ARTIGO CADERNO IV - COLÉGIO ESTADUAL DR. FRANCISCO AZEVEDO MACEDO - CURITIBA-PR

Currículo
   
             A partir do projeto político pedagógico da escola, todas as áreas do conhecimento elaboram propostas pedagógicas por nível de ensino. Considerando que o currículo programático é a espinha dorsal da escola, a matriz curricular deveria ser feita de forma interdisciplinar, de modo a garantir a coesão e a progressividade dos conteúdos considerados conceituais, procedimentais e atitudinais em todas as disciplinas e níveis, sem lacunas nem repetições que se tornam desmotivantes para o aluno. Desta forma, garante-se a continuidade, sem ruptura, entre os diferentes anos e ciclos escolares.
          De acordo com nossas discussões, levantamos que os critérios de seleção dos conteúdos devem levar em consideração o seu significado relevante, o caráter prático e atualizado do conhecimento e uma programação de acordo com o desenvolvimento psicointelectual dos alunos.
         Uma vez que se tem uma matriz curricular, cada área do conhecimento apresenta uma fundamentação teórica na especificidade de cada disciplina, os objetivos, os recursos didáticos, os métodos de ensino e as formas de avaliação da aprendizagem.
           É interessante notar como a força de uma filosofia educacional voltada para cada área busca ou deveria buscar realizações de acordo com os objetivos traçados.
          Defendemos que cada área do conhecimento deverá estabelecer objetivos bem traçados que estejam pautados em ações de todos os envolvidos nas tarefas educativas, visando a formação de um aluno com preparo científico e domínio tecnológico, elevado autoconhecimento e autoestima, espírito criativo e solidário, facilidade de adaptação e mudanças, autonomia e responsabilidade na tomada de decisões, facilidade de comunicação e interação social.
           Acreditamos que a apropriação dessa bagagem científica, ética e tecnológica garante ao aluno a base das competências necessárias a sua realização pessoal e profissional.
           No conteúdo histórico atual, a sociedade é marcada pelo conhecimento socialmente construído, pela inovação tecnológica e a exigência ética, fatores imprescindíveis ao desenvolvimento dos povos.
            A corrida veloz pela ciência e tecnologia tem trazido desafios crescentes para os professores que nunca foram tão criticados e necessários, pois sem educação reduzem-se as perspectivas de um desenvolvimento humano e, consequentemente a ampliação dos horizontes culturais. Essa pressão social, que de muitas formas é reforçada internamente pelos próprios alunos reforça a atual tensão entre a cultura moderna e as práticas escolares.
            Dentro dessa perspectiva, chegamos ao fato de estarmos prontos para darmos subsídios ao aluno, no momento em que ele estiver amadurecido para fazer suas próprias escolhas, pois a maioria dos alunos não estão atentos aos aspectos  implicados  na questão. Tais como: reconhecer que muitos prazeres imediatos podem trazer graves consequências para a vida, admitir que somos muitas vezes conduzidos por impulsos e que necessitamos fazer o não queremos .
            Uma das dificuldades levantadas em nossas discussões, e que interfere no bom desenvolvimento do plano de trabalho docente, de um  modo geral, é a ausência de limites por parte dos alunos. É preciso haver uma conscientização dos educandos no sentido de que há limites para todos e que nossa liberdade está sujeita a esses limites que condicionam nosso viver, nosso pensar e até o nosso ser.
            Vivemos num mundo em que até a nossa linguagem é condicionada, não podemos usá-la de qualquer forma, pois para isso há regras e significados estabelecidos. Contudo, o tipo de limites que a própria sociedade nos impõe, inspira muito mais a exploração e injustiça do que a exaltação da liberdade.
             Para o filósofo Locke, são os princípios estabelecidos ao seres humanos através da razão, considerada por ele como uma dádiva do absoluto. A escolha no seu olhar transita naturalmente com o fazer e suas restrições.
             Dentro do contexto da formação dos alunos naquilo que se refere as diversas áreas do saber, tem-se que há um esforço constante dos professores e de toda a instituição escolar.  Para que isso aconteça, é necessário que as famílias e todo o conjunto escolar estejam cientes de que não só no ambiente escolar os direitos estão estreitamente ligados ao deveres, mas também a  ligação dos dois pode ser vista no fato  de que muitas vezes definimos os direitos de uma outra pessoa  em termos dos deveres que impomos aos outros.
           O fato é que por estarmos lidando com pessoas em construção, podemos identificar diferentes comportamentos e atitudes humanas: cooperação, competição, troca, dominação e passividade. Assim funciona a sociedade na qual se revela o nosso aluno, que devemos formar como sujeito moral, responsável, conhecedor dos seus direitos, cumpridor dos seus deveres, preocupados como bem comum e que tenha atitudes coerentes como as concepções educacionais, nas quais acreditamos.
           Deste modo, nós professores precisamos nos unir e falar uma nova linguagem, independente da área de conhecimento. O encontro das disciplinas na organização curricular seria um ato de valorização do aluno que espera do seu professor a  iluminação para a sua caminhada na vida escolar e fora dela.