Áreas do conhecimento e Integração Curricular

ARTICULAÇÃO ENTRE AS DISCIPLINAS CURRICULARES
TEXTO 01
A separação do conhecimento em grandes áreas foi impulsionada pela visão mecanicista de mundo, de Descartes. Ao propor o problema do conhecimento, determina dois campos de conhecimento totalmente separados, totalmente distintos. Tais campos distintos foram reconhecidos como sujeito e objeto, e neles, “Descartes baseou sua concepção da natureza na divisão fundamental de dois domínios independentes e separados – o da mente e o da matéria.” Essa separação dualista influenciou os processos de aquisição, construção e disseminação do conhecimento, e a separação entre sujeito e objeto permaneceu como forte característica do desenvolvimento científico. A ciência ocidental baseou-se sobre a eliminação positivista do sujeito a partir da ideia que os objetos, existindo independentemente do sujeito, podiam ser observados e explicados enquanto tais.
A fantasia da separatividade corpo-mente teve profundas influências na educação e no desenvolvimento das disciplinas curriculares, e a estruturação do currículo escolar em disciplinas decorre da influência que o pensamento cartesiano teve no desenvolvimento do conhecimento científico. A formação de um currículo separado em disciplinas foi impulsionada também pela política de fragmentação do processo de produção industrial ocorrida no final do século XIX.
TEXTO 02
O trabalho como princípio educativo e ao trabalho como se vincula, à própria forma de ser dos seres humanos. Somos parte da natureza e dependemos dela para reproduzir a nossa vida. E é pela ação vital do trabalho que os seres humanos transformam a natureza em meios de vida. Essa é a condição imperativa, socializar o princípio do trabalho como produtor de valores de uso, para manter e reproduzir a vida.
Pesquisa como princípio pedagógico justifica-se pela necessidade de uma educação que contemple a relação teoria/prática voltada para a (re) construção de conhecimentos e que vá além da instrução, já que o tipo de educação centrada no mero repasse de conteúdos escolares parece não atender suficientemente às necessidades do mundo atual. Na sociedade cada vez mais complexa em que vivemos, cabe à escola formar pessoas com condições para nela atuar, e parece que a educação pela pesquisa pode ser
um meio de promover no sujeito aprendizados que possibilitem o “desenvolvimento da autonomia intelectual, da consciência crítica” (DEMO, 2003, p. 86), envolvendo também a capacidade de questionamento e de intervenção na sua realidade.