As áreas do conhecimento e integração curricular

Caderno IV – As áreas do conhecimento e integração curricular
Núcleo de Foz do Iguaçu
Colégio Nestor Victor dos Santos do Município de São Miguel do Iguaçu

As áreas do conhecimento surgiram a partir das atividades filosóficas dos gregos na Idade Antiga, ou seja, a partir das observações do cotidiano e dos fenômenos da natureza, produzindo novos conhecimentos. Nesta época  as áreas de estudo para adquirir conhecimento elaborado era dividido em trivium: retórica, gramática e da dialética, e quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música. O estudo era de forma integrada e poucas pessoas tinham domínio. Com a revolução científica do Iluminismo, os pensamentos de Decartes e o mecanicismo, o conhecimento começou a ser fragmentado e surgiram as áreas do conhecimento de forma mais específica. Nelas, percebe-se que o conhecimento é centrado num objeto de estudo dando origem às disciplinas.
A escola da atualidade por consequência reflete a organização atual da sociedade e transmite o conhecimento dividido em disciplinas. Assim, os estudantes não conseguem associá-las com o cotidiano de forma a ter uma visão ampla de mundo. A instituição escolar deve proporcionar a inserção dos sujeitos em um contexto social de modo que possam participar ativamente de sua construção e transformação, pois a educação é, acima de tudo, uma prática social carregada e mediadora de significados, sentidos e valores que auxiliam, ou mais do que isso, são determinantes na formação dos sujeitos. É necessário, maior conhecimento acerca da realidade, buscando refletir sobre os mitos, as verdades impostas, os medos, tentar romper as barreiras, superar os desafios e sair do isolamento, enfim, buscar a superação dos problemas e dificuldades com base no conhecimento e na ética. Para tanto é imprescindível a contextualização e a interdisciplinaridade para que os conhecimento façam sentido na formação de pessoas críticas.
Transformação é a palavra de ordem na atualidade, pois o mundo modifica-se,    velozmente, fazendo-se  necessário então incluir a escola  o mais rápido possível nesse processo de mudanças, pois ela,  abarca  todos os setores e é parte inerente da sociedade. Um exemplo claro das afirmações acima está no processo de produção de alimentos: os alimentos produzidos e consumidos são relacionados às culturas regionais e conforme os costumes de cada região. Na Região Sul existe uma tipologia de solo e de clima que favorece a produção de algumas culturas que não são viáveis nas outras regiões do Brasil e vice versa. Mas toda esta produção brasileira é distribuída para todas as regiões. Não é porque no Norte não exista produção de arroz que sua população deixará de consumir. Ou seja, há uma relação multidisciplinar, cada um age de uma maneira, mas todos são beneficiados.
Muitas regiões são monoculturas, outras são policulturas. Quanto aos hábitos alimentares o que prevalece são costumes regionais herdados de gerações passadas. Cada um fala de seu modo, consome o que lhe convém, mas o essencial que cada povo seja alimentado e com isso não passe fome.
        Na questão da educação, ou seja, do currículo escolar, implica necessariamente abordar, além de conhecimentos sobre os valores pedagógicos, que se encontram sistematizados nos conhecimentos das áreas de ciências da natureza, aspectos advindos de análises históricas e socioculturais da área de ciências humanas, dentre outros. É preciso saber que, disciplina de referência e a disciplina escolar têm diferença, onde a primeira tem a função de produção  e articulação do conhecimento já produzido com os novos, permitindo a evolução científica. Desta forma, as disciplinas escolares têm a função de disseminar o conhecimento e compor o currículo. Estas devem estar em consonância com as disciplinas de referência, pois o conhecimento científico é provisório e está constantemente se renovando. Assim, os alunos aprendem várias disciplinas que se interligam no final da vida como uma só formação do sujeito.
Diante da realidade educacional brasileira há urgência da sua reestruturação direcionada a necessidade do aluno e sua região, no que tange a planejamento,  professores especializados, espaço escolar...  Entretanto, há a necessidade de preservação da força dos ensinamentos de base de conteúdos de cada disciplina, para que o individuo saia do ensino médio com um grau de formação e informação que lhe permita  juntar pratica com teoria. Desta forma, tal base não deverá ser esquecida, uma vez que isso aconteça não haverá mudança significativa na vida escolar do sujeito.
Tais performances estão diretamente atreladas as áreas de formação dos profissionais de educação, condições necessárias para o exercício do ofício de docência. Perante tal necessidade de caráter urgente, repensar o Ensino Médio, logo se torna  um movimento iniciado pelo método de reorganizar o currículo. Desta forma a proposta  para este passo no ensino chega por meio  de política pública estabelecida pelo ProEMI(Programa Ensino Médio Inovador). Assim torna- se essencial o estudo e sequencialmente discussão dos elementos das diretrizes mencionadas  neste estudo para uma organização que vá de encontro com toda essa mudança no texto já mencionada. Dentro de uma nova proposta educacional devera romper o paradigma de concepção do cumprimento total do PTD, do livro didático, preencher livro de chamada e outras atividades burocráticas que esgotam o tempo do professor. Estas atividades fazem parte deste sistema, mas tornam-se ideológicas, perdendo a essência da educação.
A mudança terá que ser vista como forma positiva de aprendizagem levando os educando a pensarem e analisarem o que o certo real, o certo imaginário e o certo do educando. E qual dos certos faz sentido para sua vida.
Princípios são leis ou fundamentos gerais de uma determinada racionalidade, dos quais derivam leis ou questões mais específicas. No caso do trabalho como princípio educativo, a afirmação remete à relação entre o trabalho e a educação, no qual se afirma o caráter formativo do trabalho e da educação como ação humanizadora por meio do desenvolvimento de todas as potencialidades do ser humano. Seu campo específico de discussão teórica é o materialismo histórico em que se parte do trabalho como produtor dos meios de vida, tanto nos aspectos materiais como culturais, ou seja, de conhecimento, de criação material e simbólica, e de formas de sociabilidade (Marx, 1979).      

Participantes: Amarilde Janete Marcon,
Roberto Sparenberg,
Claudete Cassol Schons,
Regiani Natalli Azevedo,
Lidiane Moreira Lutz,
Vanuza de Freitas