COLÉGIO ESTADUAL NIRLEI MEDEIROS - E.F.M
Coordenadora: Cláucia Fonseca
Cursistas: Aparecida Josiane Pereira, Elenice Aparecida Bloot, Eliane Princival, Jean Fábio dos Santos, Michele Sanabe e Sérgio Leal
O Ensino Integrado: trabalho, ciência, tecnologia e cultura
A leitura do caderno IV, especificamente Cartas a Théo, de Vicent Van Gogh, nos apresenta um problema muito intimo da visão do educador em relação a seus educandos, na nossa atual sociedade. O autor demonstra seu profundo desejo de ser reconhecido pelo seu talento e não pelo material que ele usa ou deveria usar na época. Podemos associar esse pensamento a utilização da tecnologia em sala de aula. Nós (educadores), não aproveitamos o conhecimento de nossos alunos em relação a mesma, criamos preconceitos na facilidade que eles encontram em se adaptar à tecnologia e julgando-os incapazes - seja pela falta de preparo da escola ou eles não seguirem o padrão que nós reconhecemos como o correto. Chegando ao ponto de aulas monótonas- que faz com que os alunos não vejam a escola como um ensinamento produtivo e atrativo, pois, existem ferramentas mais interessantes para obter informação – reconhecemos que informação e conhecimento são distintos, mas para os alunos nem sempre. Tudo isso acarreta atritos irreversíveis com relação a sala de aula, tanto para um quanto para outro.
A busca do conhecimento que vemos no filme Guerra do fogo podemos associar com a tecnologia. Os adolescentes sabem usar a tecnologia em suas diversas instancias, e, nós a “tribo primitiva”, não sabemos ou não temos tanta facilidade. Sabemos que os jovens de hoje não conseguem se imaginar sem a tecnologia – computadores, celulares, internet, ipad, ipod, e, entre outros – o que significa então que esses instrumentos fazem parte da cultura desses jovens. Adaptaram a tecnologia transformando em algo de sua natureza, o que acreditamos ser um processo típico de ação humana contemporânea.
Como podemos separar a juventude da tecnologia, se um faz parte do outro? Não existe essa separação, não para nossos jovens, pois um já faz parte integrante da cultura. O que temos que pensar é a adaptação de uma instituição escolar a essa juventude tão singular. Acreditamos que esse debate do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, só chegará a uma conclusão final no momento que perceber esses jovens como sendo parte atuante de uma sociedade moderna e não idealiza pelas antigas gerações, pois temos que compreender e enxergar que essa geração y é o futuro do qual teremos que nos adaptar.
Incorporar a obra que lemos nos conteúdos aplicados em sala de aula, pode ser feito através de discussão/debates com os alunos de como se construir uma escola nova, atraente e inovadora a partir dos saberes dos mesmos no âmbito escolar – evidenciando que a opinião do educando seja válida e aceita. Antes de “chegar” toda essa tecnologia é possível visualizarmos belíssimas obras tanto na ciência quanto na cultura, seja de artistas conhecidos internacionalmente, como de artistas mais regionalistas. Na atualidade temos uma facilidade de acesso a objetos e aparelhos eletroeletrônicos totalmente computadorizados
Tanto a ciência como a tecnologia são resultados de uma ação transformadora do ser humano. É considerado cultura e são produzidos e reproduzidos pelo indivíduo. Em relação a cultura houve uma grande evolução, podemos dizer que os métodos mudaram, porém muitos seguem o que passa de geração em geração, afinal a cultura sempre irá permanecer dentro de suas raízes. O trabalho faz parte da evolução tecnológica. Se comparado com a carta vemos que hoje a tecnologia levou o aperfeiçoamento dos traços em relação a utilização do carvão/grafite.
Cultura é o conjunto dos resultados dessa ação sobre o mundo. Não há, portanto, ser humano fora da cultura e, nesse sentido, é absurdo considerar a existência de alguém que não tenha cultura. A cultura é o próprio ambiente do ser humano, socialmente formada com valores, crenças, objetos, conhecimentos, etc. O trabalho é entendido como o modo pelo qual o ser humano produz para si o mundo, os objetos e as condições de que precisa para existir e a ciência como o produto do processo de hominização que só pode aparecer em suas fases superiores.
Não é um produto arbitrário do pensamento, mas representa a forma mais completa em que se realiza a adaptação do homem à realidade. A tecnologia não apenas utiliza o conhecimento da ciência, como também a modifica, utiliza dados diferentes na pesquisa que realiza, construindo um conhecimento próprio, menos idealizado.
A tecnologia digital está posta no cotidiano de modo difundido. Apenas o uso da tecnologia pela tecnologia não surte os efeitos pedagógicos esperados. Essa pretensão, em revolucionar o ensino-aprendizagem não é uma inverdade, quanto ao que se refere às Cartas, pois os diversos materiais disponíveis ao artista produzem efeitos diferentes, dependendo do modo como ele se utiliza destes recursos e seus objetivos. Complementando, Van Gogh chama nossa atenção para o tempo adequado para domínio e utilização desta ou daquela técnica. Esta analogia nos é posta ao analisarmos a miríade de técnicas pedagógicas a nossa disposição, devemos escolher quais são as mais adequadas para se atingir este ou aquele objetivo, muitas vezes com as adequações dos conteúdos às séries, devido à estrutura cognitiva e cultural de nosso educando.