ÁREAS DE CONHECIMENTO E INTEGRAÇÃO CURRICULAR
COLÉGIO ESTADUAL CARLOS ZEWE COIMBRA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Resultado das discussões relativas ao Caderno 4 do Pacto.
Participantes:
Angela Maria Both Eyng – professora orientadora
Ademir Geremia
Alexandre Alievi Moreira
Anderson Ledesma de Jesus
Angela Cristina de Lima
Carine Goerck Wlodkowski
Cleide Viviane Schons Villa
Cleverson Roberto Venson
Fabiane Sanguine
Karolina Rosa Busnello
Lucia Castione
ÁREAS DE CONHECIMENTO E INTEGRAÇÃO CURRICULAR
Educação, Alimentação e Segurança Alimentar
Introdução
Os problemas ambientais extrapolam o eixo natureza-paisagem. Hoje devemos pensar o meio ambiente relacionado aos fatores culturais, econômicos e sociais.
A problemática do tema diz respeito a como o homem percebe o que seja natureza e como ele está inserido em tal aspecto. Assim, tenta-se explicar a complacência com que é vista a degradação natural pelo capital e a exploração do trabalho.
O progresso industrial e agrícola distanciou o homem da natureza, e a sustentabilidade racional não representa a racionalidade de igualdade social. A miséria e a agressão são concomitantes à produção de bens de consumo a que a maioria das pessoas não tem acesso.
Portanto, a educação para a segurança alimentar e nutricional não deve ser fragmentada a uma ou outra área do saber. Deve estar integrada em todas as disciplinas, por meio de uma mudança dos paradigmas culturais e científicos para a modificação da sociedade através da emancipação do pensamento.
Para esta mudança de postura em relação ao consumo de alimentos, que acreditamos crítica, os problemas ambientais como a degradação da natureza pelos defensivos agrícolas, a má alimentação por parte da sociedade, o desperdício de alimentos, o consumo exagerado de produtos industrializados ou manufaturados, a produção demasiada de resíduos e o resgate dos saberes populares do campo serão temas geradores que problematizarão a realidade para compreender a raiz do problema, instrumentalizando o aluno para a ação crítica no processo de conscientização política, que ultrapassará os muros da escola.
Problema
Hoje, sabe-se que a qualidade de vida está diretamente relacionada com a qualidade da alimentação, e que a maioria das doenças da nossa civilização estão relacionadas à forma como as pessoas se alimentam.
Pensar sobre segurança alimentar, é refletir sobre o processo de produção dos alimentos e sua qualidade da roça à mesa. Deve ser um processo de produção ambientalmente correto, isto é, orgânico, in natura e de produção familiar,livre de agrotóxicos que prejudiquem à saúde, por meio de uma distribuição dos gêneros alimentícios que garanta o acesso à produtos adequados para uma melhora na nutrição, de maneira saudável.
Justificativa
O presente plano de aula se justifica na medida em que há a necessidade de transformar o ambiente escolar em um espaço de valorização da cultura alimentar, permitindo a oferta de alimentos mais saudáveis e propiciando que crianças e jovens façam escolhas alimentares mais adequadas.
Objetivo
Levar os alunos a estudar, pesquisar e refletir acerca da alimentação saudável e consumo sustentável como temas prioritários para a qualidade de vida através da consciência crítica e de responsabilidade social.
Referencial Teórico
Segundo o site da Universidade Federal do Paraná - História da Alimentação, “os alimentos não são somente alimentos. Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui atitudes, ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. Nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro. A historicidade da sensibilidade gastronômica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais, como espelho de uma época e que marcaram uma época. Nesse sentido, o que se come é tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se come. Enfim, este é lugar da alimentação na História”.
A alimentação saudável e adequada previne doenças, melhora a imunidade e contribui para a proteção de doenças crônicas potencialmente fatais, como diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, alguns tipos de câncer e doenças cardíacas (BRASIL, 2005).
O Guia Alimentar para a População Brasileira (2005) ressalta que as práticas alimentares saudáveis têm um conceito abrangente, isto é, devem estar inseridas no cotidiano, resgatar hábitos alimentares in natura, produzidos pela comunidade, considerando os aspectos afetivos e comportamentais.
Dessa maneira, deve-se dar maior acessibilidade a tais produtos in natura, garantindo o equilíbrio entre qualidade e quantidade, para o alcance de uma nutrição saudável, além da segurança sanitária, sem contaminantes biológicos, físicos ou químicos, que comprometam a saúde do indivíduo (BRASIL, 2005).
Segundo Midio e Martins (2000), pesticidas e praguicidas podem ser considerados como qualquer substância que possui a finalidade de prevenir, destruir ou repelir qualquer tipo de perigo biológico, porém muitas pragas sobrevivem, multiplicam-se e sofrem mutações, causando problemas adversos cumulativos ao consumidor, além da química dos agrotóxicos e metais, que representam um grave problema à saúde pública.
Segundo o Instituto Akatu (2004), os consumidores de produtos orgânicos e/ou agroecológicos têm perfil de consumidores conscientes, isto é, que se mostram dispostos a transformar em práticas os valores com que se identificam, preocupando-se com as gerações futuras e com o coletivo.
Portanto, o ambiente escolar mostra-se adequado para a educação nutricional e a promoção da alimentação saudável de crianças e jovens, facilitando a disseminação de hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2005). Além disso, é um ambiente propício para a inserção da Educação Ambiental, focalizando as relações de consumo e trabalho, dentre outros, na Educação.
Seleção integrada dos conteúdos de ensino
História: A história da Alimentação. Do local e regional ao nacional. Do campo para a cidade. Pretende-se estudar a origem dos alimentos e a forma como indígenas, africanos e portugueses produziam os alimentos, conservavam-nos e se alimentavam. A alimentação nas regiões brasileiras.
Biologia: Alimentos, sua funções orgânicas . A busca por alimentos é um dos principais fatores para a manutenção dos seres vivos.O animal selvagem come o que necessita para a sua sobrevivência, diferente do homem que consome mais do que precisa para o seu gasto calórico. Os alimentos são substâncias formadas por nutrientes que podem ser de origem animal ou vegetal, usados para comer ou beber pelo homem ou por outros animais para realizarem as suas funções vitais. A falta e o excesso de nutriente pode ocasionar problemas na saúde, por isso saber se alimentar é de grande importância nos dias atuais
Educação Física: A alimentação, como em qualquer outra atividade física, é importante para um bom resultado. Caminhar sem se alimentar não é adequado, pois o organismo precisa de muitos nutrientes para suprir a demanda de energia necessária para gasto energético, a reparação de tecidos orgânicos e para acionar os músculos. Por isso, é primordial manter uma alimentação balanceada.
Português: Poderíamos fazer uma pesquisa sobre a importância da agricultura familiar para a mesa do brasileiro, já que 70% do que consumimos vêm dela. Com isso, queremos chamar a atenção dos alunos para a importância de se ter uma alimentação orgânica e saudável.
Poderíamos observar na TV as propagandas de alimentos mais exibidas e analisar se elas estimulam uma alimentação saudável ou se visam, apenas e tão somente, ao consumismo.
Filosofia: Neste contexto alimentar, pode-se trabalhar a alimentação nas diferentes culturas, apresentando a importância dos alimentos em diferentes tipos de rituais religiosos. Esta atividade pode ser realizada em grupo, por meio da pesquisa de alguns tipos de alimento, sua importância em determinada religião, seu uso, e significado.
LEM Espanhol: Poderíamos estudar cardápios em língua estrangeiras e estudar como a alimentação e a segurança alimentar se apresentam nos países hispano-falantes hoje e ao longo da história. Este trabalho poderia sr feito em duas partes e em grupos um para cada país ou região. Trabalho este a ser integrado com geografia e história e língua portuguesa ao estudarmos cardápios e artigos tanto em uma língua quanto outra.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia Alimentar para a população Brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília. Ministério da Saúde. 2005. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/guia_ alimentar_conteudo.pdf . Acesso em maio de 2008.
Caderno Alimentação e Cultura. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_cultura.pdf . Acesso em outubro de 2014.
CAPRA, F. O ponto de mutação. São Paulos. Cultrix. 1982.
INSTITUTO AKATU. Descobrindo o Consumidor Consciente. São Paulo. Akatu Publicações. 2004.
MIDIO, A. F.; MARTINS, D. I. Toxicologia de Alimentos. São Paulo. Livraria Varela. 2000.
BRASIL. Universidade Federal do Paraná. História da Alimentação. História, cultura e sociedade. Paraná. Ufpr. Disponível em:http://www.historiadaalimentacao.ufpr.br/institucional/historia.htm. Acesso em outubro de 2014.
- Logue-se para poder enviar comentários