A integração curricular é levar as pessoas a compreenderem o significado e a importância dos diferentes campos disciplinares, assim como o desenvolvimento da capacidade de reconhecer e utilizar esse conhecimento disciplinar para a solução de problemas reais. Isso pode ser feito na escola, integrando noções e metodologias e empregando uma linguagem comum que pode ser entendida e usada por todos. Nessa integração os componentes curriculares dos quatros eixos e as práticas pedagógicas seriam organizados a partir da problematização dos fenômenos, da explicitação das teorias e conceitos fundamentais para a compreensão do objeto estudado e na referência da base científica dos conceitos como conhecimentos de formação geral e específica. Portanto, a integração supõe a interdisciplinaridade que leva em conta a totalidade histórico-dialética para se compreender todo o processo relacionado ao como, por quem, com que interesses o conhecimento é produzido, veiculado e apropriado. Dessa forma, a interdisciplinaridade deixa de fazer parte da filosofia centrada no sujeito para ser inserida na filosofia centrada na história de uma visão de mundo. Se, por um lado, a visão de mundo que orienta o currículo é uma visão atomista, parcelar, desconectada do todo, então a prática expressará esta visão de realidade. Se, por outro lado, a visão de mundo assumida pelos que têm decisão sobre o currículo é de relação entre parte e todo de forma dialética, isto é, em que a realidade é uma, indivisível, intrincada, complexa, a prática assumirá outra feição. Em outras palavras, se se parte do princípio curricular de que a prática é o ponto de partida para a organização do currículo, torna-se necessário ter como pressuposto sua unicidade e as inter-relações entre as partes ora harmônicas, ora conflituosas. As disciplinas, nesse enfoque, são meios para compreensão e análise da realidade e propostas de soluções, ainda que parciais, sobre os problemas que dela emergem. Apresentam-se, por conseguinte, neste texto, as possibilidades de integração curricular desenvolvidas pelos sujeitos, dentro de uma determinada organização de trabalho.