Àreas do Conhecimento e Integração Curricular - caderno 4

COLÉGIO ESTADUAL CRISTO REI - FRANCISCO BELTRÃO

1. O filme Ponto de Mutação nos leva a pensar sobre a maneira de ver o mundo em que fomos construídos pela civilização ocidental cristã (patriarcal) e como ela influenciou nossas práticas econômicas predatórias da natureza e prejudiciais à saúde. O filme aponta para a necessidade de mudarmos nosso praradigma cartesiano-baconiano-newtoniano que isola, fragmenta, destrói a vida e a natureza. A personagem Sônia, uma física em crise, aponta que a solução para o modelo mecanicista cartesiano e a tecnologia capitalista, que destrói a natureza e gera exclusão, depende da mudança de nossa maneira de pesnar, de nossas percepções. Diz a protagonista: “Precisamos de uma nova visão de mundo”; “precisamos responsabilizar a sociedade”. “A ciência deve ser responsabilizada pelas consequências de suas descobertas”. “Precisamos de uma visão do mundo e de ciência mais abrangente”. A sociedade precisa controlar a pesquisa, não deixar para quem financia, que não tem visão de longo prazo. O filme aponta a Teoria dos Sistemas Vivos, que se ocupa dos princípios de organização e coloca tadas as ideias ecológicas numa estrutura científica coesa e coerente. Esta concepção substitui a visão fragmentada (cartesiana) por uma visão holista, que enfatiza a interdependência.

 

Precisamos parar essa busca possessiva do crescimento, precisamos pensar nas gerações futuras, precisamos de uma sociedade sustentável em que nossas necessidades sejam satisfeitas sem diminuir as possibilidades das próximas gerações. Para tanto, precisamos repensar nossa educação alimentar nutricional, garantindo: alimentação adequada a todos; agroecologia e autossustentabilidade; proteção da água, flora e faunda. A escola precisa contribuir para essa mudança de percepção e de princípios e hábitos alimentares. Isso requer uma perspectiva integradora de educação alimentar no currículo escolar com conhecimento dos valores nutricionais.

 

 

2.Na carta 195 do livro Cartas a Théo, Van Gogh aborda a obra de arte como produção humana, mediada pela cultura, trabalho, ciência e tecnologia. A cultura influencia os hábitos, gostos e escolhas. A ciência é o conhecimento acumulado pela humanidade, sempre provisório. A tecnologia favorece a difusão e interfere na produtividade do trabalho. É o trabalho do autor o diferencial pela genialidade da obra de arte. Trabalho esse que produz bens materiais e espirituais, por isso, tem uma dimentão histórica e outra ontológica.

 

O texto pode ser aproveitado em sala de aula, principalmente, na possibilidade de que o estudante compreenda as dimensões subjetiva e objetiva da obra de arte, bem como sua relação com a cultura, a ciência e a tecnologia. Pode-se também discutir questões relativas ao gosto e, sobretudo, se é possível ou não, estabelecer juízos universais sobre esta particularidade humana. A partir dessa perspectiva filosófica, pode-se submeter a arte que, geralmente, é recebida de forma pouco crítica, passiva, a um tratamento rigoroso que permita perceber algumas de suas características e de suas implicações na existência humana.

 

Ampliando esta reflexão para o conjunto das áreas do conhecimento, tendo o trabalho como princípio educativo, procura-se entender as disciplinas ou áreas do conhecimento enquanto práxis humana e, portanto, histórica, tendo como princípio metodológico as fases: Prática-Teoria-Prática.

 

Por fim, concebo as quatro áreas do ENEM (matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias e linguagens, códigos e suas tecnologias) distribuídas de forma paritária como um avanço, por evitar a fragmentação e favorecer aproximações e a interdisciplinaridade.

 

 

3. Esta proposta solicita a elaboração de uma Proposta curricular integrada. Vou seguir a DCE-Filosofia do Paraná, portanto, minha postagem segue a concepção Histórico-Crítica. Veja:

 

PLANO DE TRABALHO DOCENTE-DISCENTE NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA.

 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

INSTITUIÇÃO: NRE-FNB

DISCIPLINA/ÁREA DE CONHECIMENTO: Filosofia -  Filosofia Política.

PROFESSOR: Elir Battisti

ANO LETIVO: 2014 - Bimestre: IV - Série/ano: 2A-EM – Horas-aula da unidade: 12 h/a em sala.

 1. PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO

1.1. Título da unidade de conteúdo: Diferentes olhares sobre a política e a política partidária.

- Objetivo geral: Conhecer as interfaces entre as ideologias e as práticas políticas e político-partidárias, refletindo e debatendo filosoficamente as posturas populares de política e política partidária e as ideologias e práticas políticas (neo)liberal, socialista e republicana,  relacionando com a cultura e a vida social das pessoas, contribuindo, assim, para a superação de posturas doutrinárias, generalizantes, dogmáticas e niilistas por parte dos estudantes, numa perspectiva transformação social.

Tópicos de conteúdo:

A– Conteúdo: Política e Política Partidária

- Objetivo específico: Listar e identificar as diferentes visões dos estudantes sobre a política e a política partidária para mostrar que a política está diretamente relacionada à civilização, vista como conjunto de medidas que se opõem à violência, e que não se restringe a atividade desenvolvida no âmbito do Estado, mas está presente em todas as formas de relacionamento social: na escola, no trabalho, na igreja, na rua e até nas relações afetivas.

B– Conteúdo:  Esfera Privada e Esfera Pública

- Objetivo específico: Compreender os conceitos de esfera privada e esfera pública, verificando por que no capitalismo a valorização exacerbada da esfera privada nos afastou da esfera pública e dos interesses comuns.

C– Conteúdo:  Liberalismo, Republicanismo e Socialismo.

Objetivo específico: Conversar com dirigentes partidários identifcados com as ideologias e propostas acima, para conhecer o conceito e as propostas dos partidos que eles representam,  verificando a compreensão, coerência e viabilidades das mesmas na realidade local, estadual e nacional.

D– Conteúdo:   Poder, Ideologia e Democracia

Objetivo específico: Participar de uma seção da Câmara de Vereadores para observar as relações de poder, as ideologias e as práticas de democracia presentes, bem como a composição partidária aí presente e a relevância social dos assuntos tratados.

E– Conteúdo:   Progresso X Desenvolvimento

Objetivo específico: Pesquisar os conceitos de Progresso e Desenvolvimento,  compreendendo a importância de cada um e a diferença entre eles e identificando qual conceito foi priorizando pelos govenantes ao longo da história e por quê.

1. 2. Vivência do conteúdo

O que o aluno já sabe?

O estudante confunde: POLÍTICA com atividade específica de Governo; a POLÍTICA com o Político, tido como alguém de conduta duvidosa, não muito confiável, um tanto secreta, cheia de interesses particulares dissimulados, obtidos por meios ilícitos e contrários ao Bem Comum. O aluno vê  o político como oportunista que vive do trabalho alheio, que ganha demais e é protegido pela justiça. O estudante confunde ética com política, pensa que tem partido demais, que o voto é uma obrigação e que não adianta votar, pois nada vai mudar para o pobre.

O que gostaria de saber mais?

A diferença entre Política e Política Partidária; a finalidade da política; o porquê de tantos partidos políticos e o futuro dos mesmos.

A real importância do voto e se ele é dever ou direito;

Qual deve ser o critério para a escolha dos representantes: o partido ou a pessoa?

As diferenças conceituais e as expressões práticas de: a) Liberalismo, Republicanismo e Socialismo; b) Poder, Democracia e Ideologia e 3) Esfera Privada e Esfera Pública.

Se a mudança social em direção a uma sociedade justa é possível?

2. PROBLEMATIZAÇÃO

2.1. Discussão sobre o conteúdo

- Por que estudar o tema?

- Quantos já votaram?

- Quantos sabem o número, o nome e as propostas dos partidos?

- Por que é importante saber as diferenças práticas e conceituais de liberalismo, republicanismo e socialismo?

- Como identificar se um país é justo e desenvolvido? Pela RPC? Pelo PIB? Pelo IDH? Pelo índice de Gini?

- Imagens na tela[1]:  O que as imagens indicam a respeito da política partidária? Em que situações ouvimos as expressões maquiavélico e maquiavelismo? Dá para separar ética e política?

- Vídeos Leilão Político e Melô do Congresso: É correto afirmar que no Estado Democrático temos os políticos que merecemos? Por quê? Quem deve impedir a candidatura de pessoas condenadas pela justiça: a lei ou o eleitor? Por quê?

- É correto afirmar que o homem é o lobo do homem? Qual a influência da cultura e da biologia na bondade/maldade dos humanos?

2.2.      Dimensões do conteúdo

- Conceitual: Qual a diferença entre Política e Política Partidária? Qual a diferença entre Liberalismo, Republicanismo e Socialismo? Qual a diferença entre Esfera Pública e Esfera Pivada? Qual a diferença entre RPC, PIB, IDH e Índice de Gini? Qual a diferença ente Progresso e Desenvolvimento? É correto usar a expressão maquiavélico?

- Histórica: O que dizem filósofos, sociólogos, historiadores, antropólogos, economistas e cientistas políticos sobre Política e Política Partidária; Liberalismo, Republicanismo e Socialismo; Esfera Pública e Esfera Pivada; Poder, Ideologia e Democracia.

- Econômica: O que dizem os índices RPC, PIB, IDH e Gini sobre o município, a região Sudoeste, o estado do Paraná e o Brasil? O que diferencia um índice de outro? Como o município se situa na região e no estado e este em relação ao Brasil em termos de Progresso e Desenvolvimento?

- Geográfica: Identificar no mapa os maiores PIB, RPC da região e os lugares mais e/ou menos desenvolvidos de acordo com os índices de Gini e o IDH.

- Legal: Qual o fundamento legal da obrigatoriedade do voto? O que propõem os Estatutos de Partidos identificados como liberais, republicanos e socialistas?

- Socioculturial: Por que a maioria das pessoas não participam ativamente das instituições sociais (partidos políticos, sindicatos, associações, escola) que influenciam diretamente em suas vidas?

3 –INSTRUMENTALIZAÇÃO

3.1. Ações docentes e discentes

-Pesquisa empírica em grupos, extraclasse, procurando verificar na sociedade o grau de entendimento dos conceitos de política e política partidária e as razões das escolhas partidárias e eleitorais.

-Pesquisa em grupos no laboratório de informática da escola e extraclasse sobre os partidos políticos registrados no TSE, identificando o significado da sigla, a data de fundação, o nome do presidente, o número de deputados federais, senadores e governadores, a composição do congresso nacional por profissão e bancada, a divisão do Fundo Partidário, os parlamentares com problemas judiciais (“fichas-suja”), a lei de fidelidade partidária e os programas, procurando identificar as suas ideologias[2].

-Leitura, interpretação e comentário, em grupos, com a mediação do professor, dos textos: Teoria do Contrato Social (Sponville, 2005, p.102-103); O preconceito contra a política e o que é de fato política (LDP de Filosofia, 2006, p.163); Maquiavel e o poder e Ética e política (Idem, p.180-183); Benjamin Constant: Duas concepções de liberdade e A representação política (Idem, p.211- 213); A crítica de Marx ao liberalismo e Marx e a emancipação humana (Idem, p.218-220); Republicanismo e a liberdade antes do liberalismo; Republicanismo: Liberdade como Não-Dominação; A lei como garantia da liberdade; O republicanismo exige cidadania ativa (Idem, p. 225-228).

-Visitar o IBGE para colher informações sobre PIB, IDH, RPC e Índice de Gini e solicitar informações sobre o que são e como se processam estes índices (metodologia), a importância e a diferença de cada um, visando comprrender os conceitos de Crescimento (Progresso) e Desenvolvimento.

-Apontamentos históricos interdisciplinar sobre o tema (Platão, Aristóteles, Hobbes, Smith, Locke, Kant, Rousseau, Maquiavel, Marx, Weber, Gramsci, Bonavides, Sartori, Chaui, Sponville, Carvalho, Sell entre outros), em slides, visando a realização pelo professor da transposição didática e articulada dos conteúdos.

-Video: História das eleições e Geisel e a transição.

 3.2. Recursos

-Livro-texto, vídeos, imagens, charges, tv-pendrive, data show, laboratório de informática, pesquisa empírica, visitas e debate.

 4. CATARSE

4.1. Síntese mental do aluno

Espera-se que os estudantes consigam:

a) explicitar a diferença conceitual entre crescimento e desenvolvimento, esfera pública e esfera privada, liberalismo, socialismo e republicanismo;

b) maior domínio dos conceitos de cidadania, democracia, igualdade, liberdade, ideologia;

c) maior compreensão dos índices PIB, RPC, IDH e Gini;

d) realizar a interconexão entre conceitos/conteúdos e a realidade vivida;

e) uma maior compreensão das mudanças em curso nas formas de organização e participação política;

f) reconhecer a importância da política e sua relação com o exercício do poder, tanto em sentido amplo, quanto nas suas expressões cotidianas;

g) compreender a diferença entre democracia formal e democracia substantiva e os limites do modelo de representação política;

h) compreender a diferença entre política e política partidária;

i) perceber o número exagerado, a pulverização, a ausência de linha doutrinária, a fragilidade dos partidos políticos brasileiros e a distorção ocorrida na política nacional onde há o predomínio dos eleitos sobre os eleitores;

j) compreender que é possível e desejável transformar o poder político em coisa pública, transparente, participável e voltado à construção do bem comum;

k) perceber que nem sempre a maioria tem razão nem que o caminho mais justo, em teoria, seja sempre, na prática, o mais eficaz;

l) comprender que se, por um lado, a modernidade está distante do ideal da polis ateniense ou da res publica romana, por outro, ela trouxe conquistas fundamentais, como a valorização da subjetividade e da liberdade individual;

m) maior compreensão da complexidade do mundo contemporâneo e dos riscos de posturas generalizantes, doutrinárias, dogmáticas e niilistas;

n) diferenciar a instituição política dos políticos, a política da moral e a política de Estado da política de Governo;

o) entender que é pela ação política que se melhora a educação, a saúde, a economia, a moradia, a liberdade, a segurança, enfim, a qualidade de vida da população;

p) compreender que a política – resultado das atividades dos próprios homens vivendo em sociedade - não se restringe a atividade desenvolvida no âmbito do Estado, mas está presente em todas as formas de relacionamento social;

q) entender que não existe separação entre teoria e prática, pois a prática é embasada em uma concepção teórica mesmo que inconsciente;

r)  perceber que uma eleição não opõe bons e maus, opõe campos, grupos, interesses, partidos, alianças, opiniões, prioridades, opções, programas;

s) compreender que os partidos políticos estão em um momento de modificação, perdendo espaço para outros mediadores políticos como a mídia, as ongs, a internet etc.;

t) entender que, na atualidade, os partidos políticos funcionam independente de sua ideologia e, na prática, lutam apenas pela posse do poder (havendo liberais nos partidos conservadores e socialistas/comunistas e vice-versa);

u) compreender que a descontinuidade do sistema partidário brasileiro, fruto de uma história de rupturas – mudanças de regimes, revoluções, golpes, ditaduras – gerou atraso na consolidação democrática das instituições, bem como na constituição da cidadania;

v) perceber que as mudanças na realidade são feitas mais a partir das forças sociais organizadas – estudantes, educadores, movimentos grevistas, movimentos de bairros – do que pelo parlamento.

 4.2. Avaliação

A demonstração do que o aluno aprendeu será feita da seguinte forma:

a) Relatório das pesquisas empírica e bibliográgica, das visitas e do debtate.

b) Debate filosófico político sobre as ideologias e práticas políticas, onde a turma será organizada da seguinte forma: 1) Patidos fictícios representando as ideologias: PCE – Partido do Crescimento Econômico (Neoliberal); PFG – Partido da Felicidade Geral (Republicano); PIGU – Partido da Igualdade Geal Utópica (Socialista); 2) Imprensa – organização promotora do debate (TV); 3) CPB – Conselho do Povo Brasileiro (Socedade Civil). 4) Grupos Corporativos (Lobby e apoio financeiro para defesa de propostas de seus interesses). 5) Relatores do debate.

A avaliação do processo de debate terá  como critérios: 1) Para os Partidos: clareza, coerência e capacidade de defesa da proposta (argumentação); 2) Para o grupo TV: capacidade de organização e coordenação do debate (elaboração das regras e cumprimento das mesmas, sorteios dos temas, entrevistas, enquetes etc); 3) Para o CPB: capacidade de elaborar perguntas aos candidatos, representando a sociedade civil e decidir a melhor proposta para a sociedade, apresentando argumentos sólidos; 4) Para o grupo Corporações: capacidade de definir o candidato mais adequado aos seus interesses e habilidade de fazer lobby para defesa de propostas (obras, impostos, juros, incentivos, câmbio, inflação etc); 5) Relatores Avaliadores: capacidade de fazer um relatório crítico analítico do debate, enfatizando o desempenho e a conduta ética dos candidatos (probidade, dissimulação, demagogia, corporativismo, urbanidade etc).

c) Dissertação demonstrando o domínio das dimensões conceitual, histórica, econômica, geográfica, legal e sociocultural  e a produção de novos conceitos.

 5- PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO

5.1. Intenções do aluno

5.2. Ações do aluno

1- Superar posturas generalizantes, dogmáticas e niilistas.

1-Evitar preconceitos como: todo político é ladrão; política é coisa suja; todo pobre é vagabundo; na ditadura não tinha corrupção; sempre foi assim e não vai mudar...

Não postar e nem reproduzir nas redes sociais preconceitos e posturas radicais, seja em relação à classe, sexo, religião, partido.

A comunidade e os vizinhos permancem, a eleição passa, os interesses mudam, as pessoas mudam de partidos, o adversário hoje pode ser o aliado de amanhã. Portanto, evite a discórdia com vizinhos e/ou membros da comunidade por causa de candidatos e partidos.

2- Valorizar posturas democráticas e coletivas na escola, na comunidade e na família.

2- Melhorar o diálogo na família, com os professores, e colegas (Saber ouvir).

Participar de reuniões e assembléias na escola, na comunidade e na sociedade.

Participar e/ou incentivar pais e colegas a participarem das instâncias colegiadas.

3- Valorizar posturas de alteridade e republicanas.

3- Não estragar o patrimônio público; não jogar lixo no chão.

Respeitar as decisões coletivas (escola, comunidade).

Fortalecer posturas  republicanas nas redes sociais. Evitar reproduzir e avalizar posturas individualistas, personalistas e clientelistas.

4- Valorizar práticas éticas

4- Respeitar filas; não vender o voto; não corromper o guarda de trânsito; não sonegar tributos; visitar o site Transparência Brasil e apoiar iniciativas pela ética na política; não praticar bullying.

5- Aumentar os conhecimentos sobre a realidade sócio-econômica e política local, estadual e nacional.

5- Pesquisar em sites especializados nas diversas áreas (Ex.: IPEA, SEBRAE, IBGE, Dia-a-dia-educação; MEC, Transparência Brasil ente outos) sobre Desenvolvimento Sustentável, Movimentos Sociais; Instâncias Colegiadas, Ética na Política, Diversidade...

6- Compreender a diferença entre a instituição política e os partidos políticos.

7- Não desvalorizar a instituição política – um importante avanço da humanidade – por incoerências e/ou atos desabonadores praticados por dirigentes e representantes  políticos corruptos, oportunistas, interesseiros.

 

6- Referências Bibliográficas

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Lúcia de Arruda Pires.  Filosofando: Introdução à Filosofia. 4. Ed – São Paulo: Moderna, 2009.

BRASIL. LEI nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos).

CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: O longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

CHACON, Vamireh. História dos Partidos Políticos Brasileiros. Brasília, UnB, 1981.

CHAUI, Marilena. Introdução à Filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo Ática, 2010.

Comte-Sponville, André. A Filosofia. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2005.

Comte-Sponville, André. Apresentação da Filosofa. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2002.

COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. 1. ed.- São Paulo: Saraiva, 2010.

ENÉAS MARQUES. Projeto Político Pedagógico. Colégio Estadual Castro Alves. Agosto de 2011.

MAAR, Wolfgang Leo. O que é Política. São Paulo: Brasiliense, 2004 (Coleção Primeiros Passos).

PARANÁ. Filosofia: Ensino Médio. 2. Ed - Curitiba: SEED, 2006. (Livro Didático Público).

PARANÁ. Diretriz Curricular da Educação Básica – Filosofia. Curitiba: SEED, 2008.

ROBINET, Jean-François. O tempo do pensamento. São Paulo: Paulus, 2004.

RODRIGUES, José Honório. Conciliação e Reforma no Brasil, um desafio histórico. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

SARTORI, Giovanni. Partidos e sistemas partidários. Brasília: UnB, 1982.

SELL, Carlos Eduardo. Introdução à sociologia política: política e sociedade na modernidade tardia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2. ed.- São Paulo: Saraiva, 2010.

[1]  Imagens de políticos em situação de mentira, corrupção e autoritarismo, de descaso com o povo.

[2]  Cópias das pesquisas bem como das interpretações e reflexões dos alunos serão recolhidas pelo professor fazendo parte do processo avaliativo. Estes conhecimentos adquiridos, ajudarão subsidiar o debate.

 

4.Vídeo “Em busca de Joaquim Venâncio” (2009.

4.1. Análise crítica do vídeo.

 O vídeo mostra a perspectiva da pesquisa (bibliográfica e de campo) e o manuseio da tecnologia como forma de produção do conhecimento, conhecimento este que surge da prática, do aprender fazendo. Apesar de buscar uma integração das dimensões do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia, penso tratar-se de uma perspectiva escolanovista, transparecendo que o aluno aprende melhor o que faz por si próprio. O centro da atividade escolar não é o professor nem a matéria, é o aluno ativo e investigador, descobridor, que aprende fundamentalmente pela experiência.O professor é visto como facilitador, cabendo organizar e coordenar as situações de aprendizagem, levando em consideração as característica individuais dos alunos.

 “Por isso, a Didática dá grande importância aos métodos e técnicas como o trabalho de grupo, atividades cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos, experimentações etc (...) importa o processo de aprendizagem e não diretamente o ensino. (...) Por isso, os adeptos da Escola Nova costumam dizer que o professor não ensina; antes ajuda o aluno a aprender” (LIBÂNEO, 1990, p. 62).

 

O Estado do Paraná adota a perspectiva Histórico-Crítica que segue as seguintes fases: PRÁTICA (Parte do fazer do educando – além da sala de aula. Prática social, não escolar); TEORIA (Representação da realidade. Teoria e prática sempre se imbricam - relação dialética). Nesta fase, o professor começa a ser necessário (pesquisa, intervenção/mediação). RETORNO À PRÁTICA: Ações do aluno - põe em prática social (não escolar) o que aprendeu.

 Portanto, a parte da investigação, da busca do conhecimento da históra de Joaquim Venâncio que deu nome à escola Escola Politécnica de Saúde, pelos alunos, assim como a tentativa de integrar as dimensões do conhecimento é fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Contudo, penso que a dimensão da ciência, da contextualização, da transposição didática deixou a desejar. Faltou a transferência de conhecimento teórico - toda a ação do professor para explicitar o conteúdo: dinâmica, exposição, pesquisa. Professor e aluno ocupam funções distintas: aquele adquiriu a compreensão da organização social e, portanto, deve facilitar a aprendizagem.

 4.2. Análise crítica da notícia “Ligações clandestinas causam risco de incêndios”.

 O texto fez uma abordagem e despolitizada e não dialética. Por pura ingenuidade ou por opção política? Sim, ligação irregular de energia pode causar incêndio! Mas por que elas acontecem? Pelo simples fato de as casas serem de madeira e ficarem muito próximas umas das outras? Por imprudência, ignorância e malandragem? Por falta de regularização e de ruas? Mas como se chegou a isso? O texto precisaria mobilizar conhecimentos de diferentes áreas, numa perspectiva dialética e mais global do problema. Deveria considerar a história de desigualdade e exclusão da sociedade brasileira, as políticas agrárias concentradoras que levaram à expulsão dos camponeses de suas terras, ao êxodo rural e, consequentemente, à rápida urbanização/favelização, à ocupação irregular do solo, à falta de saneamento básico, ao desemprego, aos baixos salários, à especulação imobiliária, à desinformação e assim por diante.

 Ou seja, na elaboração de um texto de qualidade seria necessário mobilizar as dimensões conceitual, histórica, geográfica, sociológica, legal, econômica, política, filosófica, de saúde entre outras possíveis.