REFLEXÃO E AÇÃO 3 (PÁG. 32)
CEEP – PEDRO BOARETTO NETO – CASCAVEL - PR
ORIENTADOR DE ESTUDOS: MARIA VALDENY FERREIRA GOMES
GRUPO: Kelly dos Santos Moreira
O PEE – PLANO ESTADUAL DA EDUCAÇÃO apresenta dados muito interessantes, porém, se analisados de dentro da escola, por pessoas realmente inseridas na realidade escolar, muitos desses dados caem por terra. Um dos dados que mais me chamou a atenção foi a queda do índice de analfabetismo, acredito que essa queda tenha sido percebida no país todo, não apenas no estado do Paraná, porém, o que se percebe é que, dentro e fora da escola, têm aumentado o número de analfabetos funcionais, a dificuldade de interpretação é muito grande e, isso deveria ser um dos principais trabalhos em todas as disciplinas, pois, quem não consegue interpretar com facilidade, apresentará dificuldades em todas as disciplinas, em língua inglesa esse é um dos maiores desafios, pois os livros são sempre muito poluídos por imagens e textos e, claramente, não são feitos por alguém que está na sala de aula e conhece as dificuldades de nossos alunos.
O desempenho nas provas oficiais também é uma falácia, até porque muitos dos nossos alunos nem vão à escola nos dias nos quais essas provas são aplicadas e, novamente, a dificuldade de interpretação se faz presente, pois, boa parte dos estudantes não faz nem questão de ler o exercício, “chutam” todas as questões e seu desempenho se torna um caso de sorte, portanto, é uma grande besteira basear qualquer índice educacional nesse tipo de prova, da forma como ela é realizada.
A redução da taxa de reprovação é outra bobagem, para aumentar o IDEB muitas escolas diminuem a taxa de reprovação, nós sabemos que o conselho escolar é sempre uma grande decepção para o professor, pois, muitas vezes, somos compelidos a “empurrar” alunos para a próxima etapa, não sentimos prazer em reprovar alunos, mas, passar um aluno, que não compreendeu os conteúdos básicos de uma determinada série, para a série seguinte, é uma violência com o próprio aluno, pelo medo da evasão, pelo medo da queda do IDEB e, em alguns momentos, porque somos “obrigados”, passamos o estudante de série, sim, nós passamos, não o aluno. Compreendemos que há uma série de questões a serem analisadas no conselho de classe, todas elas são consideradas pelo professor, mas, muitas vezes, nosso trabalho é simplesmente desconsiderado.
Outra questão que chama a atenção é a formação do professor, que, no documento, parece ser muito valorizada, mas, na prática, sabemos que não é. As formações fornecidas pelo estado são uma piada, muitos professores têm 4, 5, 6 pós, todas feita de maneira rápida para subir de nível e não há valorização para professores com mestrado e doutorado, assim como eu, muitos professores apresentam diploma de mestrado, o que pouco ou nada vale para o nosso estado. Todas essas questões influenciam diretamente a queda da qualidade do Ensino Médio.
Problemas (o que precisa ser mudado) Impactos negativos (do problema) Ações (para resolver o problema)
1.Rotatividade dos professores A metodologia muda, cada professor apresenta sua maneira de ensinar, obviamente, o ideal seria que os professores pudessem acompanhar suas turmas, o que é praticamente impossível. Sabemos que são inúmeros os motivos que contribuem para a rotatividade dos professores, mas um dos mais importantes ou preocupantes, é o problema de saúde. Se o estado se preocupasse um pouquinho com a saúde dos profissionais da educação, muitos dos problemas escolares seriam resolvidos, muitos professores estariam em sala de aula e não seria necessário reforçar o “cuidado” com o número de atestados em todas as reuniões pedagógicas. A resolução cabe muito mais ao governo do que a nós e, não tenho a menor esperança de que isso melhore ou seja organizado.
2. Distância entre teoria e prática Na educação profissional, esse problema tem consequências desastrosas, pois os estudantes precisam perceber a aplicabilidade dos conteúdos. Os profissionais da educação profissional deveriam ter uma formação diferenciada, os cursos de capacitação deveriam ser específicos, relacionados aquela realidade. Também é necessário que os professores se atualizem, no caso da língua estrangeira é recomendável que o professor trabalhe textos inseridos na área na qual o aluno estuda. Enquanto os alunos aprendem inglês, nós aprendemos eletrônica, informática, etc.
3. Evasão escolar A evasão escolar prejudica o andamento dos cursos, ocasionando até mesmo o fechamento de alguns. As escolas já se esforçam no sentido de diminuir a evasão escolar, aproximando-se da comunidade escolar, a resolução desse problema passa também pela vontade e comprometimento dos alunos.
4. Indisciplina Prejudica os estudantes que realmente querem aprender e a qualidade do trabalho docente também é afetada. Os estudantes têm direito ao aprendizado, isso precisa ficar muito claro, quem atrapalha no andamento das aulas deve compreender que há consequências para os seus atos.
Nesse sentido, as reuniões no início do ano são fundamentais, para que os alunos conheçam o regimento escolar, a interação com a comunidade escolar também é de extrema importância.
Relacionamento de respeito entre docentes e equipe pedagógica.