INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO "DR.CAETANO MUNHOZ DA ROCHA"
RUA JOÃO EUGÊNIO, nº894, Bairro Costeira, Paranaguá - Paraná
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – 2015
Orientadora: Professora Andréia Maria Digiovanni Frumento
Professores:
Célia Regina Andrioli Silva Barbosa
ClauryPatricio Cabral dos Santos
Eroni de Jesus Avila
Glauce Verônica Cabral dos Santos
Julio Cesar Amorim de Moura
Patricia Renata Lopes
Rosemary Liberatto
ETAPA II CADERNO IV - LINGUAGENS
REFLEXÃO E AÇÃO 4
A “metáfora da arvore” aplicada ao cotidiano escolar
O fazer pedagógico passa por implicações políticas e sociais, quando deveria ser a base da sociedade, para que esta possa desenvolver valores éticos e morais que venha a formar uma estrutura que atenda a todos indiscriminadamente, formando assim uma nova organização social.
Partindo do pressuposto que as correntes filosóficas que norteiam a educação paranaense, com o objetivo de uma formação integral do individuo, conforme afirma LIBANEO (2010):
“Nenhum investigador e nenhum educador prático poderá pois evadir-se da pedagogia, pois o que fazemos quando intentamos educar pessoas é efetivar práticas pedagógicas que irão constituir sujeitos e identidades. Por sua vez, sujeitos e identidades se constituem enquanto portadores das dimensões físicas, cognitivas, efetiva, social, ética, estética, situados em contexto sociocultural”.
Compreendemos então que o educador não poderá de forma alguma ser apenas o repassador de conteúdo, deverá sim preocupar-se com a formação do individuo para a estruturação de uma sociedade justa e ética, seguindo assim rumo a uma nova educação.
Quando analisamos “A metáfora da árvore” de Monte Mór, que apresenta as Raízes como a fundamentação teórica, observamos que na discussão com os colegas professores muitos demonstraram não ter conhecimento claro sobre qual filosofia está desenvolvendo o seu trabalho pedagógico, ao apresentarmos a eles a preocupação com a formação de um aluno crítico percebemos que este também é o objetivo de todos, mas a prática pedagógica não reflete este objetivo. Com relação ao Tronco que são as pedagogias, sustentadas pela Filosofia (Raízes), como podemos explicar a atuação dos professores através de uma pedagogia tradicional? E quando chegamos as Folhas que é o trabalho do professor diretamente em contato com o aluno, nos deparamos com técnicas tradicionais, que ainda conduzem o aluno ao processo de “decoreba”, sem dar significado aos conteúdos trabalhados, sem a preocupação com a apropriação do conhecimento. Conhecimento aqui entendido de forma ampla, formação do cidadão, capaz de agir democraticamente e com valores éticos e morais dentro da sociedade, da qual faz parte.
Temos ainda um currículo conteudista que nos cobra o cumprimento deste para a formação do aluno. Paralelo a isto tudo a que se destacar o processo de seleção (Avaliações Institucionais e provas para ingressos nas universidades que ainda fazem uma prova organizada de forma tradicional).
Neste sentido, ficamos muito preocupados com o fazer pedagógico, e com a formação dos professores que fazem o cotidiano escolar, pois cabe a eles todos estes questionamentos:
1. Que aluno vamos formar?
2. Que linguagem vamos utilizar para a formação deste?
3. Que conhecimento de cultura nosso aluno tem?
4. Que cultura queremos transmitir a eles?
5. Que saber vamos construir?
O que a sociedade espera da escola não é o mesmo que o nosso aluno espera, pois quando utilizamos de técnicas diferenciadas que aparecem no cotidiano escolar (teatro, apresentações artísticas, leitura e releituras de filmes), estamos auxiliando no desenvolvimento integral do aluno, estamos abrindo a eles a possibilidade de conhecer o mundo de forma diferente, mas na visão de muitos... essas atividades não contribuem para a formação do aluno para concorrer a um concurso vestibular ou a participar de outras avaliações, mesmo para muitos alunos, especialmente do terceiro ano do Ensino Médio, estes querem apenas “revisão” de conteúdos para as provas que farão. Curiosamente a tudo isto, ainda temos que enfrentar os elogios que os diretores recebem quando tem no colégio um grande numero de aprovados nos vestibulares, quando fazemos de nossa sala de aula um cursinho pré vestibular, somos considerados os melhores.
Enfim nossos professores encontram grande dificuldade de compreender como devemos agir no cotidiano escolar: respeitando as individualidades, fazendo um processo de formação integral do cidadão, ou preparando-os para a sociedade capitalista que cobra o conhecimento cientifico e não a formação de um individuo crítico?
Que linguagem devemos utilizar? Que linguagem queremos utilizar em nossas aulas?
Toda a discussão nos causa estranheza, mas ao nos deparamos com todas essas interrogações, certamente que já estamos nos preparando para uma mudança de paradigmas educacionais, que certamente farão uma educação diferenciada e consequentemente uma sociedade onde o saber seja valorizado. Vamos plantar a nossa árvore pedagógica.
Referências Bibliográficas
LIBÂNEO, J. C. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contemporâneo na educação. In: LIBÂNEO, J. C; SANTOS, A. (Orgs.). Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplina¬ridade. Campinas: Editora Alinea, 2010.
MONTE MÓR, W. Caderno de Orientações Didáticas para EJA, São Paulo: Secretaria Municipal de Educação. 2010, disponível em HTTP://portalsme.prefeitura.sp.br/projetos
SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Ed. Cortez, 1984.