Nos estudos abordados em nossos encontros sobre a temática do caderno 4 temos como tema áreas do conhecimento que por sua vez, não é um processo interno somente às respectivas áreas, mas também entre os componentes curriculares de outras áreas. Para isto, é o princípio da historicidade do conhecimento que pode contribuir, pois o trabalho pedagógico fecundo ocupa-se em evidenciar, junto aos conceitos, as razões, os problemas, as necessidades e as dúvidas que constituem o contexto de produção de um conhecimento. Para termos uma formação adequada e de boa qualidade as disciplinas são de suma importância para a formação do ser humano na sua vida escolar, pois cada disciplina tem uma função especifica, temos que ter um dialogo entre elas, assim tornando o ensino mais voltado para a formação e garantir ao educando uma formação integral de boa qualidade. No ensino médio integrado à educação profissional, trabalho, ciência e tecnologia e cultura são tomados como eixos estruturantes da base unitária do ensino médio, considerando-se o trabalho não só como princípio educativo, mas também como contexto, o que justifica a formação específica para atividades diretamente produtivas.
Assim, a partir da mesma base unitária de ‘trabalho’, ‘ciência e tecnologia’ e ‘cultura’ como eixos estruturantes, abrem-se três possibilidades baseadas em três contextos específicos para o ensino médio: uma que considere o trabalho como contexto da formação, daí resultando o ensino médio integrado aos cursos técnicos de nível médio; outra que considere ciência e tecnologia como contexto de formação, resultando em iniciação científica e tecnológica; e uma terceira que considere a cultura como contexto de formação, resultando na ampliação da formação cultural. Compreende-se o trabalho como mediação de primeira ordem entre o homem e a natureza e, portanto, elemento central na produção da existência humana. Dessa forma, é na busca de produzir a própria existência que o ser humano gera conhecimentos, os quais são histórica, social e culturalmente acumulados, ampliados e transformados. Sob essa ótica, o conhecimento é uma produção do pensamento em que se percebem e se representam as relações constitutivas e estruturantes da realidade. A teoria, por sua vez, surge quando essas relações, elevadas ao plano do pensamento, são ordenadas e retiradas do contexto em que foram produzidas e apreendidas originalmente, com o objetivo de potencializar o avanço das forças produtivas. A ciência, nessa linha de raciocínio, é um tipo de conhecimento rigorosamente sistematizado e intencionalmente expresso em conceitos que representam as relações determinadas e apreendidas da realidade considerada. A ciência converte-se, pois, em força produtiva (RAMOS, s/d5). Intimamente relacionado ao trabalho como princípio educativo, esse princípio contribui para a formação de sujeitos autônomos, capazes de compreender-se no mundo e nele atuar por meio do trabalho, transformando a natureza em função das necessidades dos demais seres humanos e cuidando de sua preservação para as gerações futuras. A construção da autonomia intelectual necessária para assim atuar por meio do trabalho pode e deve ser potencializada pela pesquisa, que deve ser intrínseca ao ensino e orientada para o estudo e a busca de soluções de questões teóricas e práticas da vida cotidiana dos sujeitos trabalhadores. É necessário que a pesquisa como princípio educativo esteja presente em toda a Educação escolar dos que vivem e viverão do próprio trabalho. Ela instiga a curiosidade em relação ao mundo, gera inquietude e evita que se incorporem pacotes fechados de visão de mundo, de informações e de saberes, quer do senso comum, querem escolares, querem científicos.