processo que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, e principalmente possibilitar a tomada de decisões do professor para superar os obstáculos. Além do mais os alunos devem ter conhecimentos dos métodos e escalas avaliativas utilizadas pelo professor, primeiro por uma questão de transparência, e segundo para que o mesmo possa fazer a sua auto avaliação.
Segundo Freitas ( 2008), não existe fórmula pronta para que o professor realize uma boa avaliação, diversificando os instrumentos, é possível abranger todas as facetas de um estudante. O Professor ensina e o educando deve ser avaliado na aquisição desses conhecimentos, de forma coerente e consciente.
Para tanto, é necessário que o professor tenha competência, coragem, criatividade,
criticidade, compromisso e coerência em todo o processo ensino e aprendizagem do
qual a avaliação é parte, pois, a avaliação faz parte do processo didático de ensino e aprendizagem, por isso não deve ser deixada para etapas finais do processo. Ela deve anteceder, mas acompanhar e suceder o trabalho pedagógico, fornecendo subsídios para tomadas de decisão que direcionarão os rumos do trabalho pedagógico.

CONCLUSÃO

Com base no exposto, vemos claramente que a Avaliação educacional é um instrumento de fundamental importância para o sistema educacional, pois nos leva a refletir sobre os diferentes processos de avaliações que devem ser formativa, reflexiva, diagnóstica, processual e contínua e não apenas um instrumento para classificar e rotular os alunos entre “aptos” ou “inaptos” ou o ‘capazes” ou “incapazes”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil.  Secretaria de Educação Básica.  Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno VI :      avaliação no ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de   Educação Básica; [autores : Ocimar Alavarse, Gabriel Gabrowski]. –      Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.
FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da Organização do Trabalho pedagógico e da Didática. 7ª Ed. Campinas – SP, Papirus Editora, 1995
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições - 11.ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
PACHECO, J. A. A avaliação da aprendizagem. In: ALMEIDA, L. S.; TAVARES, José (Org.). Conhecer, aprender, avaliar. Porto: Porto, 1998. p. 111-132. (Cidine, 4).
SOUSA, Sandra Maria Zákia Lian. A avaliação do rendimento escolar como instrumento de gestão educacional. In: OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.) Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. Petrópolis: Vozes, 1997.